Criada em 1958 a Agência Nacional Espacial e de Aeronáutica dos Estados Unidos, a Nasa, desempenhou ao longo de sua história um papel determinante para impulsionar as pesquisas espaciais e levar o ser humano a lugares onde até então nenhum homem jamais havia ido. Conquistas como a da Lua e derrotas como os acidentes com os ônibus espaciais Challenger (1986) e, agora, o Columbia costumam parar o Planeta.
E foi exatamente isso que aconteceu com Rio Grande, em 1966, quando uma missão da Nasa aportou na praia do Cassino para observar o eclipse total do sol que aconteceu no dia 12 de novembro. A presença dos cientistas estrangeiros alterou a rotina do pacato e, então, diminuto balneário e marcou para sempre a vida daqueles que viveram e presenciaram o chamado "espetáculo do século".
A praia do Cassino entrou na rota dos cientistas da Nasa a partir do momento que se concluiu ser ali o local mais propício para a observação e pesquisa do eclipse total do sol previsto para aquele ano e que só voltaria a ocorrer 18 anos depois.
Então, nos últimos dias de outubro dezenas de técnicos e cientistas norte-americanos, japoneses e europeus começaram a desembarcar em Rio Grande, transformando-a na primeira cidade brasileira usada para lançamento de foguetes da agência espacial norte-americana. "Trêileres enormes foram descarregados no Porto Novo, ocuparam todo o cais e depois partiram com várias equipes para lugares diferentes", lembra o aposentado Dauiz de La Rocha, de 75 anos, na época proprietário do jornal O Rio Grande. A cidade de Bagé, na região da Fronteira, foi um dos pontos também escolhidos pelos cientistas para observar o fenômeno.
Mas o grupo mais numeroso seguiu diretamente para o Cassino e lá montou uma base - pouco depois de onde hoje é balneário Querência - para o lançamento dos foguetes destinados a colher dados sobre o fenômeno. "Eles movimentaram a cidade e muita gente ganhou dinheiro alugando casas, chalés e até carros", conta a aposentada Ely Cavalcanti Guimarães, de 73 anos.
A PESQUISA - O hoje professor do Departamento de Astronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jorge Ricardo Ducati, de 52 anos, que na época acompanhou como estudante os técnicos da Nasa, revela que o objetivo da missão era realizar a tomada de medidas científicas de fatores como campos magnéticos, irradiação solar, entre outros. "Foi uma observação científica como a que ocorre em todos os eclipses", diz.
Conforme Ducati, foram usados pequenos foguetes que mediam de dois a três metros de altura. Os primeiros lançamentos, para teste, foram feitos no dia 5 de novembro, ou seja, dez dias antes do eclipse.
Os resultados das observações feitas no dia 12, foram publicados somente em revistas norte-americanas e européias, mas conforme Ducati "não houve nenhum resultado sensacional".
Embora as conclusões da missão não tenham sido bombásticas nem revolucionárias uma coisa é certa: a passagem da Nasa pelo sul do Estado marcou a vida e tornou-se parte integrante das lembranças de milhares de pessoas.




Esta para fechar, acreditem é em Pelotas/RS!

fonte das fotos: http://www.guaipeca.blogger.com.br/
fonte do texto: www.diariopopular.com.br
(esse blog é um dos melhores que conheço, com muito acervo fotografico e histórico da cidade de Rio Grande/RS)
abrasss
rodrigues