Aerocondor diz que notícia do Figaro é "maldosa"

[Marcelo Areias]

Aerocondor diz que notícia do Figaro é "maldosa"



A transportadora Aerocondor, referida terça-feira pelo jornal Le Fígaro como uma das companhias aéreas que registaram incidentes e que constam das listas negras de vários países, classificou a notícia como "maldosa" e ameaçou processar o seu autor.


O diário francês Le Fígaro incluiu Portugal na lista de países, companhias e aviões a evitar por falta de segurança - uma notícia já desmentida pelo Instituto Nacional de Aviação Civil - e colocou a Aerocondor numa lista de 37 transportadoras que registaram incidentes este ano, das quais 27 estão referenciadas nas listas negras de França, Bélgica, Suíça e Grã-Bretanha.

"Essa notícia é maldosa e descabida. A Aerocondor não faz parte de nenhuma lista negra", declarou à Agência Lusa o presidente da empresa, Vítor de Brito.

"O que se passa é que a Aerocondor ganhou um concurso público em França e os franceses não estão habituados a que empresas portuguesas - sobretudo na área da aeronáutica - ganhem concursos no seu país", sustenta o mesmo responsável.

Vítor de Brito alega que o incidente a que o jornal francês se refere não teve quaisquer consequências, nem foi alvo de queixas por parte dos passageiros.

O incidente (avaria num motor) aconteceu no dia 13 de Janeiro, na ligação Agen-Paris com um avião de matrícula lituana alugado a uma empresa dinamarquesa.

"O comandante do avião e a tripulação eram dinamarqueses. O comandante poderia ter decidido aterrar o avião mais perto do local onde se deu a avaria, mas resolveu prosseguir com o voo e nada de mal aconteceu", relatou Vítor de Brito, acrescentando que a companhia portuguesa já dispõe actualmente de um avião próprio para operar esta linha.

O presidente da Aerocondor sublinhou que este incidente foi aproveitado pelo jornalista do Le Fígaro - Thierry Vigoureux - para denegrir a imagem da empresa em França, o que, acrescentou, "não é a primeira vez que acontece".

"Para já, vamos enviar uma carta ao director do jornal mostrando a nossa indignação. Também contratei um advogado em França para processar o jornalista", frisou Vítor de Brito.

Os Estados Unidos, o Reino Unido, a Suíça e a França publicaram recentemente uma lista negra das companhias aéreas que ficam proibidas de operar no seu território por razões de segurança, medidas que surgem depois de se terem registado cinco acidentes de avião em Agosto, em todo o mundo.

Um dos acidentes envolveu um avião colombiano que caiu no passado dia 16 na Venezuela, provocando a morte de 160 pessoas, 152 das quais franceses da Martinica.

O Instituto Nacional de Aviação Civil garantiu entretanto que as companhias aéreas que voam de, e para, os aeroportos portugueses cumprem todos os requisitos de segurança, pelo que não há necessidade de ser publicada uma lista negra.

Agência LUSA