Aumento depende de remoção de 2,5 mil famílias que moram em vilas localizadas próximas ao Salgado Filho

A demora na remoção de cerca de 2,5 mil famílias das vilas Dique e Nazaré, na Zona Norte, impossibilita a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre.
Uma das conseqüências práticas é o aproveitamento inadequado de aviões de carga em um dos aeroportos mais modernos do país.
Se dependesse exclusivamente da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a pista do Salgado Filho já teria a grandeza que o terminal recém construído impõe: 3,3 mil metros de extensão.
Mas como os milhares de casebres de duas vilas permanecem em uma das cabeceiras da pista, o Salgado Filho permanece com os seus diminutos 2,3 quilômetros.
De acordo com o superintendente-adjunto da Infraero na Região Sul, Marco Aurélio Franceschi, o convênio assinado para a ampliação do aeroporto com o governo do Estado e a prefeitura não determina o prazo para a expansão da pista. Por isso, define Franceschi, não chega a existir uma atraso nas obras.
- O projeto está pronto. Se a área estivesse desocupada em 1º de janeiro, em maio as obras estariam em andamento - exemplifica Franceschi, salientando que o investimento da Infraero com a pista será de R$ 60 milhões.
Mas a área não estará liberada no início do ano. E nem no meio do ano. Na melhor das hipóteses, detalha o diretor de Regularização Fundiária e Reassentamento da Secretaria da Habitação do Estado, Carlos Alexandre Ávila, as famílias começarão a ser removidas a partir do segundo semestre de 2006. Como são mais de 10 mil pessoas, é incerto o tempo que irá levar a operação - se é que ela vai se iniciar na data estimada.
- Existe uma área em estudo, na Zona Norte, para onde as famílias poderiam ser removidas - revela Ávila, que integra um grupo composto ainda por representantes da Casa Civil, da Secretaria dos Transportes e do Planejamento.
Ávila explica que a falta de recursos - serão necessários cerca de R$ 120 milhões para aquisição de terreno, construção de casas, obras de infra-estrutura, entre outras ações - foi o principal motivo da demora. A perspectiva, agora, é que o dinheiro seja obtido por meio de emendas ao orçamento da União ou com alienação de bens próprios do Estado.
A demora obriga empresas que operam no transporte de cargas a vôos abaixo da sua capacidade.
- A aeronave sai como menos carga que a sua capacidade. Um DC10, que tem capacidade para 70 toneladas, viaja com 55 toneladas. Um MD11, que pode levar 86 toneladas, leva 60 toneladas. Isso aumenta o custo da operação - detalha o gerente operacional VarigLog/Sul, Paulo Weber.
Fonte: Zero Hora - Carlos Etchichury[/img]