Uma década à espera de indeminização
Na tragédia, padeceram 43 pessoas, 32 das quais eram atletas da equipa da Maboque e dirigentes do Clube. Por altura do sinistro, a direcção da empresa comprometera-se em apoiar os sobreviventes e os familiares das vítimas.
Passados 10 anos, surgem reclamações. Sobreviventes endereçaram um dossier à várias entidades do país.
O documento alerta para aquilo a que chamam «incumprimento da direcção da Maboque das promessas de prémios de jogo e apoio às viúvas e órfãos».
Solito Gamba, massagista sobrevivente e porta-voz dos reclamantes, disse em declarações à Rádio Ecclesia que a empresa honrou os salários de toda a equipa durante seis meses. Mas, ressalvou, faltam outros encargos prometidos publicamente pelo presidente da Maboque, completou.
«Prometeu que não abandonaria quer o pessoal que ficou em vida, quer os familiares das vítimas. Prometeu pagar os prémios de jogos avaliados em 70 mil kuanzas por cada vitória obtida em casa e 80 mil para os jogos ganhos no campo do adversário. Nós tivemos 5 vitórias, sendo 2 em casa e as restantes três fora. Nenhum prémio foi honrado», explicou o sobrevivente.
No ano passado, recordou Gamba, uma equipa de juristas da Maboque deslocou-se a Benguela para manter contactos com o porta-voz dos sobreviventes. Debalde, e os reclamantes encaram agora recorrer ao Provedor de Justiça.
Solito Gamba acredita, todavia, na possibilidade de haver de novo conversações com o patrão, Armindo César.
Ouvido pela Ecclesia, o responsável do Gabinete de Imagem da Maboque garantiu que já foram pagos todos os valores durante seis meses, conforme a legislação laboral vigente no país.
O avião, do tipo CASA fabrico espanhol, havia sido alugado pela empresa Maboque, do senhor Armindo César, e levava a bordo 48 pessoas. Despenhou-se numa pequena montanha, nos arredores da vila de Catumbela, em Benguela.
Familiares das vítimas, amigos e sobreviventes realizaram ontem, em Benguela, actividades desportivas e recreativas para lembrar a data. Uma romagem ao cemitério municipal para deposição de coroa de flores nos túmulos dos malogrados fez parte, também, do programa.
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Data: 17 JUN 1995
Tipo: CASA 212 Aviocar 200
Opr.: Força Aérea Popular de Angola
Reg.: T-401
CN: 326
Fabricação: 1985
Fatalidades: 48 (53 POB)
Local: 15 km (9.4 mls) Oeste de Catumbela (Angola)
Origem: Ondjiva
Destino: Catumbela Airport (CBT)
Observações: Aeronave fretada em vôo doméstico transportando time de futebol.
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