As caixas pretas revelam: Falha humana foi o principal fator

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PETERSON

As caixas pretas revelam: Falha humana foi o principal fator

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A matéria completa esta no link abaixo


http://veja.abril.com.br/010807/p_058.shtml


A tragédia, segundo
as caixas-pretas

Os investigadores já sabem que um erro cometido
pelo comandante do Airbus da TAM impediu o avião
de desacelerar o suficiente ao pousar. Mas o comprimento
da pista, curta demais, e a falta de uma área de escape foram
decisivos para que o acidente produzisse tantas mortes


Marcio Aith, Fábio Portela e Julia Duailibi

Divulgação/Airbus


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Nesta reportagem
• Quadro: Tudo começou na cabine
Exclusivo on-line
• Em profundidade: Desastres aéreos

Um erro humano está na origem do pior acidente aéreo da história da aviação brasileira. As informações já obtidas por meio da análise das caixas-pretas do Airbus A320 da TAM – que no último dia 17 se chocou contra um prédio da companhia, causando a morte de 199 pessoas – indicam que o avião, ao pousar, não conseguiu desacelerar o suficiente por causa de um erro do comandante do vôo. Essas informações, ainda mantidas em sigilo pela comissão da Aeronáutica que investiga o acidente, mostram que uma das duas alavancas que regulam o funcionamento das turbinas, chamadas de manetes, estava fora de posição quando o avião tocou a pista principal do Aeroporto de Congonhas. O erro fez com que as turbinas do Airbus funcionassem em sentidos opostos: enquanto a esquerda ajudava o avião a frear, como era desejado, a direita o fazia acelerar. Com isso, o avião, que pousou a cerca de 240 quilômetros por hora, não conseguiu parar. As investigações revelam ainda que, apesar da chuva, não houve aquaplanagem na pista nem falha no sistema de freios dos pneus. A reportagem de VEJA apurou também que quem pilotava o Airbus no momento do acidente era o comandante Kleyber Lima, e não, como suspeitava a Aeronáutica, o co-piloto Henrique Stephanini Di Sacco, que fora demitido da Gol depois de três meses de trabalho e estava na TAM havia pouco tempo.

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
FALHA HUMANA
O co-piloto Stephanini (à esquerda) e o comandante Kleyber Lima, que pilotava o A320 na hora do acidente. Um erro no pouso fez com que o avião, sem controle, atravessasse a pista de Congonhas e se chocasse contra o prédio da TAM Express (no alto, o interior do prédio atingido)

A investigação completa do acidente deverá durar ainda dez meses. No entanto, já se chegou à conclusão de que o erro do piloto foi mesmo a causa inicial do acidente – que, não fosse pelas características da pista do Aeroporto de Congonhas, poderia ter tido conseqüências muito menores. Os motivos que levaram à queda do Airbus da TAM têm relação indireta com o fato de a aeronave estar voando naquele dia com o reverso direito travado. Reverso é um mecanismo que, ao inverter o fluxo de ar das turbinas, ajuda a desacelerar o avião. Como o sistema de frenagem de uma aeronave é composto de um conjunto de recursos, um aparelho pode voar sem problemas com um dos reversos desativados ou até com dois. Só que, quando isso acontece, o piloto, ao pousar, tem de operar os manetes de forma diferente da rotineira (veja quadro). E isso é o que pode ter confundido o comandante do vôo. Ao manter o manete da turbina direita – que estava com o reverso travado – em posição de aceleração, e não na posição "marcha lenta", ele impediu a frenagem completa do avião, que atravessou o fim da pista a uma velocidade próxima a 200 quilômetros por hora. Não se trata de um erro inédito. Ele foi cometido pelos pilotos de ao menos outras duas aeronaves do mesmo modelo, o A320 da Airbus. Tanto no desastre ocorrido em março de 1998, nas Filipinas, quanto no acidente que houve em 2004, no aeroporto de Taipei, em Taiwan, concluiu-se que houve falhas na operação dos manetes. As coincidências vão além: nos dois casos, os aviões estavam com uma das turbinas travadas, exatamente como no acidente da TAM. Nas Filipinas, um vôo da Philippine Airlines passou direto pela pista e só parou após se chocar com barracos de madeira nas proximidades. Em 2004, o fato se repetiu com rigorosa exatidão. Dessa vez, um A320 atravessou a pista do aeroporto de Taipei. Novamente as investigações mostraram que o manete da turbina que tinha o reverso travado estava na posição errada, empurrando o A320 para a frente.

Na quinta-feira, o brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) do Ministério da Defesa, disse que a aterrissagem com o reverso travado pode ter "influenciado psicologicamente" os pilotos. Disse ainda ser improvável que a ausência de ranhuras para escoamento de água em Congonhas, o grooving, tenha tido alguma relação com o acidente (chovia em São Paulo na noite do dia 17). A conclusão é que não houve aquaplanagem no dia da tragédia. Ela apóia-se em três evidências. A primeira delas é a ausência de marcas específicas na pista do aeroporto. Essas marcas são formadas quando a água sob os pneus de uma aeronave que está derrapando esquenta até o ponto de fervura. Elas são claras, muito diferentes das marcas negras causadas por frenagens normais. Na pista de Congonhas, tais marcas não foram encontradas. Os dados já colhidos nas caixas-pretas e a análise do que restou dos pneus do Airbus, encontrados nos escombros do prédio da TAM, afastaram de vez essa hipótese.

Fotos Reuters
uters
AS CAIXAS-PRETAS DO AIRBUS A320
FUNÇÃO – A Flight Data Recorder (à esq.), agora carbonizada, grava os dados técnicos do vôo, como o comportamento dos motores e do sistema de frenagem.
A Cockpit Voice Recorder (à dir.), também carbonizada, registra os diálogos mantidos na cabine, inclusive as conversas dos pilotos com a torre de comando
COR – Laranja
PESO – Cerca de 4,5 quilos cada uma
ONDE FICAM – Na cauda do avião
RESISTÊNCIA AO FOGO – Suportam até uma hora a 1 100 graus e até dez horas a 260 graus
RESISTÊNCIA À PRESSÃO DA ÁGUA – Resistem a uma profundidade de até 6 000 metros

Para os familiares do comandante, é um drama ver seu nome protagonizando um episódio que causou tanta dor – principalmente quando ele, uma das vítimas, não pode defender-se. Ocorre que, isolado, seu erro poderia ter uma dimensão muito menor. Bastava que a pista do Aeroporto de Congonhas fosse mais longa e tivesse uma área de escape. No caso do avião filipino, houve apenas três mortes, e todas em solo, por atropelamento. Todos os 130 ocupantes da aeronave sobreviveram. No acidente de Taipei, nem sequer houve feridos graves. Nos três eventos, além das coincidências entre os modelos e a situação mecânica dos aviões, também as condições de pouso eram semelhantes: o vento, o peso da aeronave e a velocidade com que ela se aproximou do solo estavam rigorosamente dentro dos padrões. Em Taipei, inclusive, caía uma chuva fraca, assim como em São Paulo. Por que, então, só aqui todos os ocupantes do avião morreram? Nas Filipinas, onde o acidente ocorreu com tempo seco, a pista tem 2.100 metros e se abre para uma área de várzea, onde havia alguns barracos que formavam uma ocupação irregular. Em Taipei, a pista de pouso é maior: tem 2.600 metros, mais 160 metros de área de escape. A extensão das pistas e as áreas de escape possibilitaram que, em ambos os casos, o erro dos pilotos pudesse ser corrigido a tempo – antes de se transformar em tragédia.

A Airbus, fabricante do A320, emitiu na terça-feira um comunicado mundial para seus clientes relembrando os procedimentos técnicos para aterrissagem com um dos reversos travado. A medida foi tomada cinco dias depois do início da análise das caixas-pretas do avião acidentado – trabalho que representantes da empresa acompanharam. Causa curiosidade o fato de um mesmo erro ter sido a causa de três acidentes, ao longo de uma década, sem que a empresa fizesse modificações substanciais nos equipamentos. A Aviation Safety Council, uma agência independente de Taiwan criada para investigar e prevenir acidentes aéreos, recomendou à Airbus, depois do acidente de 2004, que melhorasse o sistema responsável por alertar os pilotos quando os manetes se encontram na posição errada. Com o acidente da TAM, presume-se que nenhuma medida eficaz foi tomada nesse sentido. A mesma agência produziu um relatório com a transcrição da comunicação entre os tripulantes do avião acidentado no aeroporto de Taipei. Os diálogos gravados mostram o momento em que o piloto pousa e percebe que não consegue parar. Seguem-se segundos dramáticos, em que ele grita por cinco vezes: "No break" (sem breque) e "no break at all" ("nenhum breque"). Enquanto isso, o avião sai da pista principal e percorre a área de escape até finalmente encontrar as valas de drenagem, onde os trens de pouso atolam. O avião pára. A partir daí, as frases registradas pela caixa-preta, embora ainda tensas, são cheias de alívio. O piloto pede à torre ajuda do pessoal de terra e um tripulante dirige-se ao microfone para falar aos passageiros. Informa que o avião saiu da pista, pede desculpas pelo susto e diz que a situação é segura agora. Em Congonhas, os 187 ocupantes do Airbus A320 da TAM e as doze vítimas em solo não tiveram chance. A pista do aeroporto paulistano não deixa margem para nenhum tipo de erro. É o cenário ideal para tragédias.

Com reportagem de Marcelo Carneiro,
Guilherme Fogaça e Wanderley Prete Sobrinho

Romeo Alipalo/AP
NÃO FOI A PRIMEIRA VEZ
A pane ocorrida no pouso do avião da TAM, causada pelo posicionamento incorreto dos manetes, não é novidade na história da Airbus. Em 1998, nas Filipinas (foto acima), e em 2004, em Taipei (foto abaixo), dois A320 se acidentaram exatamente da mesma forma. Por falhas dos pilotos, e por falta de um sistema de alarme mais eficaz, os aviões pousaram com uma das turbinas freando e a outra acelerando. Nas Filipinas, houve três mortos. Em Taipei, nenhum. O pequeno número de vítimas se explica porque, ao contrário do que ocorreu em Congonhas, os aviões tiveram mais espaço para parar
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CHARLES SBBR
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Mensagem por CHARLES SBBR »

Mais já vazou? :(
Um abraço!!!
B767
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Mensagem por B767 »

Tudo p/vender revista e melhorar a cotacao de valores de propaganda veiculada.
Em respeito as familias e Comandante/Copila da aeronave, nao deviam ter disseminado esta noticia(que ainda aguarda ser oficializada pelas autoridades).
Marco SBCT
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Mensagem por Marco SBCT »

É a ânsia desmedida de tirar o Gioverno da responsabilidade !
O que não pode se defender fica como responsável.
A infraestrutura vai se eximindo aos poucos.
Lastimável o vazamento.
Marco A Moraes
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SBLO
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Mensagem por SBLO »

Calma, gente, calma, devagar com o andor que o santo é de barro!!!
Botar a culpa nos pilotos é a coisa mais fácil neste momento, pois eles já não estão mais entre nós para se defender.
Sinceramente, penso que enquanto não sair o relatório oficial do CENIPA sobre a tragédia, tudo o que se falar agora é mera especulação.
emedê
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Mensagem por emedê »

É muito perigoso uma revista de grande circulação como a Veja veicular esse tipo de coisa. O povo brasileiro, além de leigo em aviação, é um povo burro. E não falo só nos analfabetos e semi-analfabetos, estou falando da classe média brasileira. E se a mesma coisa for repetida no JN e Fantástico, o povinho vai sair por aí repetindo como se fosse a versão definitiva.
Jaguar
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Mensagem por Jaguar »

Bem se vê que estes orgãos de imprensa poderosos Rede Globo, Record, Revista Veja,etc. - em nome dos patrocinios- levanta hipóteses sem fundamento como pode em dez dias após o acidente já ter a causa principal? Os dados do FDR demoram para serem analisados. É fácil culpar o piloto afinal, o cara morreu isto isenta a TAM e o Governo Federal de qualquer culpa primária apenas secundária, ou seja, o erro do piloto, segundo a reportagem, não permitiu saber se a drenagem da pista ou a área de escape iria impedir ou minimizar o acidente ou se a manutenção da TAM falhou.

Jaguar
PETERSON

Mensagem por PETERSON »

Agora é o G1 apimentando mais as coisas e já evidenciando que a veja concluiu as investigações.
Daqui a alguns minutos o JN evidenciará ainda mais essas informações.

Acredito sinceramente como já disse que é em certo ponto coerente parte do que foi publicado, o que não quer dizer que eu concordo com a publicação no mínimo prematura para não dizer até irresponsável devido a complexidade dos fatores que somados convergem para um catastrofe aeronáutica.


Revista diz que piloto falhou ao pousar com reverso travado
Segundo a “Veja”, alavancas que controlam turbinas estavam em posição errada.
Falha técnica e condições da pista contribuíram para a magnitude do desastre.




A edição da “Veja” distribuída neste sábado (28) afirma que as caixas-pretas do Airbus da TAM, que explodiu no dia 17 de julho em São Paulo após colidir com um prédio da própria companhia aérea, apontam que o comandante da aeronave cometeu erro ao pousar.

No entanto a revista destaca que o comprimento da pista, considerada “curta demais”, e a falta de uma área de escape no Aeroporto de Congonhas contribuíram para que o acidente deixasse 199 mortos.



Veja a cobertura completa do acidente

Segundo a publicação, os pilotos não teriam deixado as manetes (alavancas que controlam a potência das turbinas) na posição correta quando o avião tocou a pista. A atitude teria feito com que a turbina esquerda freasse enquanto a direita acelerava.

Com isso, o avião que pousou a cerca de 240 km/h, não conseguiu parar. A “Veja” destaca que as informações são mantidas em sigilo pela Aeronáutica.

Na sexta (27), o chefe do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, havia confirmado a suspeita de que a tragédia foi motivada pela posição das manetes. “A primeira coisa é levantar uma suspeita. Pode existir uma suspeita. E é preferível errar por excesso.”

O brigadeiro ressaltou, porém, que as manetes não podiam ser consideradas um fator preponderante na tragédia. “Com certeza, são vários fatores. Um fator sozinho não vai levar ao acidente.”


A “Veja” concluiu que o acidente tem relação indireta com o fato de, naquele dia, o avião estar com o reverso direito travado. Reverso é o equipamento que inverte a pressão da turbina e ajuda a aeronave a frear.

O aparelho não impede a aeronave de pousar, mas segundo orientações da fabricante da aeronave, a Airbus, quando um dos reversos não está funcionando o modo de operar as manetes é diferente. E é aí que, segundo a revista, o piloto pode ter errado.

Na terça (24) a Airbus divulgou um novo comunicado relembrando os procedimentos para aterrissagem sem um dos reversos.

A reportagem diz que o erro humano já foi cometido pelo menos em outras duas ocasiões, em 1998 nas Filipinas e em 2004 em Taiwan, por conta da falta do reverso. Por conta disso, a Airbus até já teria recebido recomendações para melhorar o sistema de alerta quando as manetes estão em posição errada.

Segundo a revista, apesar de ter sido detectada falha humana, as investigações, que devem durar dez meses, mostrarão que se as condições da pista fossem adequadas o acidente não seria tão grave.


fonte: G1
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