O empresário Nenê Constantino continuará calado?
Moderador: Moderadores
Regras do fórum
As regras do fórum estão disponíveis CLICANDO AQUI.
As regras do fórum estão disponíveis CLICANDO AQUI.
- Marcelo Areias
- MASTER
- Mensagens: 3373
- Registrado em: Seg Dez 20, 2004 08:15
- Localização: Jundiaí-SP
O empresário Nenê Constantino continuará calado?
O empresário Nenê Constantino continuará calado?
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/
Se a memória do Tio Rei não falha — e raramente falha, ao menos por enquanto —, não houve, no Collorgate, uma só empresa investigada por conta de negócios escusos feitos com PC Farias. Lembro-me de notas frias passadas por ume empresa daquele senhor, a Tratoral, a respeitáveis marcas do capitalismo nativo. Havia a presunção de que as empresas foram chantageadas, coitadinhas. No recente escândalo do mensalão, um banco que também foi personagem do caso PC, o Rural, apareceu como palco da lambança. Que fim levou essa história?
Por que lembro isso? Vejam: se o empresário Nenê Constantino, um dos sócios da Gol, quiser mandar para este blog a sua versão dos fatos no caso Joaquim Roriz, eu a publicarei com prazer. Gostaria muito de saber o que ele tem a dizer. Tio Rei é aborrecidamente lógico: se há uma suspeita de que Joaquim Roriz fez lambança com uma montanha de R$ 2 milhões em dinheiro vivo — e se este dinheiro era de Constantino —, então é justo esperar que ele diga alguma coisa, não? Afinal, trata-se de um senador da República, de um ex-governador.
Há questões que não foram respondidas:
- O dinheiro veio mesmo da venda de uma fazenda para Dan Herbert, dono da empreiteira que fez o Metrô de Brasília quando Roriz era governador?
- Se, dos R$ 2,2 milhões sacados, Roriz só usou R$ 300 mil, o que se fez do R$ 1,9 milhão que sobrou? Foi devolvido a Constantino? Ele depositou? Continua tudo guardado debaixo do colchão?
- Fazenda, bezerra, depósito de dinheiro, tudo isso está devidamente documentado?
- Por que um senador da República e um grande empresário confiam tão pouco no sistema bancário brasileiro?
- A amizade entre Constantino e Roriz data de que período? Já fizeram outros negócios juntos?
O silêncio do empresário, convenham, é ensurdecedor. Até porque uma coisa resta como óbvia: ou Constantino limpa barra de Roriz, com uma narrativa inequívoca, ou se compromete junto com o amigo senador. Faz sentido isso que escrevo ou não?
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/
Se a memória do Tio Rei não falha — e raramente falha, ao menos por enquanto —, não houve, no Collorgate, uma só empresa investigada por conta de negócios escusos feitos com PC Farias. Lembro-me de notas frias passadas por ume empresa daquele senhor, a Tratoral, a respeitáveis marcas do capitalismo nativo. Havia a presunção de que as empresas foram chantageadas, coitadinhas. No recente escândalo do mensalão, um banco que também foi personagem do caso PC, o Rural, apareceu como palco da lambança. Que fim levou essa história?
Por que lembro isso? Vejam: se o empresário Nenê Constantino, um dos sócios da Gol, quiser mandar para este blog a sua versão dos fatos no caso Joaquim Roriz, eu a publicarei com prazer. Gostaria muito de saber o que ele tem a dizer. Tio Rei é aborrecidamente lógico: se há uma suspeita de que Joaquim Roriz fez lambança com uma montanha de R$ 2 milhões em dinheiro vivo — e se este dinheiro era de Constantino —, então é justo esperar que ele diga alguma coisa, não? Afinal, trata-se de um senador da República, de um ex-governador.
Há questões que não foram respondidas:
- O dinheiro veio mesmo da venda de uma fazenda para Dan Herbert, dono da empreiteira que fez o Metrô de Brasília quando Roriz era governador?
- Se, dos R$ 2,2 milhões sacados, Roriz só usou R$ 300 mil, o que se fez do R$ 1,9 milhão que sobrou? Foi devolvido a Constantino? Ele depositou? Continua tudo guardado debaixo do colchão?
- Fazenda, bezerra, depósito de dinheiro, tudo isso está devidamente documentado?
- Por que um senador da República e um grande empresário confiam tão pouco no sistema bancário brasileiro?
- A amizade entre Constantino e Roriz data de que período? Já fizeram outros negócios juntos?
O silêncio do empresário, convenham, é ensurdecedor. Até porque uma coisa resta como óbvia: ou Constantino limpa barra de Roriz, com uma narrativa inequívoca, ou se compromete junto com o amigo senador. Faz sentido isso que escrevo ou não?
_________________
Marcelo Areias
Marcelo Areias
-
- MASTER
- Mensagens: 1159
- Registrado em: Ter Dez 21, 2004 08:59
O LOUCO , essa não seria a melhor forma de tratar um senador mas...., disse em uma parte do seu discurso, que estava mais para uma enxurrada de palavras sem nenhuma coesão e tão pouco coerência, que " lutou de todas as formas para atrair a empresa do amigo para Brasília (leia-se GOL) afim de tentar resolver o problema dos controladores" Acreditem se quiserem!!!
Assisti a isso perplexo e estou desde então muito envergonhado!
Assisti a isso perplexo e estou desde então muito envergonhado!
Um abraço!!!
O Globo / Elio Gaspari – 01/07
Um gol contra num caso de sucesso
A Gol tornou-se a segunda maior companhia de transporte aéreo do país com simpatia, preços camaradas e obsessão pela competitividade. Quando a Varig ia às portas do BNDES pedir dinheiro para cobrir o buraco dos maganos que a saquearam, era um alívio pensar que ela poderia ser substituída por outra empresa, jovem, gentil e barata.
Em menos de dois anos, Nené Constantino, o patriarca da família que controla a empresa, levou a urucubaca de Wagner Canhedo para perto de seu desempenho.
Canhedo, que como Constantino tinha frotas de ônibus, comprou a Vasp em 1990. Aquilo que pareceu uma história de eficiência no amanhecer da privataria acabou num lamaçal de amigos do Palácio do Planalto. A Vasp quebrou, e Canhedo é visto hoje no noticiário policial.
Depois de ter feito o milagre da Gol em apenas seis anos de gestão, Constantino comprou a Varig por US$ 320 milhões, tendo como advogado um compadre de Nosso Guia, que o acompanhou numa visita ao palácio. Agora, a condição de amigo do senador Joaquim Roriz apensou-o à sua contabilidade bovina.
Se os Constantino não tomarem cuidado, transformam-se num estudo de caso de uma empresa que, tendo chegado a valer US$ 6 bilhões, decidiu arriscar a sorte investindo no veneno dos bons amigos de Brasília
Um gol contra num caso de sucesso
A Gol tornou-se a segunda maior companhia de transporte aéreo do país com simpatia, preços camaradas e obsessão pela competitividade. Quando a Varig ia às portas do BNDES pedir dinheiro para cobrir o buraco dos maganos que a saquearam, era um alívio pensar que ela poderia ser substituída por outra empresa, jovem, gentil e barata.
Em menos de dois anos, Nené Constantino, o patriarca da família que controla a empresa, levou a urucubaca de Wagner Canhedo para perto de seu desempenho.
Canhedo, que como Constantino tinha frotas de ônibus, comprou a Vasp em 1990. Aquilo que pareceu uma história de eficiência no amanhecer da privataria acabou num lamaçal de amigos do Palácio do Planalto. A Vasp quebrou, e Canhedo é visto hoje no noticiário policial.
Depois de ter feito o milagre da Gol em apenas seis anos de gestão, Constantino comprou a Varig por US$ 320 milhões, tendo como advogado um compadre de Nosso Guia, que o acompanhou numa visita ao palácio. Agora, a condição de amigo do senador Joaquim Roriz apensou-o à sua contabilidade bovina.
Se os Constantino não tomarem cuidado, transformam-se num estudo de caso de uma empresa que, tendo chegado a valer US$ 6 bilhões, decidiu arriscar a sorte investindo no veneno dos bons amigos de Brasília
-
- MASTER
- Mensagens: 1159
- Registrado em: Ter Dez 21, 2004 08:59
Acho que não se aplica!Frg_DF escreveu:O Globo / Elio Gaspari – 01/07
Um gol contra num caso de sucesso
A Gol tornou-se a segunda maior companhia de transporte aéreo do país com simpatia, preços camaradas e obsessão pela competitividade. Quando a Varig ia às portas do BNDES pedir dinheiro para cobrir o buraco dos maganos que a saquearam, era um alívio pensar que ela poderia ser substituída por outra empresa, jovem, gentil e barata.
Em menos de dois anos, Nené Constantino, o patriarca da família que controla a empresa, levou a urucubaca de Wagner Canhedo para perto de seu desempenho.
Canhedo, que como Constantino tinha frotas de ônibus, comprou a Vasp em 1990. Aquilo que pareceu uma história de eficiência no amanhecer da privataria acabou num lamaçal de amigos do Palácio do Planalto. A Vasp quebrou, e Canhedo é visto hoje no noticiário policial.
Depois de ter feito o milagre da Gol em apenas seis anos de gestão, Constantino comprou a Varig por US$ 320 milhões, tendo como advogado um compadre de Nosso Guia, que o acompanhou numa visita ao palácio. Agora, a condição de amigo do senador Joaquim Roriz apensou-o à sua contabilidade bovina.
Se os Constantino não tomarem cuidado, transformam-se num estudo de caso de uma empresa que, tendo chegado a valer US$ 6 bilhões, decidiu arriscar a sorte investindo no veneno dos bons amigos de Brasília
Um abraço!!!
-
- CMTE.
- Mensagens: 605
- Registrado em: Sáb Jan 06, 2007 23:26
- Localização: Alegrete, RS
As polêmicas de seu nenê
Por Gustavo Gantois e Hugo Studart
JOAQUIM RORIZ: MP suspeita de negócio com ex-senador
A história brasileira registra, com freqüência, a ambígua e perigosa relação entre empresários e políticos. Nas últimas semanas, o nome de Constantino de Oliveira, um dos homens mais ricos do País, veio à tona por conta do escândalo que culminou, na semana passada, com a renúncia do ex-senador Joaquim Roriz. Ex-governador de Brasília, Roriz começou a cair quando a Polícia Civil de Brasília divulgou gravações em que ele acertava com o expresidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura, a partilha de uma bolada de R$ 2,2 milhões, guardada no escritório do empresário. Ao investigar mais a fundo a origem do cheque, descontado por Roriz no BRB, o Ministério Público descobriu que há uma relação com os novos negócios de Seu Nenê, como Constantino é conhecido: depois de enriquecer com transporte público, tornar- se bilionário na aviação com a criação da Gol, seu foco agora está no mercado imobiliário.
Foi justamente nesse novo ramo que Seu Nenê envolveu-se em confusão. No início de março, ele foi avalista da compra de um terreno de 80 mil metros quadrados ao pé de uma estação de metrô de Brasília, entre o Park Shopping, o maior da cidade, e a Sociedade Hípica, local onde está prevista a construção da futura rodoviária da Capital. A compra foi fechada em R$ 47 milhões. O terreno, que pertencia ao Regius, o fundo de pensão do funcionários do BRB, havia sido vendido, dez meses antes e sem licitação, por R$ 15,2 milhões, ao ex-deputado federal Wigberto Tartuce. Nesse ínterim, em tramitação fulminante, a Câmara Legislativa permitiu que se ampliasse a área do terreno destinada à construção de 56 mil m2 para 128 mil m2. Com isso, hoje o imóvel é avaliado em R$ 128 milhões. Poucos dias depois da transação, Roriz e Franklin de Moura foram flagrados pela Polícia na conversa sobre a partilha do cheque. O Ministério Público suspeita que há relação direta entre os dois fatos. Oficialmente, quem comprou o terreno foi a empresa Aldebaran S/A, registrada em nome de Hegel Roberto Morhy, sócio também da empreiteira Antares. É aí que o negócio esbarra em Constantino: segundo fontes de mercado, a construtora está por trás dos negócios imobiliários da família.
ESTILOS OPOSTOS: com o filho Júnior (à dir.), presidente da moderna Gol: o pai negocia no fio do bigode
Há dois anos, a Antares estava praticamente quebrada. Foi nessa época que Nenê alardeou ao mercado imobiliário que entraria no setor. Desde então, a Antares deslanchou, lançando um prédio a cada dois meses. No ano passado, apenas em terrenos da Terracap (estatal que administra imóveis em Brasília) a empresa desembolsou quase R$ 46 milhões -- uma das maiores construtoras de Brasília, a Paulo Octavio, do vicegovernador do DF, comprou R$ 20 milhões entre 2000 e 2006. Também pela Antares, Seu Nenê estaria tentando comprar um esqueleto ao lado do Brasília Shopping. Antes, porém, busca convencer o governador José Roberto Arruda a retirá-lo da lista de demolições que vem promovendo pela cidade.
A jóia da coroa de Constantino, no entanto, é um novo shopping às margens do Lago Paranoá. A obra começou no Carnaval e deve ser inaugurada em setembro. O terreno pertence à filha dele, Cristiana, e está sendo tocada pelo genro, Vitor Forest. O que há de polêmico é que, há 40 anos, o local abrigava o restaurante Xadrezinho, o predileto do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Na década de 60, antes do Piantella, era o principal reduto das articulações políticas na Capital. O gabarito do terreno também foi alterado. Com isso, o projeto, que era previsto em 4,3 mil m2, passou para 30 mil m2 e inclui até mesmo uma academia de ginástica que tem como sócio o jogador de futebol Ronaldo Fenômeno. Mesmo sem nenhum indício de irregularidade, há uma ação na Justiça contra a construção.
A MENINADOS- OLHOS: shopping em construção às margens do Lago Paranoá: ali funcionou o restaurante favorito de JK
Aos 85 anos, Nenê poderia estar usufruindo sua mansão na Península dos Ministros. Mas ele insiste em tocar pessoalmente novos negócios. Um deles Nenê ainda luta para efetivar. Trata-se da compra, por triangulação, de um terreno de 25 hectares nas redondezas do aeroporto de Brasília, que a Terracap arrendou para a Infraero até 2012. No início de 2006, a Infraero pediu à Terracap para comprar a área por venda direta. O terreno é avaliado em R$ 200 milhões, mas o valor acertado com a então presidente da Terracap, a atual senadora Maria Julia Monteiro, foi uma barbada: R$ 42 milhões. Antes da concretização do negócio, porém, houve uma reviravolta. O diretor de administração da Infraero, Marco Antonio Marques, pediu que em vez da venda direta, o imóvel fosse oferecido em licitação. Ou seja, se alguém desse um lance maior, levaria o terreno.
A licitação foi marcada para 9 de janeiro deste ano. Mas Arruda, recém-empossado governador, mandou cancelar o leilão. Desde então, Antonio Gomes, novo presidente da Terracap, tem reportado ao governador pedidos insistentes de vários interessados na retomada da licitação, entre eles um telefonema de Roriz e uma visita de Constantino, levado por Gim Argello, suplente que deve assumir a vaga de Roriz no Senado. "É do meu interesse e do Seu Nenê comprar o lote", pediu Gim. "Se eu fizer isso eu vou preso", respondeu Gomes, segundo a reprodução do diálogo que fez a Arruda. Procurado pela DINHEIRO, Constantino não quis se pronunciar.
Com a fortuna familiar estimada em US$ 4,4 bilhões, Nenê Constantino, apesar do jeito acanhado, faz questão de colocar seu rosto em todos os negócios que trata. Mineiro de Patrocínio, negocia à moda antiga, no fio do bigode, sempre mantendo boa relação com o poder público, desde as primeiras concessões de linhas de ônibus em Brasília. Um estilo bem diferente do que seu filho, Constantino Junior, formado por modernas técnicas de administração, implantou na Gol.
Por Gustavo Gantois e Hugo Studart
JOAQUIM RORIZ: MP suspeita de negócio com ex-senador
A história brasileira registra, com freqüência, a ambígua e perigosa relação entre empresários e políticos. Nas últimas semanas, o nome de Constantino de Oliveira, um dos homens mais ricos do País, veio à tona por conta do escândalo que culminou, na semana passada, com a renúncia do ex-senador Joaquim Roriz. Ex-governador de Brasília, Roriz começou a cair quando a Polícia Civil de Brasília divulgou gravações em que ele acertava com o expresidente do Banco de Brasília (BRB), Tarcísio Franklin de Moura, a partilha de uma bolada de R$ 2,2 milhões, guardada no escritório do empresário. Ao investigar mais a fundo a origem do cheque, descontado por Roriz no BRB, o Ministério Público descobriu que há uma relação com os novos negócios de Seu Nenê, como Constantino é conhecido: depois de enriquecer com transporte público, tornar- se bilionário na aviação com a criação da Gol, seu foco agora está no mercado imobiliário.
Foi justamente nesse novo ramo que Seu Nenê envolveu-se em confusão. No início de março, ele foi avalista da compra de um terreno de 80 mil metros quadrados ao pé de uma estação de metrô de Brasília, entre o Park Shopping, o maior da cidade, e a Sociedade Hípica, local onde está prevista a construção da futura rodoviária da Capital. A compra foi fechada em R$ 47 milhões. O terreno, que pertencia ao Regius, o fundo de pensão do funcionários do BRB, havia sido vendido, dez meses antes e sem licitação, por R$ 15,2 milhões, ao ex-deputado federal Wigberto Tartuce. Nesse ínterim, em tramitação fulminante, a Câmara Legislativa permitiu que se ampliasse a área do terreno destinada à construção de 56 mil m2 para 128 mil m2. Com isso, hoje o imóvel é avaliado em R$ 128 milhões. Poucos dias depois da transação, Roriz e Franklin de Moura foram flagrados pela Polícia na conversa sobre a partilha do cheque. O Ministério Público suspeita que há relação direta entre os dois fatos. Oficialmente, quem comprou o terreno foi a empresa Aldebaran S/A, registrada em nome de Hegel Roberto Morhy, sócio também da empreiteira Antares. É aí que o negócio esbarra em Constantino: segundo fontes de mercado, a construtora está por trás dos negócios imobiliários da família.
ESTILOS OPOSTOS: com o filho Júnior (à dir.), presidente da moderna Gol: o pai negocia no fio do bigode
Há dois anos, a Antares estava praticamente quebrada. Foi nessa época que Nenê alardeou ao mercado imobiliário que entraria no setor. Desde então, a Antares deslanchou, lançando um prédio a cada dois meses. No ano passado, apenas em terrenos da Terracap (estatal que administra imóveis em Brasília) a empresa desembolsou quase R$ 46 milhões -- uma das maiores construtoras de Brasília, a Paulo Octavio, do vicegovernador do DF, comprou R$ 20 milhões entre 2000 e 2006. Também pela Antares, Seu Nenê estaria tentando comprar um esqueleto ao lado do Brasília Shopping. Antes, porém, busca convencer o governador José Roberto Arruda a retirá-lo da lista de demolições que vem promovendo pela cidade.
A jóia da coroa de Constantino, no entanto, é um novo shopping às margens do Lago Paranoá. A obra começou no Carnaval e deve ser inaugurada em setembro. O terreno pertence à filha dele, Cristiana, e está sendo tocada pelo genro, Vitor Forest. O que há de polêmico é que, há 40 anos, o local abrigava o restaurante Xadrezinho, o predileto do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Na década de 60, antes do Piantella, era o principal reduto das articulações políticas na Capital. O gabarito do terreno também foi alterado. Com isso, o projeto, que era previsto em 4,3 mil m2, passou para 30 mil m2 e inclui até mesmo uma academia de ginástica que tem como sócio o jogador de futebol Ronaldo Fenômeno. Mesmo sem nenhum indício de irregularidade, há uma ação na Justiça contra a construção.
A MENINADOS- OLHOS: shopping em construção às margens do Lago Paranoá: ali funcionou o restaurante favorito de JK
Aos 85 anos, Nenê poderia estar usufruindo sua mansão na Península dos Ministros. Mas ele insiste em tocar pessoalmente novos negócios. Um deles Nenê ainda luta para efetivar. Trata-se da compra, por triangulação, de um terreno de 25 hectares nas redondezas do aeroporto de Brasília, que a Terracap arrendou para a Infraero até 2012. No início de 2006, a Infraero pediu à Terracap para comprar a área por venda direta. O terreno é avaliado em R$ 200 milhões, mas o valor acertado com a então presidente da Terracap, a atual senadora Maria Julia Monteiro, foi uma barbada: R$ 42 milhões. Antes da concretização do negócio, porém, houve uma reviravolta. O diretor de administração da Infraero, Marco Antonio Marques, pediu que em vez da venda direta, o imóvel fosse oferecido em licitação. Ou seja, se alguém desse um lance maior, levaria o terreno.
A licitação foi marcada para 9 de janeiro deste ano. Mas Arruda, recém-empossado governador, mandou cancelar o leilão. Desde então, Antonio Gomes, novo presidente da Terracap, tem reportado ao governador pedidos insistentes de vários interessados na retomada da licitação, entre eles um telefonema de Roriz e uma visita de Constantino, levado por Gim Argello, suplente que deve assumir a vaga de Roriz no Senado. "É do meu interesse e do Seu Nenê comprar o lote", pediu Gim. "Se eu fizer isso eu vou preso", respondeu Gomes, segundo a reprodução do diálogo que fez a Arruda. Procurado pela DINHEIRO, Constantino não quis se pronunciar.
Com a fortuna familiar estimada em US$ 4,4 bilhões, Nenê Constantino, apesar do jeito acanhado, faz questão de colocar seu rosto em todos os negócios que trata. Mineiro de Patrocínio, negocia à moda antiga, no fio do bigode, sempre mantendo boa relação com o poder público, desde as primeiras concessões de linhas de ônibus em Brasília. Um estilo bem diferente do que seu filho, Constantino Junior, formado por modernas técnicas de administração, implantou na Gol.
-
- CMTE.
- Mensagens: 605
- Registrado em: Sáb Jan 06, 2007 23:26
- Localização: Alegrete, RS