VARIG É BRASIL

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edu
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VARIG É BRASIL

Mensagem por edu »

Paulo Sant'ana

Colunista Jornal zero Hora-RBS

11/04/2006

Varig é Brasil!


Na verdade, a gente não sabe o que pensa o governo federal sobre a Varig. Supõe-se que à última hora o governo socorrerá a Varig, por isso não se instala um terror entre seus funcionários e uma aflição entre os usuários dos vôos.

Mas e se o governo estiver decidido a não ajudar a Varig, já pensaram na catástrofe social que se instalará entre seus servidores, mais ainda entre os aposentados que tiram seu sustento do fundo específico da empresa?


***

Sabe-se que há um princípio de que as empresas privadas não podem ser amparadas pelo poder público quando entram em espiral falimentar.

Mas a Varig é um caso especial, a aviação brasileira em toda a sua história é inseparável da Varig.

A Varig em todos esses anos se encarregou das linhas deficitárias, ela foi a grande bandeirante do progresso brasileiro, espalhando por todo o Brasil as suas sentinelas do desenvolvimento.

Seria justo agora o Brasil voltar as suas costas à Varig?

***

A Varig de certo modo se incorporou à nacionalidade, foi parceira do Brasil durante os últimos 79 anos, desde que nosso país engatinhava economicamente.

E se hoje de certo modo somos um país viável, cheio de dificuldades mas inserido na economia globalizada, devemos à Varig uma grande parcela desse desenvolvimento.

É uma empresa nossa, que não só alavancou o progresso brasileiro como prestou grandes serviços a nosso povo.

Pode em alguns períodos ter sido mal gerida, mas faz parte da identidade brasileira.

Seria lamentável que o Brasil voltasse suas costas à Varig, que tanto colaborou para que nos orgulhássemos de nossa maioridade econômica e política, deixando-a agora morrer de inanição.

***

Quantas e quantas outras empresas brasileiras foram socorridas pelos sucessivos governos e que não tinham a história da Varig, que não tinham seu nome ligado umbilicalmente ao país como ela?

Quantas e quantas centenas de bilhões de reais escoaram pelos ralos de desperdício das administrações públicas e dos bancos oficiais, sem qualquer nexo causal e de mérito como o que ostenta a Varig?

Penso que seria uma ingratidão que o Brasil agora deixasse a Varig à beira da estrada, sem sua ajuda.

Ajudar a Varig significa ajudar o Brasil, quer dizer acreditar no Brasil e nos seus valores mais intrínsecos e históricos.

***

É possível que o capitalismo na sua visão mais pragmática não tenha lugar para o sentimentalismo.

Mas o estado pré-falimentar da Varig não se enquadra num dogma meramente capitalista ou neoliberal.

É acima de tudo uma questão política. É uma questão de brasilidade.

O Brasil permitir que a Varig, com tanta potencialidade ainda para continuar a prestar os relevantes serviços que tanto contribuíram para nossa grandeza, naufrague na extinção, soa como separar-se o Brasil, por abandono e por automutilação, de um pedaço da sua própria integridade.

***

A Varig é talvez mais brasileira que a Vale do Rio Doce, que o país viabilizou pela privatização, custando-lhe os olhos da cara.

A Varig talvez seja só menos brasileira que a Petrobras, que atinge atualmente alturas condoreiras.

Petrobras, Vale do Rio Doce e Varig são coisas nossas, são parte do nosso corpo e da nossa alma, são inseparáveis da nossa personalidade de nação, da nossa história.

A Varig, definitivamente não pode ser considerada, nesta hora decisiva, como um estorvo para o Brasil. Antes de tudo, ela foi, é e temos certeza de que continuará sendo um orgulho para o Brasil e para os brasileiros.




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AB3
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Mensagem por AB3 »

Ou seja O ÓBVIO todo mundo vê, menos os engravatados de Brasília... será que lá o idioma é outro que eles não entendem nada?

VERGONHA DE SER BRASILEIRO!
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edu
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Mensagem por edu »

AB3. Boa noite!

CONCORDO PLENAMENTE, COM VOCÊ. VERGONHA DE SER BRASILEIRO.
LEIA , TAMBÉM " ALGO DE ESTRANHO NO REINO DA AVIAÇÃO"

Edu
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SBLO
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Mensagem por SBLO »

Engraçado como são as coisas, né.
Se fosse um banco, nosso "ilustre" Governo não pensaria duas vezes em injetar uma exorbitante quantia de dinheiro, leia-se PROER, para beneficiar um banqueiro.
Agora, quando se trata de salvar o emprego de não só mais de 10 mil empregos diretos, e outros 50 mil indiretos, o Governos simplesmente lava as mãos, pouco se "lixando" para a iminente catástrofe da falência da VARIG.
E o maior paradoxo disso tudo é que o partido do Governo teve suas origens nos movimentos sindicais e trabalhistas, que lutavam por melhores condições de trabalhjo e salários. Toda essa ideologia se perdeu no tempo e no mar de lama no qual se meteu.
Sinceramente, tem horas que dá vergonha de ser honesto nesse país enlameado pela corrupção.
Desculpe o desabafo, mas como parte da família Variguiana, não poderia me calar nessas horas.
Abraços a todos
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Schneider
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Mensagem por Schneider »

Esta omissão dos que estão (temporariamente) em Brasília me preocupa. Se lá é o centro das decisões, a coisa vai mal....
Há interesses nessa jogada. Quem está dando as cartas? E quem é o parceiro nessa rodada?
GuinhoBSB
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Mensagem por GuinhoBSB »

SBLO escreveu:Se fosse um banco, nosso "ilustre" Governo não pensaria duas vezes em injetar uma exorbitante quantia de dinheiro, leia-se PROER, para beneficiar um banqueiro.
Não que eu esteja defendendo ou discutindo sobre a ética ou legalidade de se ajudar bancos, como foi o Proer. Mas se um banco quebra, ele corre o risco de levar consigo todas as empresas que tenham dinheiro investido nele. Se o Bamerindus não tivesse sido comprado pelo HSBC (operação que foi auxiliada pelo Proer) e tivesse quebrado, por exemplo, levaria com ele quase todas as cooperativas agrícolas do Paraná. Uma situação hipotetica de quebra do Bradesco, por exemplo, levaria para o buraco até a Vale do Rio Doce junto! Sem mencionar os correntistas, assustados, que sacariam suas poupanças todos de uma vez só, até de bancos em situação tranqüila, causando uma quebradeira generalizada do sistema bancário e uma crise que afetaria todos os setores da economia.

Só falei isso porque já vi outras pessoas fazendo essa compração com os bancos, mas não é tão simples quanto parece. Tem que se analizar mais profundamente. :wink:
Rodrigo Conte
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Vector
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Re: VARIG É BRASIL

Mensagem por Vector »

edu escreveu:Paulo Sant'ana

Colunista Jornal zero Hora-RBS

11/04/2006

Varig é Brasil!


Na verdade, a gente não sabe o que pensa o governo federal sobre a Varig. Supõe-se que à última hora o governo socorrerá a Varig, por isso não se instala um terror entre seus funcionários e uma aflição entre os usuários dos vôos.

Mas e se o governo estiver decidido a não ajudar a Varig, já pensaram na catástrofe social que se instalará entre seus servidores, mais ainda entre os aposentados que tiram seu sustento do fundo específico da empresa?


***

Sabe-se que há um princípio de que as empresas privadas não podem ser amparadas pelo poder público quando entram em espiral falimentar.

Mas a Varig é um caso especial, a aviação brasileira em toda a sua história é inseparável da Varig.

A Varig em todos esses anos se encarregou das linhas deficitárias, ela foi a grande bandeirante do progresso brasileiro, espalhando por todo o Brasil as suas sentinelas do desenvolvimento.

Seria justo agora o Brasil voltar as suas costas à Varig?

***

A Varig de certo modo se incorporou à nacionalidade, foi parceira do Brasil durante os últimos 79 anos, desde que nosso país engatinhava economicamente.

E se hoje de certo modo somos um país viável, cheio de dificuldades mas inserido na economia globalizada, devemos à Varig uma grande parcela desse desenvolvimento.

É uma empresa nossa, que não só alavancou o progresso brasileiro como prestou grandes serviços a nosso povo.

Pode em alguns períodos ter sido mal gerida, mas faz parte da identidade brasileira.

Seria lamentável que o Brasil voltasse suas costas à Varig, que tanto colaborou para que nos orgulhássemos de nossa maioridade econômica e política, deixando-a agora morrer de inanição.

***

Quantas e quantas outras empresas brasileiras foram socorridas pelos sucessivos governos e que não tinham a história da Varig, que não tinham seu nome ligado umbilicalmente ao país como ela?

Quantas e quantas centenas de bilhões de reais escoaram pelos ralos de desperdício das administrações públicas e dos bancos oficiais, sem qualquer nexo causal e de mérito como o que ostenta a Varig?

Penso que seria uma ingratidão que o Brasil agora deixasse a Varig à beira da estrada, sem sua ajuda.

Ajudar a Varig significa ajudar o Brasil, quer dizer acreditar no Brasil e nos seus valores mais intrínsecos e históricos.

***

É possível que o capitalismo na sua visão mais pragmática não tenha lugar para o sentimentalismo.

Mas o estado pré-falimentar da Varig não se enquadra num dogma meramente capitalista ou neoliberal.

É acima de tudo uma questão política. É uma questão de brasilidade.

O Brasil permitir que a Varig, com tanta potencialidade ainda para continuar a prestar os relevantes serviços que tanto contribuíram para nossa grandeza, naufrague na extinção, soa como separar-se o Brasil, por abandono e por automutilação, de um pedaço da sua própria integridade.

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A Varig é talvez mais brasileira que a Vale do Rio Doce, que o país viabilizou pela privatização, custando-lhe os olhos da cara.

A Varig talvez seja só menos brasileira que a Petrobras, que atinge atualmente alturas condoreiras.

Petrobras, Vale do Rio Doce e Varig são coisas nossas, são parte do nosso corpo e da nossa alma, são inseparáveis da nossa personalidade de nação, da nossa história.

A Varig, definitivamente não pode ser considerada, nesta hora decisiva, como um estorvo para o Brasil. Antes de tudo, ela foi, é e temos certeza de que continuará sendo um orgulho para o Brasil e para os brasileiros.




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Para mim a Varig não é mais, nem menos, do que qualquer empresa áerea nacional. Foi a maior, com certeza a mais tradicional e de mais nome no exterior... mas nada é insubstituível.
Não gosto de colocar da posição de colocá-la num pedestal.

Acho porém que deveria sim ser arranjada uma maneira de mantê-la operando, voando.... mas ela tem o mesmo direito a isso que a VASP, a Transbrasil, a TAM ou qualquer outra.

Acho que a solução seria ela encolher radicalmente... se desfazer de metade da frota e padronizar o que sobrar, se concentrar somente nos vôos internacionais e em poucas rotas nacionais, demitir mais da metade de seu quadro funcional, afastar de vez a FRB, etc, etc...

O Governo brasileiro deveria ter um programa de auxílio como tem os EUA, onde o governo ajuda as empresa aéreas desde que esta cumpra uma série de requisitos e apresente e efetivamente cumpra um plano de recuperação.

Sds,
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abarbier
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Mensagem por abarbier »

GuinhoBSB escreveu:
SBLO escreveu:Se fosse um banco, nosso "ilustre" Governo não pensaria duas vezes em injetar uma exorbitante quantia de dinheiro, leia-se PROER, para beneficiar um banqueiro.
Não que eu esteja defendendo ou discutindo sobre a ética ou legalidade de se ajudar bancos, como foi o Proer. Mas se um banco quebra, ele corre o risco de levar consigo todas as empresas que tenham dinheiro investido nele. Se o Bamerindus não tivesse sido comprado pelo HSBC (operação que foi auxiliada pelo Proer) e tivesse quebrado, por exemplo, levaria com ele quase todas as cooperativas agrícolas do Paraná. Uma situação hipotetica de quebra do Bradesco, por exemplo, levaria para o buraco até a Vale do Rio Doce junto! Sem mencionar os correntistas, assustados, que sacariam suas poupanças todos de uma vez só, até de bancos em situação tranqüila, causando uma quebradeira generalizada do sistema bancário e uma crise que afetaria todos os setores da economia.

Só falei isso porque já vi outras pessoas fazendo essa compração com os bancos, mas não é tão simples quanto parece. Tem que se analizar mais profundamente. :wink:
O Bamerindus era um banco atuante no Brasil todo, mas o Marka e o Fonte Cindan eram bancos de investimentos de apadrinhados de Brasília. Foram socorridos pelo Proer porque, de acordo com o Governo na época, colocariam em risco todo o sistema financeiro nacional...
foxtrot
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Registrado em: Sáb Set 17, 2005 13:32

Mensagem por foxtrot »

Não gostaria de criar polêmica, nem despertar a antipatia, muito menos a ira de ninguém, mas quem esta com pena da situação da Varig, recomendo ler o livro POUSO FORÇADO sobre a história da Panair do autor Daniel Leb Sasaki, depois façam seus comentários, e também consulte os pilotos da Cruzeiro, Rio Sul e Nordeste.
Abraços a todos e me desculpem o desabafo, mas todos ficam como vidos sem saber a real história da empresa, "pioneira".
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