UE reclama de EUA por restringir informações sobre a Boeing

[Felipe Weber]

A União Européia (UE) criticou hoje os EUA por se negarem a entregar informações sobre as subvenções públicas que Washington dá à empresa aeronáutica Boeing e que estão sendo analisadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Lamentamos que os Estados Unidos continuem negando à União Européia o acesso a informações às quais deveria ter acesso segundo as regras da OMC", afirmou hoje o representante da delegação comunitária na reunião do Órgão de Solução de Diferenças (OSD) da instituição multilateral de comércio.

A UE e Washington fizeram denúncias mútuas no âmbito da OMC, com sede em Genebra, por afirmarem que são ilegais os subsídios que respectivamente concedem à Airbus e à Boeing, empresas de aviação.

A OMC já abriu dois grupos de arbitragem (o último no dia 17 de fevereiro) para determinar a legalidade ou não dos subsídios dados às empresas.

O segundo grupo foi estabelecido durante uma demanda dos europeus para que Washington desse informações sobre as ajudas, em particular às dadas através da Nasa e do Pentágono. Porém, os EUA se negaram a dar as informações.

"Os Estados Unidos decidiram reter informações unilateralmente, citando várias razões, como as leis para o controle das exportações", disse o representante do bloco europeu, que, no entanto, afirmou que "a UE continua aberta ao diálogo".

Já o representante americano rejeitou as críticas da UE e disse que seu país está seguindo as regras da OMC relacionadas à entrega de informações ligadas a um litígio, além de ter entregado "mais de 40.000 páginas de informação, a maioria pertencente a programas da Nasa e do Departamento de Defesa".

Segundo documentos dados por Bruxelas à OMC, estas são subvenções que não são provenientes da Administração central americana, mas que vêm de autoridades locais e estaduais, especificamente de Kansas, Illinois e Washington, embora também possam vir da Nasa e dos Departamentos de Defesa e Comércio.

Segundo a UE, a Boeing recebeu mais de 22 bilhões de dólares durante a última década em forma de ajudas governamentais, enquanto os EUA dizem que o consórcio europeu Airbus recebeu mais de 15 bilhões de dólares da mesma forma.

Conforme aos prazos previstos, existe a expectativa de resoluções para os dois casos em julho.


Fonte: INVERTIA