1º B737NG GOL para Scrap

[Maurício]

Via Skyliner
O Boeing 737-700, prefixo PR-GOL (1º B737NG da GOL), cn 28004, 1º voo em 29/12/1997 (14,3 anos), desde 2000 na GOL, foi para GWO for part-out & scrap.

[Afonso]

Ainda bem que nesse eu voei rsrsrs

[Electra]

E cd vez mais, os aviões são sucateados mais novos . Daqui a pouco, a gente vai ter que fazer uma lista pra saber qual avião comercial foi sucateado mais cedo, qual o que foi sucateado com menos horas de vôo e qual o que foi sucateado com menos ciclos.
Neste caso, fico mais triste por ser o primeiro avião de uma empresa que já construiu uma história bem relevante. Desde que a Gol se consolidou, sempre imaginei o PR-GOA ou o PR-GOL preservados num museu no futuro. De certa forma, podemos dizer que este fim do PR-GOL é até mais trágico que o do PP-SMA que, pelo menos, ainda está lá, cd vez mais difícil de ser preseravado, mas está. Que o PR-GOA não siga o msm caminho!

[Tico]

Amigos

Alguém poderia me explicar a causa, motivo, razão ou circustância (By Prof. Girafales) desse scrap tão cedo? Tem alguns que acontecem ainda com menos anos de uso. Queria saber qual o critério preponderante para essa decisão.

[Constellation]

Amigos

Alguém poderia me explicar a causa, motivo, razão ou circustância (By Prof. Girafales) desse scrap tão cedo? Tem alguns que acontecem ainda com menos anos de uso. Queria saber qual o critério preponderante para essa decisão.

Tico, é questão de dinheiro. Quando o avião chega ao um determinado número de ciclos, tem que cumprir programas de manutenção, normalmente bem caros. Então, a empresa faz as contas: quanto valerá o avião no mercado, depois de cumprir os tais programas. Conforme o valor, não compensa fazer tais manutenções, e é melhor desmontar, pois ele valerá mais em componentes.

Exemplo: Uma aeronave vale US$ 18 milhões, no estado em que se encontra. Precisa de um gasto de US$ 4 milhões, para continuar em operação. Então, teoricamente valeria US$ 22 milhões depois de pronto. Normalmente, isso não acontece, e é normal que valha, no mercado, por exemplo, US$ 20 milhões. Então, se os engenheiros avaliarem os seus componentes em US$ 19 milhões, com a aeronave desmontada, é melhor desmanchar e comprar outra por US$ 20 milhões, e fica-se com uma aeronave operacional gastando-se US$ 3 milhões a menos. Negocião...

Existe outra hipótese: normalmente, peças de reposição custam mais caro avulsas do que montadas na aeronave. Muitas vezes, o dobro ou até o triplo do preço. Então, se eu tenho uma frota de 20 aviões, todos do mesmo tipo, eu compraria uns dois ou três, novos, para servir de "almoxarifado". Se isso vale para aeronaves novas, imagine para aeronaves de 8 ou mais anos de uso?

Existem transportadoras terrestres que compram grandes frotas de um único tipo de caminhão. Ao invés de gastar uma fortuna na aquisição de peças de reposição, eles simplesmente compram alguns caminhões novos, e nem registram e emplacam os mesmos no Detran, mandam direto pro desmanche, para fornecer peças aos demais. No caso de aviões, a lógica é a mesma. A EasyJet já está picando pelo menos três -700, fabricados em 2004: G-EZKC, G-EZKD e G-EZKG. O fabricante não está nem aí, pra eles é melhor vender aeronaves do que componentes, pois componentes vão equipar aeronaves já desgastadas, cujo risco global de falha é maior, mas com a mesma responsabilidade.

Se eu fosse um executivo da Boeing, por exemplo, sairia comprando, por exemplo, todos os 737 Classic (-300, -400 e -500) no mercado e derretia tudo, sem oferecer as peças usadas no mercado. Isso encareceria o preço das peças, que logicamente não seriam oferecidas novas pelo fabricante, e encareceria, ou mesmo inviabilizaria, a manutenção desses velhos aviões no mercado, criando um mercado para as aeronaves novas, que eu mesmo venderia para eles. Uma frota mais nova voando teria risco muito menor para o fabricante e daria margem a novos negócios. O único risco seria o operador passar a voar aeronaves do fabricante concorrente, mas como provavelmente eles trabalharão no mesmo esquema, é um risco aceitável.

Ainda, se eu fosse executivo da Boeing, faria uma grande campanha para retirar os MD-11 do mercado de carga, oferecendo modelos 777F e 747F no lugar deles. Os MD-11 são modelos de grande sucesso no mercado de carga, tanto que nenhum deles, não acidentado, foi desmanchado até agora. O B747-8F patina no mercado, por sua vez. Então, eu ajudaria a homologar uma empresa de manutenção para converter velhos B777 em cargueiros, especialmente os A-Market, que valem mais picados que inteiros, e compraria os MD-11, derretia tudo, retirando peças de reposição do mercado. Os operadores quase que se veriam obrigados a vender os aviões antes que seu preço ficasse no fundo do poço... Quanto mais o preço baixasse, mais eu compraria, e mais eu derretia. Eu ainda teria um bom e novo mercado para os 747-8F, de quebra, mesmo certificando um 777 cargueiro convertido. Meus principais concorrentes, Embraer e Airbus, ainda engatinham no mercado de cargueiros...

Caso eu fosse executivo da Embraer, eu faria uma ação no sentido de retirar os velhos Brasília do mercado. Já estão velhos, e uma grande maioria está na mão de operadores pouco confiáveis... É um avião difícil de voar, muito rápido, cheio de manhas e complicado. Isso aumenta a possibilidade de acidentes, que são um problema sério para o fabricante. Com mais dinheiro em caixa, já começaria, até mesmo, a comprar e "estocar" os ERJ-145 mais antigos.

Todavia, não sou executivo nem da Boeing e nem da Embraer... sou apenas um professor de aviação. Pra mim, cada avião é quase como um ser vivo, e eu quase choro ao ver um 747 ser desmontado, ainda que ele tenha uns 30 anos de voo. Mas como vocês podem ver, no mundo onde o dinheiro manda, não há muito espaço para sentimentalismos.

Grande abraço.

[Tico]

Obrigado Professor! Ótima explicação.

Abraços!

[Starliner]

Pena que as "Linhas Aéeas Inteligentes" não pensaram em preservar o PR-GOL, afinal um avião significativo para ela.
Já que não vale quase nada poderia ficar em exposição perto do Hangar de CNF. Naturalmente em área pública não, pois
no Brasil avião em praça vira Mictório, Motel ou "tacam" fogo nele, vide casos passados.

Starliner.

[AB3]

verdade Starliner, há espaço num canteirão ali de CNF sim para ter o PR-GOL preservado e outra, tiraria tudo de dentro e pt... mas... eles querem é GRANA, não querem preservar nada... alias se bobear nem a marca GOL será preservada daqui a um tempo, sigo prevendo uma BIG WEBJET e um SMALL GOL em questão de meses

[Constellation]

verdade Starliner, há espaço num canteirão ali de CNF sim para ter o PR-GOL preservado e outra, tiraria tudo de dentro e pt... mas... eles querem é GRANA, não querem preservar nada... alias se bobear nem a marca GOL será preservada daqui a um tempo, sigo prevendo uma BIG WEBJET e um SMALL GOL em questão de meses

O duro é que a INFRAERO iria cobrar permanência, hhahahahahahahahaha, nem que fosse uma carcaça vazia.

Grande abraço.

[José Paulo]

Constellation e Amigos,

Evidente que, hoje em dia, o avião popularizou-se a um simples produto industrial, que é fabricado, usado e, quando se encerra sua vida útil, vendido e descartado. Não existem companhias que tratem uma aeronave como a USAF faz com o B-52, que é inteiramente desmontado e reformado para prolongar sua vida útil. Nenhuma aguenta o alto custo de manutenção de uma aeronave antiga.

Mas existem empresas que valorizam seu produto, tal qual o fazem com seus funcionários e passageiros. Seus aviões tem "vida" para aqueles que o tripulam e comandam.

Enquanto a administração da Gol pouco se lixa para seu 1o. avião, considerado apenas um produto industrializado que a gente usa e joga fora, aparece no Youtube um video onde a KLM se despede de um Boeing 747-206B (convertido em 1986 para SUD)

http://www.youtube.com/watch?v=TomXDsav ... re=g-all-c" onclick="window.open(this.href);return false;

Cortejo de veículos de apoio, bandeira da empresa na janela do cockpit, jato d'água dos bombeiros, buffet de despedida no lounge, tripulação posando para fotos e jogando seus quepes ao ar. Emocionante!

Essa é a diferença entre uma Empresa de Aviação que trata seu produto com respeito, que valoriza seus funcionários e honra a bandeira que carrega, e uma companhia de transporte aéreo que somente visa lucro.


PS. A Viação Caprioli (ônibus intermunicipais), dona da Trip, tem guardado uma unidade de cada modelo de ônibus que possuiu. Os constantino tem algum de sua empresa de ônibus?

[AB3]

Jose Paulo, os CAPRIOLI venderam a VIAÇÃO CAPRIOLI já tem tempo, mas acho que o MUSEU ficou com o seu Antonio Augusto. Era o tipo mais importante de cada década preservado. Graças a Deus eu conheci este acervo

[Constellation]

Jose Paulo, os CAPRIOLI venderam a VIAÇÃO CAPRIOLI já tem tempo, mas acho que o MUSEU ficou com o seu Antonio Augusto. Era o tipo mais importante de cada década preservado. Graças a Deus eu conheci este acervo

Alexandre,

Aqui em Londrina, a Viação Garcia, pioneira da cidade, preservou um ônibus típico de cada década em seu museu, desde a década de 30, quando foi fundada... Eles estão por aqui, em condições de uso e devidamente licenciados no Detran.

A Vasp tinha o costume de preservar suas aeronaves. Mas a experiência com os Viscount foi de desanimar. Tinha um no Aeroclube de São Paulo, parece que botaram fogo. Tinha outro em Pedreira/SP, também botaram fogo. O mesmo destino teve um que foi pra Rio Claro/SP. O que foi pra Piracicaba virou ninho de passarinho no zoológico e apodreceu inteiro, mas salvaram o que restou, e hoje está em Araçariguama. Foi comprado via Mercado Livre... Tentaram botar fogo nesse também. E tem um que sumiu, o PP-SRS. Ninguém sabe onde foi parar...

Em Bebedouro tem dois... Então, aqui no Brasil avião em exposição pública dura pouco. No Japão, existem ótimos exemplares de aviões em praças, bem preservados. Eu acho que um bom lugar para o SNM é a BASP... A logistica necessaria para transportá-lo a um lugar mais longe é inviável...

Grande abraço.

[José Paulo]

Bem, talvez o proprietário pertencer ao ramo da empresa faça alguma diferença.
A família dona da Viação Garcia preserva seus ônibus por tradição, em possuir um certo sentimentalismo por seus produtos ou ramo de atividade, diferente de uma pessoa que investe seu dinheiro num negócio que nunca antes havia tocado.
Um Comandante Rolim recomprou aviões da TAM por um sentimentalismo que não faz sentido ao Contantino Jr., principalmente quando envolve dinheiro.
Quanto ao velho hábito de se destruir bens em exposição nas praças públicas, isso é falta de educação comum no brasileiro. Se nem estátuas escapam, imagine um avião.

[Jet Airways]

O PR-GOL voou pela AIR MALTA antes de voar na GOL, com prefixo OY-MRA.

[Leandro - POA]

Na Argentina vejo muito mais valorização a aviação que aqui no Brasil... Como, por exemplo, neste vídeo do ultimo voo do 737-200 pela Aerolíneas, pra quem não viu ainda:

Assista no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=ejnu40YLNxM

Seguindo nos scraps... lendo a revista Airways de maio tem uma pequena nota sobre o encerramento das operações da húngara Malev e lá diz em uma parte:
"Fifteen ILFC-owned Boeing 737s were ferried to Shannon for storage, including six dash 600s that departed mid-month for Goodyear, Arizona for parting out."
Os 737-600 também já estão se indo!

[Sentaapua]

Realmente é uma pena uma empresa jogar fora seu primeiro avião... mas é o capitalismo que manda. No caso da Gol, para preservar o PR-GOL eles teriam que comprá-lo do proprietário, e como isso envolve $$$$ com certeza essa possibilidade com essa aeronave e com as demais que possuem o mesmo tipo de lease sempre será bem remota.

[AB3]

enquanto isso na TRIP rs... PP-PTC e PP-PTA seguem firmes! Não duvido nada que o PP-PTC seja preservado quando do fim de sua vida util.

[Kavalos]

Alguém sabe que ano foi aposentado esse brega argentino??Que destino ele teve??

[AB3]

O destino do 737 do video eu nao sei, mas um outro foi preservado em Museu sim...

[Marcelo Magalhães]

O PR-GOL voou pela AIR MALTA antes de voar na GOL, com prefixo OY-MRA.