SR-71 escreveu:Tipo quais?
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Para que seja possível entender alguns princípios relacionados com a hipóxia e o ambiente hostil que as aeronaves encontram em grandes altitudes, inicialmente segue uma breve comparação:
1. Os alpinistas que pretendem subir montanhas acima de 8,000 metros necessitam semanas de preparação para que os seus organismos estejam razoavelmente adaptados para superar a barreira chamada de “zona da morte”, que é qualquer altura acima da faixa de 26,000 pés. O Everest, que é a montanha mais alta do planeta, atinge uma altura um pouco acima de 29,000 pés. Há casos de montanhistas que chegaram nesse cume sem o uso de oxigênio auxiliar, mas muitos, mesmo que teoricamente adaptados, não suportaram tal condição extrema, mesmo com equipamento suplementar. Se fosse possível colocar instantaneamente uma pessoa que estivesse ao nível do mar no topo daquela montanha, ela conseguiria sobreviver por menos de dois minutos. Um voo comercial geralmente navega em níveis de cruzeiro muito acima dessa margem de altitude.
2. A tolerância quanto ao Tempo Útil de Consciência (TUC) que cada ser humano pode suportar é variável. O TUC refere-se ao período decorrido entre a perda do suprimento do oxigênio até a falha do desempenho de uma determinada pessoa que está sob tal condição desfavorável. Por exemplo, em caso de despressurização a 35,000 pés, uma pessoa que se encontra calmamente sentada terá um disponível de tempo inferior a um minuto. Sendo a 40,000 pés, a margem cairá para menos de 30 segundos, em média.
3. Se a ausência de máscara de oxigênio é uma preocupação para quem está no interior de um toalete, o mesmo pode ser dito para aqueles que se amontoam numa longa fila para efetuarem suas necessidades, ou nas galleys, para um bate-papo durante a madrugada. Nessas ocasiões deve-se ter em mente a devida noção de que nem sempre haverá máscaras de oxigênio ao alcance de todos e nem sempre alguém terá condições de prestar socorro para aqueles que não conseguirem apanhar um desses equipamentos de sobrevivência.
4. Dependendo da aeronave e do padrão operacional adotado pela empresa aérea, os pilotos, quando iniciarem a descida de emergência, ajustarão a descida do avião observando duas possibilidades: a altitude mínima de segurança da rota ou 10,000 pés, sendo que sempre a maior restrição deverá ser respeitada. No entanto, a altitude de segurança, em função do terreno sobrevoado, pode ser muito acima de 10,000 pés, como ocorre com os voos que sobrevoam as Cordilheiras dos Andes, os Alpes e certos países como o Afeganistão, Turquia, Irã, entre outros. Além disso, algumas aeronaves, como o B747-400, podem utilizar 14,000 pés como a altitude mínima de segurança, ao invés de 10,000 pés. É importante salientar que sem autorização da cabine de comando, os comissários não poderão iniciar o chamado walk around, isto é, a "varredura" para saber como estão os passageiros e se eles de fato estão utilizando as máscaras. De qualquer forma, acima de 10,000 pés os cilindros auxiliares de oxigênio devem ser utilizados para que os comissários possam fazer essa avaliação, portanto, para o uso deles próprios, não para prestarem eventuais assistências (posteriormente, com a cabine abaixo de 10,000 pés, outro processo de auxílio entra em ação).
5. O sucesso de uma descida de emergência encontra-se totalmente nas mãos dos pilotos que estiverem sentados na posição de comando dos controles da aeronave. Às vezes, por diversas razões, apenas um piloto poderá estar na cabine de comando. Se ele for incapaz de realizar sozinho essa manobra de descida ou executá-la indevidamente, não haverá tempo e condições técnicas para que o outro piloto consiga reassumir os comandos. Primeiro, porque ele necessitaria de equipamento auxiliar de oxigênio para retornar à cabine de comando, mas tal dispositivo encontra-se guardado em determinados compartimentos distribuídos a bordo, mas nem sempre está, por exemplo, próximo dos toaletes, da galley ou da área de descanso da tripulação. Em segundo lugar, a porta da cabine geralmente encontra-se trancada e na grande maioria dos casos somente poderá ser aberta se o piloto que estiver na cabine autorizar a entrada. Caso ele tenha sofrido com a ausência de oxigênio, em outras palavras, apagou, o avião permanecerá voando conforme o último comando, que muitas vezes é manter o nível de voo de cruzeiro.
Sds e sem sustos
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