"O arquitecto Troufa Real é contra a construção de um novo aeroporto internacional em Viana, uma proposta apresentada ao governo angolano pela empreiteira Dar Al Handash. Em declarações exclusivas ao Semanário Angolense, na passada semana, Troufa Real mostrou-se favorável à localidade de Quiminha, na foz do rio Kwanza, cerca de 50 quilómetros a sul de Luanda, para albergar o novo aeroporto.
«Eu não concordo com a ideia da Dar Al Handash de um aeroporto aqui junto da zona de Viana, nos bairros deles. Essa gente só pode estar louca quando pensa em construir um aeroporto num núcleo super povoado», disse o arquitecto. Mais do que isso, ele argumenta que o principal óbice para uma ideia como a daquela construtora, propriedade de um empresário árabe, reside em pormenores de natureza técnica, nomeadamente o facto dos sistemas de aterragens e descolagens, por envolverem sérios riscos de desastre aéreo, preverem servidões. «Não é o caso da Viana», garante o arquitecto, para além de lhe parecer que esse projecto não foi concebido por especialistas.
Troufa Real diz que o problema da Dar Al Handash é que localiza o aeroporto, sem calcular os corredores aéreos que atravessam Angola, em conformidade com a aeronáutica civil e militar. «O planeamento está ser feito de uma forma tão irresponsável e criminosa que aparecem coisas localizadas em sítios que nem sequer foram estudados, declarou o arquitecto, antes de sublinhar: «se for para pôr o aeroporto na Viana, mais vale deixá-lo onde está, pois pode matar pessoas».
A escolha de Troufa Real, a área de Quiminha, ao pé da barra do Kwanza, já estava prevista no Plano Regulador para a região de Luanda, elaborado em 1973. De acordo com o arquitecto, esse aeroporto teria sido concluído há 15 anos atrás, em 1990. O arquitecto adverte, porém, que se for para levar avante, a construção de um novo aeroporto tem de acontecer em prazos curtos. Dois ou três anos, visto que os sistemas tecnológicos aeroportuários estão em constantes mudanças.
Apesar de tudo, segundo diz, o Aeroporto 4 de Fevereiro pode ser preservado como uma moderna estação de partidas para Taxiways. Em conformidade com as tendências seguidas actualmente para os aeroportos encravados nas cidades, já há alguns anos que os aeroportos, as pistas e os aviões estão a ser repensados de modo a adaptarem-se a descolagens verticais. «Esta coisa dos aviões com asas esperarem no fim da pista para que outro aterre ou levante é um transtorno para passageiros cansados de longas de viagem».
Finalmente, Troufa Real considera que a pista de Cabo Ledo, que surgiu para emergência militares, pode ser mantida como está actualmente: «é uma belíssima pista militar, numa área militar». "
Mar 19, 21:26
Fonte:Semanário Angolense
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Marco Filipe Jesus do Amaral