Paciência de monge para ressuscitar o 'mamute'

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Paciência de monge para ressuscitar o 'mamute'

Mensagem por SBLO »

O Globo 31/10/10
Paciência de monge para ressuscitar o 'mamute'
Executivo de sucesso do setor tecnológico tem a difícil missão de salvar a maior companhia aérea asiática da concordata
Claudia Sarmento
Correspondente

TÓQUIO. Aos 78 anos, Kazuo Inamori, um dos homens mais ricos do Japão, admite que está exausto. Perdeu quatro quilos nos últimos meses, de tanto trabalhar. Queria parar e ficar com a família, mas está decidido a levar adiante uma missão que ninguém quis encarar.

O fundador da Kyocera — uma das gigantes da tecnologia japonesa — precisa ressuscitar um mamute, enterrado sob uma montanha de dívidas que chegam a US$ 25 bilhões: a Japan Airlines (JAL), maior companhia aérea da Ásia, que pediu concordata em janeiro.

Inamori resolveu aceitar o desafio de presidir a empresa por considerá-la um símbolo do Japão, e seu desaparecimento seria um baque para o país. Além disso, o empresário, dono de uma das trajetórias mais interessantes do pós-guerra no Japão, é um monge budista, ou seja, tem muita paciência.

— Acredito que os grandes atos são os que servem à sociedade — disse o japonês durante uma entrevista em Tóquio, na qual descreveu a caótica situação em que encontrou a JAL.

Palestras e saquê para motivar os executivos Inamori aceitou o cargo de presidente, a pedido do então primeiro-ministro Yukio Hatoyama, mas não o salário, por saber que a idade o impede de dedicar 100% do seu tempo ao trabalho. O governo entrou com uma ajuda de US$ 3 bilhões para iniciar o plano de reestruturação da companhia aérea, mas seu futuro era incerto.

Muitos defendiam que era melhor deixar o dinossauro ser extinto.

Fundador também da KDDI — segunda maior empresa de telecomunicações do Japão —, Inamori achou que valia a pena tentar. Não está sendo fácil, e o que ele relata é uma administração irresponsável e uma cultura burocrática, apesar de a JAL já ter representado, um dia, o modelo de eficiência japonês que encantou o mundo.

— O fundamento básico de uma empresa é a apresentação de resultados, mas não havia números detalhados sobre as operações, nem um responsável direto por cada setor — afirma o empresário, que está revendo todas as rotas aéreas da JAL. — Era uma organização fragmentada, que não se comunicava e trabalhava sem qualquer unidade.

O homem que fundou sua primeira empresa aos 27 anos tem tentado repetir na companhia falida os princípios que aplicou em seu império bemsucedido.

Iniciou um programa de treinamento dos 50 principais diretores, quatro vezes por semana, e os convenceu de que eram eles os líderes que precisavam inspirar os outros e conduzir as mudanças, entre elas o corte de 15 mil empregos até 2013. Ele próprio deu algumas das palestras e, depois, saía para tomar saquê com o grupo — um hábito comum no mundo dos negócios japonês.

— Não era um grupo muito instigante — entrega Inamori, com um certo bom humor.

Ele acrescenta que eles não pareciam ter noção da dimensão da crise.

— Mas começo a ver uma mentalidade empresarial que antes não existia — afirma o empresário, reconhecendo que a JAL é um retrato de outros gigantes corporativos japoneses que estão sendo ultrapassados por concorrentes com gestões bem mais ágeis e ousadas.

Criador do Prêmio Kioto para ciência e arte Inamori não sabia nada sobre transporte aéreo, mas entende de superação. Nasceu numa família simples, viu sua casa ser destruída na Segunda Guerra Mundial e quase morreu de tuberculose. Formou-se em engenharia e, em 1959, juntou sete amigos e criou a Kyocera, fabricante de componentes de cerâmica fina. Hoje a empresa produz de celulares a painéis solares e deixou Inamori bilionário.

Em 1984, ele abriu uma fundação, à qual doou US$ 200 milhões, para premiar trabalhos nas áreas de ciência, tecnologia e artes. O Prêmio Kioto tem, para os japoneses, o peso de um Nobel. Em 1997, ele se aposentou para ordenar-se monge budista, mas continua como conselheiro de suas empresas.

Era um crítico do partido conservador que governou o Japão por mais de 50 anos, o PLD, derrotado nas eleições do ano passado, e já definiu seu país como uma “ditadura burocrática.” Em livros sobre gestão, Inamori divulga a “filosofia Kyocera”, cujo princípio básico é “fazer o que é o certo como ser humano”. Uma das principais razões que o levou a aceitar a presidência da JAL foi garantir o emprego das 36 mil pessoas que continuarão trabalhando lá depois dos cortes.

Hoje, a JAL já está operando fora do vermelho.
Emerson Signoberto Daniel
SBLO/LDB

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remi94
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Re: Paciência de monge para ressuscitar o 'mamute'

Mensagem por remi94 »

Espero que ele consiga, pois la no japao eles tem consideraçao aos empregados e tambem a embaixadora do japao no mundo : Aqui no Brasil tinhamos a nossa, mas o governo e as falcatruas de politicos ,que por sinal tiveram que abandonar os seus cargos pois tamanha sujeira e roubos ,nao levaram em conta que o nome VARIG era conhecido mundialmente , deixando assim desamparados e sem salarios funcionarios de altissimo padrao ecompetencia, .....que os BUDAS ajudem a jal a sair desse impasse e volte a ser o que era. obs obrigado sr jose dirceu custou caro sua carona de sr amaro para o uruguai, os VARIGUIANOS E SEUS FUNCIONARIOS AGRADECEM!!!!!!!!
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Constellation
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Re: Paciência de monge para ressuscitar o 'mamute'

Mensagem por Constellation »

remi94 escreveu:Espero que ele consiga, pois la no japao eles tem consideraçao aos empregados e tambem a embaixadora do japao no mundo : Aqui no Brasil tinhamos a nossa, mas o governo e as falcatruas de politicos ,que por sinal tiveram que abandonar os seus cargos pois tamanha sujeira e roubos ,nao levaram em conta que o nome VARIG era conhecido mundialmente , deixando assim desamparados e sem salarios funcionarios de altissimo padrao ecompetencia, .....que os BUDAS ajudem a jal a sair desse impasse e volte a ser o que era. obs obrigado sr jose dirceu custou caro sua carona de sr amaro para o uruguai, os VARIGUIANOS E SEUS FUNCIONARIOS AGRADECEM!!!!!!!!
Remi, infelizmente não acho que o governo deixou a Varig e seus funcionários à míngua, pois a Varig quebrou por exclusiva má fé e incompetência dos diretores da Fundação Ruben Berta. Qualquer dinheiro público que pudesse ser investido na manutenção da Varig, infelizmente, iria para o bolso e para as contas dos dirigentes da FRB. Infelizmente, a velha Varig não tinha mesmo salvação.

Grande abraço.
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