
Prefeitura alerta que, se reassentamento for paralisado, troca de endereço das famílias poderá demorar mais cinco anos
Fundamental para a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho, o reassentamento das famílias da Vila Dique, na Capital, deixou de voar em céu de brigadeiro. O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) foi surpreendido, ontem, com uma tempestade de protestos na Câmara de Vereadores. Em uma das faixas erguidas no plenário, a comunidade insinuava a intenção de não aceitar a mudança.
O diretor do Demhab, Humberto Goulart, foi à Câmara ontem à tarde para apresentar aos vereadores o projeto urbanístico do conjunto residencial que acomodará cerca de 4 mil pessoas, localizado na Avenida Bernardino Silveira Amorim, Zona Norte.
Mas o centro das atenções ficou nas galerias, onde dezenas de moradores da Vila Dique concentraram-se com faixas e revelaram que a saída do local pode não ser pacífica. O problema estaria no tamanho das futuras casas, 38,70 metros quadrados de área construída e pátios de 15 metros quadrados na frente e nos fundos. Parte da comunidade considera os imóveis menores do que os atuais, localizados junto à pista do Salgado Filho.
A manifestação foi tão forte que fez a Câmara marcar uma audiência pública para ouvir a opinião de todos sobre o projeto do Executivo. O encontro será às 14 h do dia 4 de julho, em local ainda a ser definido. Goulart se disse surpreendido pelos protestos.
– Recebi 11 vezes representantes da comunidade e fizemos uma audiência pública para tratar do assunto – disse ele na Câmara.
O diretor do Demhab lembrou que a Dique será removida para que possa ser estendida a pista do aeroporto, o que irá aumentar a capacidade de pouso de grandes aeronaves de carga. Goulart garantiu que está pronta a infraestrutura básica no local e que, em breve, será iniciada a mudança.
Serão construídas 1,3 mil casas na zona norte da Capital
O superintendente de Ação Social e Cooperativismo do Demhab, Luiz Carlos Severo da Silva, alertou que se o processo de reassentamento for paralisado agora, poderá levar mais cinco anos para se concretizar.
Ao todo, serão construídos 1.340 sobrados e 108 edifícios, que incluem apartamentos adaptados para cadeirantes. Outra reivindicação atendida foi a construção de pátios individuais. Além das moradias, haverá 103 unidades comerciais. Serão gastos R$ 69 milhões dos governos federal, estadual e municipal no empreendimento.
Fonte: Jornal Zero Hora