Soluções para novas linhas regionais

[Constellation]

Caros amigos,

Infelizmente, no Brasil, existem menos cidades atendidas pela aviação comercial regular do que há 30, 40 anos atrás.

As empresas aéreas são atraídas apenas pelo "filet mignon" das rotas, e deixam ao abandono os destinos menos atraentes.

Me parece claro que, sem algum subsídio ou vantagem tarifária, as linhas regionais nascem, mal conseguem se manter e acabam morrendo silenciosamente.

Não devemos esquecer que o transporte aéreo público (regular) é obrigação do Governo Federal, então alguma coisa deveria ser feita pela ANAC para acabar com essa situação.

Já tivemos o SITAR - Sistema de Transporte Aéreop Regional, implantado em 1975, que estabelecia um adicional tarifário nas linhas domésticas para subsidiar o transporte regional. O governo concedia áreas territoriais para as empresas que quisessem operar no sistema. A própria TAM Linhas Aéreas cresceu dentro desse sistema.

Não sei qual seria a melhor solução, mas já que o Governo Federal está em ritmo de desoneração fiscal, poderia isentar de impostos empresas regionais, conceder algum privilégio de exclusividade (em troca, é claro, de controle tarifária, para evitar abusos) e outros incentivos.

Gostaria de saber dos participantes do Fórum se têm alguma sugestão para o assunto, ou se vamos deixar as cidades menores para os ônibus.

Um abraço.

[Sergio de Faria Bica]

Oi , Constellation

Também me preocupo com a situação das regionais . No meu tempo de criança , quando tinha menos de 10 anos , aqui no RS a VARIG operava uma pequena frota de L-10 A/E Electrinha que atendia as principais cidades do interior . Depois vieram os DC-3 e na rota de Bagé - Livramento operava o C-46 de 40 Lugares. Com o passar do tempo , o número de cidades atendidas foi diminuindo , chegando no ponto em que está hoje . Na década de 60 , houve a primeira tentativa de reativar as linhas interiorâneas , com uso exclusivo de DC-3 e C-46 , sendo sua operação subsidiada pelo Governo . Tal sistema durou pouco e , como tudo na nossa aviação comercial , acabou sendo abandonado . Depois chegamos ao que você falou, o SITAR , que , aos poucos , também foi definhando .
Já se falou em reativar o sistema que , segundo as autoridades é uma das prioridades do Governo . Só vendo para crer ....
Vamos torcer para que não seja balela !

Sérgio Bica

[Natan - RBR/SBRB]

Gente:

Aqui no Acre, há anos tinhamos ligações na rota Rio Branco/Tarauacá/Cruzeiro do Sul que eram operados pela Rico (EMB-120) e Tavaj (F-27), abandonadas há cinco anos. Desde então, temos apenas a RB Aero Táxi fazendo Rio Branco/Tarauacá e Rio Branco/Feijó, através de vôos sistemáticos operados pelo EMB-110, e Rio Branco/Cruzeiro do Sul que há dois anos passou da Rico para a GOL. Em CZS, por conta do monopólio, pessoas pagam passagem caríssima para se deslocar para a capital, há um tempo a TRIP chegou a solicitar espaço no aeroporto e até agora, nada de novo. Os polítcos acreanos chegaram a propor soluções para resolver tal problema.

Semana passada, um dos políticos demonstrou interesse em retomar ligações regionais regulares no estado, atendendo por meio de linhas regulares, Tarauacá e Feijó.

[Sergio de Faria Bica]

Se no RS , que tem uma grande rede rodoviária grande , a aviação regional é necessária , só imagino no Acre !

Abs

Sérgio Bica

[B767]

Na maioria dos países que mantém uma política diferenciada para as companhias regionais, devido características geográficas ou socio-economicas, sempre dá algum incentivo fiscal/financeiro ou operacional da parte dos governos envolvidos, mas ao mesmo tempo esta ajuda vem com algumas restricoes ou comerciais ou regulatórias.
A SITAR empregava facetas assim, com o objetivo de promover a integração regional das cidades/muncipios secundários com as cidades-pólos principais, e por todos os efeitos funcionava com um bom grau de sucesso, devido a suplementação tarifária e por permitir slots nos aeroportos centrais de SAO/RIO/BHZ/CWB para desenvolver suas atividades. Mas, nao podia servir diretamente rotas entre duas capitais estaduais, a nao ser que nao exisitisse alguma empresa já o fazendo.

Bom, vejo que hoje, empresas regionais querem servir diretamente as capitais sem ter uma escala ou origem em cidade secundária. Empresas como talvez a TRIP que estao ativamente querendo explorar esta possibilidade correm um risco operacional sério se uma nova legislacao entrar em vigor acabando com esta faceta atual das regionais. É um grande risco, e se a situacao mudar, podem ter que repansar totalmente a sua malha e efeito sobre a frota que detem.

[BenitoRBP]

Acho que até o pessoal da ANAC concorda que deve ser dado um incentivo as linhas aéreas regionais, pois se em algumas regiões a existência saudável delas é desejável, como no Sul e no Sudeste, em outras como na região Norte é absolutamente necessária a existência de uma malha regional forte e que atenda aos propósitos da região. (usando o exemplo dado pelo colega, de pouco adianta atender Cruzeiro do Sul, se o preço das tarifas é absurdo!).
A questão, é como faze-lo.
O SITAR apesar de ter uma essencia boa, é um modelo ultrapassado, criado no tempo da regulamentação e voltado para que as empresas grandes, já existentes, pudessem absolver localidades não atendidas.
O programa era baseado em regionalização (5 regiões, não era possível operar VDC nem voos intrarregiões) e numa compensação tarifária, as rotas superavitárias seriam sobretarifadas para compensar as rotas deficitárias. Este modelo é até hoje empregado em concessões estatais, para poder operar o filé mignom, a concessionária tem que melhorar as condições das áreas menos beneficiadas. Assim as empresas grandes, criaram subsidiárias, associadas a outras empresas menores, para operar as linhas regionais e e servirem de feeder para as linhas nacionais.
A TAM, cresceu exatamente na desregulamentação deste modelo, quando os céus foram liberados assim como os voos VDC e os aeroportos centrais.
Enfim, o modelo igual ao SITAR não seria apropriado para os tempos atuais, primeiro pq não há controle de tarifa, segundo pq a regionalização geografica não mais se aplica, uma empresa regional de Londrina pode operar em CGH, por exemplo ou em CGB e nem por isso deixa de ser regional, e por fim, o ideal não seria tentar atrair as grandes para a aviação regional e sim fortalecer a manutenção e criação de empresas "pequenas" e "mádias" para este setor.
O melhor caminho, acredito eu, considerando a composição de custos para a aviação, seria criar uma linha de financiamento de aeronaves pelo BNDES, e isentar de imposto os combustíveis pagos por estas empresas, no limite da operação deficitária da linha.
De uma forma bem resumida, em localidades não atendidas por outras empresas, a empresa que fosse operar, obteria créditos tributarios no caso de operação deficitária, que seriam garantidos apenas a empresa pioneira e se a empresa for tipicamente regional.
Esta seria uma forma de incentivo viável (não é possivel por exemplo reduzir encargos trabalhistas ou carga tributária que não seja ligada diretamente com a operação), e bem pontual (evitaria que empresas "grandes" usarem os benefícios), mas que demandaria uma fiscalização intensa da ANAC.

[Rafael Lopes De Freitas S]

Boa Noite,

A questão é que os POLITICOS não querem deixar de ganhar. Eles não tem interesse nenhum a não ser que alguma regional se proponha a distribuir algumas passagem para uso privado.
Quem sabe não entra em uma pauta de votação sitando o ponto. "A partir de hoje as empresas regionais poderam gosar de incentivos desde que coloquem a disposição passagens para parentes e acessores". Desculpem se peguei pesado mas foi a ideia que me passou pela cabeça.

Abraços

[mario leite fernandes]

Caros.
É possível obter mais informações sobre essas linhas que a RB opera de Rio Branco para Tarauacá e Feijó, no interior do Acre, como frequências, etc?
No site da empresa essas linhas aparecem como "lotação". O que significa isso? O avião decola quando é vendido um certo número de passagens?
Durante a pesquisa, vi que a mesma empresa opera voos de Rio Branco para Puerto Maldonado, no Peru. Alguma informação a mais?
Abraços e muito obrigado.
Mário

[Natan - RBR/SBRB]

Caros.
É possível obter mais informações sobre essas linhas que a RB opera de Rio Branco para Tarauacá e Feijó, no interior do Acre, como frequências, etc?
No site da empresa essas linhas aparecem como "lotação". O que significa isso? O avião decola quando é vendido um certo número de passagens?
Durante a pesquisa, vi que a mesma empresa opera voos de Rio Branco para Puerto Maldonado, no Peru. Alguma informação a mais?
Abraços e muito obrigado.
Mário

Mário, o site deles está completamente desatualizado. As operações para Puerto não deram certo, por isso mantem apenas as frequências para o interior do estado.

[antonio costa]

Caros colegas eu quero lembrar que existe um problema maior para os aeroportos de medio porte que comportem uma linha regular regional que agora com a resolução 062 da ANAC vai ficar mais dificil ainda, porque a maioria dos aeroportos de cidades do interior brasileiro não possui um sistema contra incendio como pede a ICA 92-1 e fica mais complicado ainda.

PATO BRANCO, 01 DE MAIO DE 2009