Número de vôos cresce e ‘manobras arriscadas’ assustam vizin
Enviado: Sex Mar 17, 2006 12:42
Número de vôos cresce e ‘manobras arriscadas’ assustam vizinhos
Suzana Julião
Bom-dia São José do Rio Preto
O aumento do número de vôos diários e a falta de torre de controle assustam os moradores vizinhos do aeroporto de Rio Preto. Nos últimos 12 meses, o número de pousos e decolagens diários das companhias aéreas saltou de 14 para 22.
Neste período, também aumentou o número de companhias que prestam serviço na cidade. Antes era apenas a TAM, que hoje concorre com as empresas Gol e a Passaredo. A falta de torre de controle para aumentar a segurança nos pousos e decolagens também é motivo de preocupação para os bairros localizados perto da pista.
Segundo informação da administração do aeroporto, diariamente são pelo menos 22 procedimentos realizados pelas companhias aéreas que fazem vôos regulares. Em março do ano passado, eram 14 procedimentos realizados apenas pela TAM. No mesmo período deste ano, o número foi acrescido pelas operações da Gol (6) e da Passaredo (2).
Além disso, há ainda os aviões de pequeno e médio portes que operam no aeroporto. Para os moradores, eles também representam transtorno e risco. O médico Marino Ribeiro Rossi, do Alto Rio Preto, reclama e diz que já presenciou seis “manobras arriscadas” feitas pelos pilotos.
Disse que já testemunhou aviões de médio e grande portes fora da rota normal de vôo e de aterrissagem, sendo necessário adotar o arremetimento. “Essas manobras perigosas provocam sustos e medos inesperados.” Rossi diz que, por falta da torre, os pilotos às vezes ficam “sem aparelhos para orientá-los, principalmente à noite ou quando o tempo está fechado ou chuvoso.”
O médico relata que no dia 21 de fevereiro, às 13h30, uma aeronave de uma companhia aérea quase chocou-se com as casas quando fazia um arremetimento. “Voava muito baixo sobre o bairro Alto Rio Preto. Foi um susto”, lembra.
O arremetimento é feito quando o piloto não tem teto adequado para pousar com segurança. Neste caso, ele “aborta” o vôo e inicia um novo procedimento.
Depressão
Pessoas que moram na rota dos aviões, perto da cabeceira da pista, revelam que estão com depressão por causa do medo de acidentes. A dona-de-casa Vera Correa da Silva, do Jardim Aeroporto, disse que os aviões “quase tocam” nas antenas de TV.
“O barulho é infernal. Já não estamos suportando mais.” Segundo a dona-de-casaLarissa Rodrigues Ferreira Romeiro, as portas chegam a vibrar quando as aeronaves passam sobre sua casa.
Quem não está preocupado com as manobras das aeronaves é o aposentado Manji Iwassa. “Só sei que os aviões passam aqui por cima”, diz, demonstrando tranqüilidade. A população pede às autoridades instrumentos adequados para prevenir acidentes aéreos, como a torre.
Aeroporto opera sem torre
O aeroporto de Rio Preto ainda não tem torre de controle para aumentar a segurança dos pousos e decolagens das aeronaves. As comunicações feitas entre os pilotos e operadores, no aeroporto, são por meio de rádio. O sistema é limitado, principalmente quando está chovendo e à noite.
Um funcionário do aeroporto, que pediu para não ser identificado, confirmou ao BOM DIA que o rádio “restringe a visibilidade.” A torre de controle, de acordo com ele, daria mais segurança porque o operador tem 360º de visibilidade durante os procedimentos de pousos e decolagens.
A torre é reivindicada ao Estado para aumentar a segurança no aeroporto desde 2004, mas não há previsão para ser instalada. O Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) disse que não foi registrada nenhuma manobra arriscada, como relatam os moradores.
A assessoria de imprensa do órgão informou que todos os procedimentos de vôos estão dentro das normas de segurança. Disse que o arremetimento faz parte das regras de segurança.
Com relação à torre, o Daesp afirma que depende de uma vistoria técnica do DCEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão ligado ao comando da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, para saber se a torre realmente é necessária.
O BOM DIA entrou em contato com o DCEA e foi informado de que não há pedido para vistoriar o aeroporto de Rio Preto. Informou que a prefeitura pode fazer o pedido.
O gabinete do prefeito informou que vai enviar ofício para o DCEA. O investimento para a torre deve chegar a R$ 4 milhões e é feito pelo Daesp.
16/3/2006 Venâncio de Melo
Suzana Julião
Bom-dia São José do Rio Preto
O aumento do número de vôos diários e a falta de torre de controle assustam os moradores vizinhos do aeroporto de Rio Preto. Nos últimos 12 meses, o número de pousos e decolagens diários das companhias aéreas saltou de 14 para 22.
Neste período, também aumentou o número de companhias que prestam serviço na cidade. Antes era apenas a TAM, que hoje concorre com as empresas Gol e a Passaredo. A falta de torre de controle para aumentar a segurança nos pousos e decolagens também é motivo de preocupação para os bairros localizados perto da pista.
Segundo informação da administração do aeroporto, diariamente são pelo menos 22 procedimentos realizados pelas companhias aéreas que fazem vôos regulares. Em março do ano passado, eram 14 procedimentos realizados apenas pela TAM. No mesmo período deste ano, o número foi acrescido pelas operações da Gol (6) e da Passaredo (2).
Além disso, há ainda os aviões de pequeno e médio portes que operam no aeroporto. Para os moradores, eles também representam transtorno e risco. O médico Marino Ribeiro Rossi, do Alto Rio Preto, reclama e diz que já presenciou seis “manobras arriscadas” feitas pelos pilotos.
Disse que já testemunhou aviões de médio e grande portes fora da rota normal de vôo e de aterrissagem, sendo necessário adotar o arremetimento. “Essas manobras perigosas provocam sustos e medos inesperados.” Rossi diz que, por falta da torre, os pilotos às vezes ficam “sem aparelhos para orientá-los, principalmente à noite ou quando o tempo está fechado ou chuvoso.”
O médico relata que no dia 21 de fevereiro, às 13h30, uma aeronave de uma companhia aérea quase chocou-se com as casas quando fazia um arremetimento. “Voava muito baixo sobre o bairro Alto Rio Preto. Foi um susto”, lembra.
O arremetimento é feito quando o piloto não tem teto adequado para pousar com segurança. Neste caso, ele “aborta” o vôo e inicia um novo procedimento.
Depressão
Pessoas que moram na rota dos aviões, perto da cabeceira da pista, revelam que estão com depressão por causa do medo de acidentes. A dona-de-casa Vera Correa da Silva, do Jardim Aeroporto, disse que os aviões “quase tocam” nas antenas de TV.
“O barulho é infernal. Já não estamos suportando mais.” Segundo a dona-de-casaLarissa Rodrigues Ferreira Romeiro, as portas chegam a vibrar quando as aeronaves passam sobre sua casa.
Quem não está preocupado com as manobras das aeronaves é o aposentado Manji Iwassa. “Só sei que os aviões passam aqui por cima”, diz, demonstrando tranqüilidade. A população pede às autoridades instrumentos adequados para prevenir acidentes aéreos, como a torre.
Aeroporto opera sem torre
O aeroporto de Rio Preto ainda não tem torre de controle para aumentar a segurança dos pousos e decolagens das aeronaves. As comunicações feitas entre os pilotos e operadores, no aeroporto, são por meio de rádio. O sistema é limitado, principalmente quando está chovendo e à noite.
Um funcionário do aeroporto, que pediu para não ser identificado, confirmou ao BOM DIA que o rádio “restringe a visibilidade.” A torre de controle, de acordo com ele, daria mais segurança porque o operador tem 360º de visibilidade durante os procedimentos de pousos e decolagens.
A torre é reivindicada ao Estado para aumentar a segurança no aeroporto desde 2004, mas não há previsão para ser instalada. O Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) disse que não foi registrada nenhuma manobra arriscada, como relatam os moradores.
A assessoria de imprensa do órgão informou que todos os procedimentos de vôos estão dentro das normas de segurança. Disse que o arremetimento faz parte das regras de segurança.
Com relação à torre, o Daesp afirma que depende de uma vistoria técnica do DCEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão ligado ao comando da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, para saber se a torre realmente é necessária.
O BOM DIA entrou em contato com o DCEA e foi informado de que não há pedido para vistoriar o aeroporto de Rio Preto. Informou que a prefeitura pode fazer o pedido.
O gabinete do prefeito informou que vai enviar ofício para o DCEA. O investimento para a torre deve chegar a R$ 4 milhões e é feito pelo Daesp.
16/3/2006 Venâncio de Melo