.:: A e r o F ó r u m ::.

Tenho notado uma crise no sector da aviação em Angola.

Felizmente neste momento a crise não tem como base essencialmente pressupostos técnicos, mas sim variáveis de gestão & qualidade. Em conversa com varias pessoas que trabalham no ramo da aviação em Angola tenho tido feedback de uma enorme crise financeira que hoje esta a afectar transversalmente quase todas as companhias locais.

A duas semanas atrás num semanário económico local vinha um artigo sobre as contas da SONAIR que apresentaram um défice de aproximadamente USD 250M (Número brutal) , adicionalmente a isso pessoas ligadas a aviação falaram-me de dificuldades financeiras com a Air26, Airjet, Aerojet e mais...

Não tenho dados sobre a TAAG, mas é histórico que a companhia não dá lucro devido a sua altíssima estrutura de custos. Porque apesar da qualidade do serviço da TAAG não ser boa, a companhia esta protegida pelos acordos bilaterais e regras de proteccionismo do monopólio das empresas publicas, o que acaba por "gerar um trafego obrigatório" por exemplo para destinos como o Brasil.

Bom, mas o tema aqui é a crise no mercado domestico e apesar do esforço do executivo em melhorar as infra-estruturas (aérogares + pistas) a realidade é que a qualidade do serviço continua transversalmente muito má (mau serviço, atrasos etc.) e o preço continua incrivelmente alto.

Eu tenho uma opinião e teoria muito concreta sobre os problemas, soluções, e oportunidades.

Gostaria era de saber antes de mais a vossa opinião em relação a esta crise? Existe, não existe?
Se de facto existe, que variáveis no vosso entender são factores que têm contribuído para o aprofundar da mesma?


JC

Excelente topico...porem acredito que pode ser muito controverso politicamente falando.

No meu humilde ponto de vista a crise deve-se basicamente a uma enorme participacao deficitaria por parte do Estado na aviacao em Angola. O Estado controla tudo (acredito que pode ter boas intencoes) porem...controla de forma inadequada e nao controla adequadamente o que sim deveria controlar melhor.

Vou tentar explicar melhor dando alguns pequenos exemplos:

1) O Estado apesar de ter estado a melhorar as infraestructuras aeroportuarias nao tem investido em ajudas para a navegacao aerea nas diferentes provincias nem na implementacao de um radar em Luanda. A falta destas coisas basicas nao so afecta a seguranca como tambem cria trastornos as empresas aereas pois 90% dos voos que chegam a LAD devem fazer espera (gasto de combustivel desnecesario).

2) A participacao do Estado em empresas aereas como a Sonair e especialmente a TAAG cria uma concorrencia desleal pois fica muito dificil para as empresas privadas concorrer contra as facilidades e beneficios estatais que gozam estas empresas (Dito muito simples TAAG tem prioridade em tudo e nao paga nada).

3) Empresas aereas privadas tem muito dificil acceso a facilidades financeiras (ao contrario da TAAG).

Resumen: Acredito que privatizando a TAAG, liberalizando certos servicos de terra (ex, Handling e combustiveis), retirando a participacao excesiva do Estado em certas aereas concentrando-se no que realmente deveria fazer (Inavic, fiscalizacao e investimentos na seguranca aerea) e promovendo uma atitude menos burocratica no acesso ao credito e com facilidades ao investimento privado ajudaria a diminuir de certa forma a actual crise que vive a aviacao em Angola.
Nao podemos esquecer que muito ja foi feito ate agora, todavia...falta ainda muito por fazer nesta nossa Angola de enorme potencial em materia de aviacao.

Chileno 777,

Pontos todos 100% validos . Mas será esta a raíz do problema?

Senão vejamos, nos últimos 15 anos surgiram algumas empresas no mercado Angolano que conscientemente na altura do arranque do negocio sabiam da:
- Inexistencia de ajudas de navegação em território Angolano.
- A participação directa do accionista (Estado) nas empresas publicas.
- As limitações de infraestructuras.
- As ineficiências no handling + catering etc.
- Os constrangimentos nos canais de distribuição (Venda de bilhetes)
- Da patente cultura de informalismo e hábitos dos passageiros
- Tempo de espera no reabastecimento de aeronaves em Luanda, inexistência de jet na maioria das províncias.
- E todas as variáveis de custos operacionais (Custo Jet, Taxas de aterragem, parqueamento etc.)
- Limitação de horário operacional
- Etc etc...

No entanto essas mesmas empresas arrancaram as suas operações. Exemplo Air26, Diexim, ServiceAir, Angola Air Services, Aerojet, Fly540.

Volto a dizer tenho uma explicação para o fracasso do plano de negocios destas empresas. No entanto gostaria de saber o que é que no vosso entender foi a causa?

JC

A meu ver, não foi obviamente um só factor. Foram vários que contribuem até hoje para a má imagem que a Taag tem ainda hoje.
Começando então por:
1- imagem/marketing: Esta relação não anda de mãos dadas. O que a TAAG tenta fazer transparecer em termos de qualidade não satisfaz a expectativa do passageiro comum. Começando logo pelo péssimo atendimento e atitude do pessoal em terra, continuando pelo pessoal de cabine. Formação constante e refrescamentos seriam mais que bem recebidos para que haja alguma diferença comportamental por arte do staff de cabine.
2- Creio que a falta de manutenção interior dos sistemas de comodidade para os passageiros colabore gravemente para que o passageiro não se sinta confortável nos nossos aviões de bandeira, o que faz optar por outra companhia se o custo do bilhete não tiver uma diferença grande.
3- A política do facilitismo e de encararmos a nossa companhia como uma companhia familiar onde todos nós estamos sujeitos a perdermos o lugar (previamente confirmado) por mero capricho para que outro passageiro de "maior importância social" possa ter lugar.
4- Falta de rigor no cumprimento do horário estabelicido para a saída do vôo.
5- Acima de tudo, julgo que o maior factor para a TAAG estar onde está é pura e simplesmente a falta de concorrência. Não há companhia alguma que possa fazer frente à TAAG uma vez que esta usufrui de benefícios e direitos que outras não poderão usufruir.
6- Não sei até que ponto compensa à TAAG comprar aviões novos em vez de optar por Leasing, uma vez que a política da TAAG é a de manter sempre uma frota de aparelhos "novos".
7- Acho que a TAAG ainda tem funcionários de terra a mais e quadros capacitados a menos.

Minha opinião.

A meu ver, não foi obviamente um só factor. Foram vários que contribuem até hoje para a má imagem que a Taag tem ainda hoje.
Começando então por:
1- imagem/marketing: Esta relação não anda de mãos dadas. O que a TAAG tenta fazer transparecer em termos de qualidade não satisfaz a expectativa do passageiro comum. Começando logo pelo péssimo atendimento e atitude do pessoal em terra, continuando pelo pessoal de cabine. Formação constante e refrescamentos seriam mais que bem recebidos para que haja alguma diferença comportamental por parte do staff de cabine.
2- Creio que a falta de manutenção interior dos sistemas de comodidade para os passageiros colabore gravemente para que o passageiro não se sinta confortável nos nossos aviões de bandeira, o que faz optar por outra companhia se o custo do bilhete não tiver uma diferença grande.
3- A política do facilitismo e de encararmos a nossa companhia como uma companhia familiar onde todos nós estamos sujeitos a perdermos o lugar (previamente confirmado) por mero capricho para que outro passageiro de "maior importância social" possa ter lugar.
4- Falta de rigor no cumprimento do horário estabelicido para a saída do vôo.
5- Acima de tudo, julgo que o maior factor para a TAAG estar onde está é pura e simplesmente a falta de concorrência. Não há companhia alguma que possa fazer frente à TAAG uma vez que esta usufrui de benefícios e direitos que outras não poderão usufruir.
6- Não sei até que ponto compensa à TAAG comprar aviões novos em vez de optar por Leasing, uma vez que a política da TAAG é a de manter sempre uma frota de aparelhos "novos".
7- Acho que a TAAG ainda tem funcionários de terra a mais e quadros capacitados a menos.

Minha opinião.

immase escreveu:A meu ver, não foi obviamente um só factor. Foram vários que contribuem até hoje para a má imagem que a Taag tem ainda hoje.
Começando então por:
1- imagem/marketing: Esta relação não anda de mãos dadas. O que a TAAG tenta fazer transparecer em termos de qualidade não satisfaz a expectativa do passageiro comum. Começando logo pelo péssimo atendimento e atitude do pessoal em terra, continuando pelo pessoal de cabine. Formação constante e refrescamentos seriam mais que bem recebidos para que haja alguma diferença comportamental por parte do staff de cabine.
2- Creio que a falta de manutenção interior dos sistemas de comodidade para os passageiros colabore gravemente para que o passageiro não se sinta confortável nos nossos aviões de bandeira, o que faz optar por outra companhia se o custo do bilhete não tiver uma diferença grande.
3- A política do facilitismo e de encararmos a nossa companhia como uma companhia familiar onde todos nós estamos sujeitos a perdermos o lugar (previamente confirmado) por mero capricho para que outro passageiro de "maior importância social" possa ter lugar.
4- Falta de rigor no cumprimento do horário estabelicido para a saída do vôo.
5- Acima de tudo, julgo que o maior factor para a TAAG estar onde está é pura e simplesmente a falta de concorrência. Não há companhia alguma que possa fazer frente à TAAG uma vez que esta usufrui de benefícios e direitos que outras não poderão usufruir.
6- Não sei até que ponto compensa à TAAG comprar aviões novos em vez de optar por Leasing, uma vez que a política da TAAG é a de manter sempre uma frota de aparelhos "novos".
7- Acho que a TAAG ainda tem funcionários de terra a mais e quadros capacitados a menos.

Minha opinião.

Caro Immase;

De novo pontos 100% validos;

mas relembro, a questão não são os problemas todos que a TAAG tem, mas sim porque é que no Universo da Aviação dentro de Angola, as outras companhias aéreas ----- Sabendo de ante mão dos limites operacionais, e do estado frágil da gestão da TAAG ------- vem fracassados os seus planos de negocio???

Porque é que há uma crise na aviação comercial dentro do Território Angolano, porque é que a Air26, Diexim, Airjet, Fly540, Service Air etc... não são mais valias nos preceitos de gestão?

Merci;

JC

Eu acho que a taag deve, ser privatizada porque senão o monopólio vai continuar o estado sempre vai ajudar a compania de bandeira
Nao ira quem ira concorrer com a taag,se fomos a ver no mundo de hoje o estado nao tem poder de ter compania. O estado sim tem um direito de fiscalizar e por normas e punir se for possível,mais ao contrário de Angola o estado nunca ira punir a sua compania e aí e normal que vira bagunca

Caro jaime, ha muito que tenho aberto este thread e com sinceridade acho que tais perguntas deveriam ser feitas à pessoas ligadas à area da aviação pelo simples facto das pessoas ainda não terem percebido que a questão aqui não é somente a Taag mas o sector de aviação Angolano no geral. Infelizmente e assim como fômos ensinados, falar de aviação implica somente falar da Taag.
Conselho: Crie um debate com amigos seus ligados à aviação em todas as suas areas como por ex: Pilotos, controladores aéreos e outros, são pessoas que vivem tais problemas e poderão ser mais uteis qto ao tema em questão.

agostinho escreveu:Caro jaime, ha muito que tenho aberto este thread e com sinceridade acho que tais perguntas deveriam ser feitas à pessoas ligadas à area da aviação pelo simples facto das pessoas ainda não terem percebido que a questão aqui não é somente a Taag mas o sector de aviação Angolano no geral. Infelizmente e assim como fômos ensinados, falar de aviação implica somente falar da Taag.
Conselho: Crie um debate com amigos seus ligados à aviação em todas as suas areas como por ex: Pilotos, controladores aéreos e outros, são pessoas que vivem tais problemas e poderão ser mais uteis qto ao tema em questão.

Agostinho,
realmente a pergunta é "porque é da crise na aviação em Angola"......e a resposta dos participantes é TAAG, TAAG, TAAG

A ideia é analisar o mercado interno em Angola

Alguma ideia?

JC

Jaime Carneiro escreveu:

agostinho escreveu:Caro jaime, ha muito que tenho aberto este thread e com sinceridade acho que tais perguntas deveriam ser feitas à pessoas ligadas à area da aviação pelo simples facto das pessoas ainda não terem percebido que a questão aqui não é somente a Taag mas o sector de aviação Angolano no geral. Infelizmente e assim como fômos ensinados, falar de aviação implica somente falar da Taag.
Conselho: Crie um debate com amigos seus ligados à aviação em todas as suas areas como por ex: Pilotos, controladores aéreos e outros, são pessoas que vivem tais problemas e poderão ser mais uteis qto ao tema em questão.

Agostinho,
realmente a pergunta é "porque é da crise na aviação em Angola"......e a resposta dos participantes é TAAG, TAAG, TAAG

A ideia é analisar o mercado interno em Angola

Alguma ideia?

JC

Jaime Carneiro acho que ja esta na hora que o senhor comece a dar algumas ideias e nao so perguntas! Por favor nos ilumine com a sua sabiduria

Jaime Carneiro escreveu:

agostinho escreveu:Caro jaime, ha muito que tenho aberto este thread e com sinceridade acho que tais perguntas deveriam ser feitas à pessoas ligadas à area da aviação pelo simples facto das pessoas ainda não terem percebido que a questão aqui não é somente a Taag mas o sector de aviação Angolano no geral. Infelizmente e assim como fômos ensinados, falar de aviação implica somente falar da Taag.
Conselho: Crie um debate com amigos seus ligados à aviação em todas as suas areas como por ex: Pilotos, controladores aéreos e outros, são pessoas que vivem tais problemas e poderão ser mais uteis qto ao tema em questão.

Agostinho,
realmente a pergunta é "porque é da crise na aviação em Angola"......e a resposta dos participantes é TAAG, TAAG, TAAG

A ideia é analisar o mercado interno em Angola

Alguma ideia?

JC

Como disse e bem o Agostinho. Falar da aviação cicil em Angola é falar automaticamente da TAAG, visto que a concorrência contra esta companhia é desleal. A aviação civil em Angola está criada para servir a TAAG e/ou Sonair. Só quando os donos do país deixarem de querer controlar tudo é que se poderá falar de mercado real no sector da aviação.
Já agora, Jaime Carneiro... ilumine-nos e se calhar, por aí, poderá começar o debate que procura.