Sindicato dos Metalurgicos de SJC quer reestatizar a Embraer
Enviado: Qua Mar 11, 2009 16:56
Sindicato quer reestatização para pressionar Embraer
Sem acordo para reintegrar os trabalhadores demitidos pela Embraer em fevereiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, sede da empresa, realiza nesta quarta-feira um ato pela reestatização da companhia.
O sindicato, ligado ao partido PSTU, acredita que, se o financiamento é estatal, a empresa pode deixar de ser privada.
"Os atuais proprietários não fizeram nada de investimento. Tudo veio pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tanto para projeto de aviões como para financiar compras de clientes", disse à Reuters Luiz Carlos Prates, o Mancha, secretário-geral do sindicato.
O sindicalista afirma que, com o ato de estatização, os trabalhadores estão aprofundando o processo de mobilização e pressão política, depois de serem recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por dirigentes do Congresso e pelo Ministério do Trabalho.
"Eles não têm ajudado muito, só fazem declarações", disse.
A Embraer realizou corte de 4.200 trabalhadores, a maior demissão em massa de uma companhia brasileira desde o agravamento da crise financeira global em setembro. Alegou queda nas encomendas como decorrência da crise.
Por pressão dos trabalhadores, houve uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas em 5 de março e uma reunião informal no dia 9, sem que empresa e sindicato fechassem algum tipo de acerto. Nova audiência formal está marcada para sexta-feira.
Há dois dias, a Embraer ofereceu uma indenização adicional de 1.600 reais a cada empregado demitido, que não foi aceita em assembléia dos dispensados.
"É insuficiente", disse Prates, reconhecendo que é a primeira concessão realizada pela Embraer, que além dos direitos trabalhistas, havia assumido a manutenção dos planos de saúde pelo período de um ano após a demissão.
Os cortes estão suspensos por meio de liminar concedida pelo tribunal. No entanto, a Embraer afirma que pagou as rescisões em 26 de fevereiro, antes da liminar.
"Os sindicatos condicionaram qualquer negociação à reintegração dos empregados desligados, hipótese que a Embraer não pode absolutamente considerar, conforme já se pronunciou de forma reiterada no âmbito do próprio TRT, no Ministério Público do Trabalho e também publicamente", informa Embraer em nota desta quarta-feira.
Em troca do cancelamento das demissões, o sindicato propõe a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, suspensão da bonificação paga à diretoria e abertura de Programa de Demissões Voluntárias.
A Embraer, sigla de Empresa Brasileira de Aeronáutica, foi privatizada em 1994 e é uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo. Fundada em 1969, já produziu 4.995 aviões, que hoje operam em 78 países, segundo informações da companhia. Entre seus principais acionistas estão a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, grupo Bozano, fundos estrangeiros de investimentos, BNDESpar. A empresa ainda mantém ações negociadas na Bovespa e em Nova York.
A campanha do sindicato não é a primeira a envolver trabalhadores exigindo reestatização de uma companhia no país. Em outubro de 2007, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou resultado de plebiscito sobre a reestatização da Vale, com um total de 3,6 milhões de votos favoráveis.
Fonte: G1
Sem acordo para reintegrar os trabalhadores demitidos pela Embraer em fevereiro, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, sede da empresa, realiza nesta quarta-feira um ato pela reestatização da companhia.
O sindicato, ligado ao partido PSTU, acredita que, se o financiamento é estatal, a empresa pode deixar de ser privada.
"Os atuais proprietários não fizeram nada de investimento. Tudo veio pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tanto para projeto de aviões como para financiar compras de clientes", disse à Reuters Luiz Carlos Prates, o Mancha, secretário-geral do sindicato.
O sindicalista afirma que, com o ato de estatização, os trabalhadores estão aprofundando o processo de mobilização e pressão política, depois de serem recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por dirigentes do Congresso e pelo Ministério do Trabalho.
"Eles não têm ajudado muito, só fazem declarações", disse.
A Embraer realizou corte de 4.200 trabalhadores, a maior demissão em massa de uma companhia brasileira desde o agravamento da crise financeira global em setembro. Alegou queda nas encomendas como decorrência da crise.
Por pressão dos trabalhadores, houve uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas em 5 de março e uma reunião informal no dia 9, sem que empresa e sindicato fechassem algum tipo de acerto. Nova audiência formal está marcada para sexta-feira.
Há dois dias, a Embraer ofereceu uma indenização adicional de 1.600 reais a cada empregado demitido, que não foi aceita em assembléia dos dispensados.
"É insuficiente", disse Prates, reconhecendo que é a primeira concessão realizada pela Embraer, que além dos direitos trabalhistas, havia assumido a manutenção dos planos de saúde pelo período de um ano após a demissão.
Os cortes estão suspensos por meio de liminar concedida pelo tribunal. No entanto, a Embraer afirma que pagou as rescisões em 26 de fevereiro, antes da liminar.
"Os sindicatos condicionaram qualquer negociação à reintegração dos empregados desligados, hipótese que a Embraer não pode absolutamente considerar, conforme já se pronunciou de forma reiterada no âmbito do próprio TRT, no Ministério Público do Trabalho e também publicamente", informa Embraer em nota desta quarta-feira.
Em troca do cancelamento das demissões, o sindicato propõe a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, suspensão da bonificação paga à diretoria e abertura de Programa de Demissões Voluntárias.
A Embraer, sigla de Empresa Brasileira de Aeronáutica, foi privatizada em 1994 e é uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo. Fundada em 1969, já produziu 4.995 aviões, que hoje operam em 78 países, segundo informações da companhia. Entre seus principais acionistas estão a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, grupo Bozano, fundos estrangeiros de investimentos, BNDESpar. A empresa ainda mantém ações negociadas na Bovespa e em Nova York.
A campanha do sindicato não é a primeira a envolver trabalhadores exigindo reestatização de uma companhia no país. Em outubro de 2007, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou resultado de plebiscito sobre a reestatização da Vale, com um total de 3,6 milhões de votos favoráveis.
Fonte: G1