Variglog atrasa leasing
Enviado: Sex Dez 21, 2007 12:13
Folha de São Paulo
VarigLog atrasa leasing de aviões
Empresa de carga aérea trava disputa com fundo dos EUA que, diz ela, levou ao congelamento de US$ 200 mi do caixa
Ex-subsidiária da Varig está com o aluguel de aviões atrasados mas diz que está negociando o pagamento para manter operações
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em disputa com o seu sócio americano, o fundo de investimentos Matlin Patterson, a VarigLog, companhia aérea de transporte de cargas, está com o aluguel de aviões de sua frota atrasado e negocia com arrendadores o pagamento do leasing. A companhia opera 22 aviões, todos arrendados.
No início desta semana, a Wells Fargo, agente fiduciário do Matlin Patterson, chegou a conseguir na Justiça paulista uma decisão determinando o arresto de quatro Boeings-757 que pertencem ao fundo. A decisão foi suspensa a pedido dos sócios brasileiros da companhia. O Matlin Patterson já havia conseguido o arresto de um outro avião usado pela empresa de cargas que estava parado em Miami, nos Estados Unidos.
O fundo americano se associou a três investidores brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para investir na empresa, ex-subsidiária da Varig. A VarigLog levou as operações da Varig em leilão e depois revendeu a companhia aérea à Gol por US$ 320 milhões.
Os sócios continuaram administrando a VarigLog, que, segundo os últimos dados disponíveis, possui 47% do mercado brasileiro de cargas aéreas, mas os brasileiros e o fundo divergem sobre o destino dos recursos referentes à venda da Varig.
A Gol pagou US$ 98 milhões em dinheiro, US$ 172 milhões em ações e um montante em debêntures. Na Justiça, o Matlin conseguiu o bloqueio de parte das ações e, segundo a Folha apurou, acusa os brasileiros de depositarem os US$ 98 milhões em dinheiro na Suíça e de ter gasto US$ 13 milhões sem que isso fosse registrado na contabilidade da empresa, o que a empresa nega.
Em entrevista à Folha, um dos sócios da VarigLog, Marco Antonio Audi, atribuiu os atrasos em pagamentos à disputa com o fundo. "A VarigLog tem US$ 200 milhões em caixa congelados por causa da briga judicial com o Matlin Patterson. Foi isso que colocou a companhia em uma crise, pois nosso faturamento só tem crescido."
Ele reconheceu que o leasing de aviões da companhia está atrasado, segundo ele por conta do congelamento das contas pelo fundo, mas afirmou que as negociações para o pagamento desse aluguel estão adiantadas.
Anteontem, segundo Audi, a VarigLog entrou com uma ação de dissolução de sociedade com o fundo Matlin Patterson na Justiça de São Paulo.
Além do fundo, pelo menos um outro arrendador entrou na Justiça pedindo reintegração de posse de um avião por falta de pagamento. De acordo com Audi, a empresa vai devolver a esse arrendador um avião DC-10 no início do ano que vem. "Mas vão tirar um avião que nós mesmos temos interesse em devolver."
Em uma carta ao fundo de 6 de novembro último, a VEM, empresa de manutenção de aviões, diz que suspendeu seus serviços à VarigLog por falta de pagamento. Segundo a VarigLog, a VEM não presta mais serviços à empresa. "Mas foi uma decisão nossa, já que no final das contas são eles [a VEM] que nos devem. Fechamos contrato com outras empresas de manutenção", disse Audi.
sds
emerson
VarigLog atrasa leasing de aviões
Empresa de carga aérea trava disputa com fundo dos EUA que, diz ela, levou ao congelamento de US$ 200 mi do caixa
Ex-subsidiária da Varig está com o aluguel de aviões atrasados mas diz que está negociando o pagamento para manter operações
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em disputa com o seu sócio americano, o fundo de investimentos Matlin Patterson, a VarigLog, companhia aérea de transporte de cargas, está com o aluguel de aviões de sua frota atrasado e negocia com arrendadores o pagamento do leasing. A companhia opera 22 aviões, todos arrendados.
No início desta semana, a Wells Fargo, agente fiduciário do Matlin Patterson, chegou a conseguir na Justiça paulista uma decisão determinando o arresto de quatro Boeings-757 que pertencem ao fundo. A decisão foi suspensa a pedido dos sócios brasileiros da companhia. O Matlin Patterson já havia conseguido o arresto de um outro avião usado pela empresa de cargas que estava parado em Miami, nos Estados Unidos.
O fundo americano se associou a três investidores brasileiros (Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel) para investir na empresa, ex-subsidiária da Varig. A VarigLog levou as operações da Varig em leilão e depois revendeu a companhia aérea à Gol por US$ 320 milhões.
Os sócios continuaram administrando a VarigLog, que, segundo os últimos dados disponíveis, possui 47% do mercado brasileiro de cargas aéreas, mas os brasileiros e o fundo divergem sobre o destino dos recursos referentes à venda da Varig.
A Gol pagou US$ 98 milhões em dinheiro, US$ 172 milhões em ações e um montante em debêntures. Na Justiça, o Matlin conseguiu o bloqueio de parte das ações e, segundo a Folha apurou, acusa os brasileiros de depositarem os US$ 98 milhões em dinheiro na Suíça e de ter gasto US$ 13 milhões sem que isso fosse registrado na contabilidade da empresa, o que a empresa nega.
Em entrevista à Folha, um dos sócios da VarigLog, Marco Antonio Audi, atribuiu os atrasos em pagamentos à disputa com o fundo. "A VarigLog tem US$ 200 milhões em caixa congelados por causa da briga judicial com o Matlin Patterson. Foi isso que colocou a companhia em uma crise, pois nosso faturamento só tem crescido."
Ele reconheceu que o leasing de aviões da companhia está atrasado, segundo ele por conta do congelamento das contas pelo fundo, mas afirmou que as negociações para o pagamento desse aluguel estão adiantadas.
Anteontem, segundo Audi, a VarigLog entrou com uma ação de dissolução de sociedade com o fundo Matlin Patterson na Justiça de São Paulo.
Além do fundo, pelo menos um outro arrendador entrou na Justiça pedindo reintegração de posse de um avião por falta de pagamento. De acordo com Audi, a empresa vai devolver a esse arrendador um avião DC-10 no início do ano que vem. "Mas vão tirar um avião que nós mesmos temos interesse em devolver."
Em uma carta ao fundo de 6 de novembro último, a VEM, empresa de manutenção de aviões, diz que suspendeu seus serviços à VarigLog por falta de pagamento. Segundo a VarigLog, a VEM não presta mais serviços à empresa. "Mas foi uma decisão nossa, já que no final das contas são eles [a VEM] que nos devem. Fechamos contrato com outras empresas de manutenção", disse Audi.
sds
emerson