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Enviado: Qui Nov 15, 2007 11:34
por Afonso
Gustavo,

Vc tem amigos em um dos piores jornais do Paraná.

A Gazeta é filiada a rede paranaense de comunicação (RPC)filiada a Rede Globo.
É um jornal que escreve que uma antena de NDB é em frequencia "VHS".

Aonde informam que o Minimo de descida do (MDA)Afonso Pena é 2.300 pés.
Minhocas devem controlar o subsolo né :lol:

Aonde o ils, als, 3ª pista foram seguidamente falados, com besteiras a torto e a direita.

Sendo chato, mas não concordando com a ideia de ter 3 horas para vomitar besteiras, 3 horas a gente vai de São Paulo a Manaus rsrsrs.
É muito tempo para pensar, procurar o minimo de conhecimento e criar um texto sadio.

Amigo Gustavo, a tão "nobre" Gazeta do Povo te colocou numa furada, que daria até processo judicial, por uso indevido de fonte.

Você colaborou com nomes para pesquisa e não com opinião do acidente.

Concorda comigo?

Abração

:wink:

Enviado: Qui Nov 15, 2007 12:12
por gugacwb
Afonso,

Por essa razão que citei a Gazeta do Povo, porque a gente conhece bem o que se escreve por lá, a qualidade do que é publicado por lá. Não é à toa que a crise por lá está seríssima, nunca se vendeu tão poucos exemplares. Reflexo de vários fatores, inclusive da falta de qualidade. E felizmente meus contatos na Gazeta não são das editorias da crise.

E aproveitando o assunto, voei ontem para Congonhas de Varig. A bordo li uma entrevista na Revista Varig com o William Waack, âncora do Jornal da Globo. No final, tem uma mini-biografia e a paixão dele por um Cessna 172. Enfim, e diz assim: "Waack dirigiu uma correta cobertura jornalística do recente acidente em Congonhas, quando a maioria dos colegas da televisão se perdeu, com informações contraditórias e imprecisas". Nem cito Datena, Rezende, Cabrini, porque não tem comparação. Mas "correta cobertura" foi no mínimo, de mau gosto.

Resumindo, é triste participar de um meio em que existem profissionais tão sérios e capacitados, mas que ao mesmo tempo existe o oposto. E esse oposto é que se sobressai.

E sobre o processo judicial, não cheguei a isso. Bastou entrar em contato com o editor dela e resolver a situação. Não é à toa que nunca mais ligaram.

Abraços,
Gustavo Ribeiro de Francisco.

Enviado: Qui Nov 15, 2007 13:12
por Afonso
Acredito que essa sua mensagem pode dizer que deu fim ao post.

Parabens, vc é uma das raras excessões dentro do jornalismo sério e eficiente desse pais.

Precisando estamos sempre a disposição.

Conte mesmo com a gente. :wink:

Enviado: Qui Nov 15, 2007 20:26
por Clipper202
Na secção training da revista FLYING (uma das mais conceituadas internacionalmente) de outubro de 2007 (pag 35 e 36) um artigo expoe o seguinte:

" If things do not seem to be going well on an aproach, whether it is a visual approach or an instrument approach, just go around and try it again. As long as there is enough gas in the tanks a pilot can always give it another try when he just is not comfortable with the way things look"...
Even early in the approach if you just do not have it all together, go around and do it right the next time....if you find you have that uneasy feeling that something is not right add power and go around immediately"

Acho que nao sao necesarias mais explicaçoes. Aconselho a todos os jornalistas leer mais revistas de aviacão antes de informar com relação a possiveis "falhas" dum voo.

Saludos.

Enviado: Sex Nov 16, 2007 11:48
por paulopre-aero
Para contribuir com o debate, eu também entendo o lado dos jornalistas, sobretudo quando considerarmos que não temos muita transparência sobre as informações por aqui. Aqui ficamos sabendo de "incidentes" aeronáutivos na coluna do Anselmo Góis ou outro "bem informado". Não existe uma prática como o NTSB faz de listar no site todos os acidentes e incidentes da aviação civil dos USA. Por aqui, do jeito que as coisas são, como é que vão saber que "go arround" não é incidente?

Por outro lado, minha cunhada viajou no dia 5/11 POA CGH no RG 2103 e o aviao teve um problema técnico no trem de pouso e ficou fazendo orbitas sobre Viracopos até pousar 1 h depois em GRU e ser rebocado para os pax desembarcarem. Onde saiu está noticia???? Fiquei cuidando se saia alguma notinha nos jornais e nada. Portanto, esta desinformação dos jornalistas é também fruto da falta de transparência do sistema, e que faz com estes profissionais confiem em "inside information" muitas vezes de pessoas sem o devido conhecimento.

Transparência já.

Ats

Paulo Fernando

Moderadores: sugiro o Aeroforum criar uma listagem de incidentes aeornauticos.

Enviado: Sex Nov 16, 2007 13:08
por gugacwb
Rosvalmir Afonso escreveu:Acredito que essa sua mensagem pode dizer que deu fim ao post.

Parabens, vc é uma das raras excessões dentro do jornalismo sério e eficiente desse pais.

Precisando estamos sempre a disposição.

Conte mesmo com a gente. :wink:
Valeu Afonso! É assim que tem que funcionar, ou seja, com debate, discussão, cada um apresentando seus argumentos e opiniões. E o jornalismo precisa funcionar assim.

Mas enfim, também estou à disposição quando o assunto for jornalismo, para o bem ou para o mal. Hehe!

Abraços,
Gustavo Ribeiro de Francisco.

Enviado: Sex Nov 16, 2007 18:43
por Armando Italo
O meu pai era jornalista e por uns tempos, mêses, tb trabalhei na redação como boy, mensageiro, em um grande e extinto jornal de SP.
E o que mais acontecia na falta de novas materias era a inserção do famoso calhau.
Resumindo:
"Se num tem noticias, nóis inventa!"
E como assunto em evidencia e na moda é aviação e seus congêneres, pau neles.
Então, uma simples arremetida, por causa de mudança de vento, para os jornalistas "experts" atuais "especializados" em aviação passa a ser o máximo, capa de jornal.
E desta forma acontece com outros temas
Vejam por exemplo, o que a midia atualmente esta fazendo com a raça dos cães Pit Bull.
Nada a ver com aviação e nem tão pouco pretendo alongar o tema e criar polêmicas sobre os Pit Bulls, mas somente um exemplo.
Tenho uma cadela Pit Bull com seis anos e seguramente não tem nada a ver com o que a midia "fala" sobre esses cães.
Nasci e moro ate hoje a uma milha e meia da RWY17 de CGH e sempre assisto da minha janela do escritorio de casa as remetidas, constantes, com tempo fechado, cavok, por causa de alguem que demorou um pouco mais alinhado, etc.
O único jornalista realmente especializado em aviação, profundo conhecedor do meio aeronáutico e que tive o prazer de conhecer pessoalmente, já falecido hirônicamente em um acidente aéreo, o seu ultraleve caiu, foi o Jornalista Lenildo Tabosa Pessoa.
De lá para cá não apareceu mais ninguem
E aqui neste forum, tem membros, noto que são e estão plenamente qualificados, honestamente, sem demagogia, prontos para escrever para algum jornal materias abordando assuntos pertencentes a aviação.




:wink:

Enviado: Sex Nov 16, 2007 19:02
por gugacwb
Armando Italo escreveu: O único jornalista realmente especializado em aviação, profundo conhecedor do meio aeronáutico e que tive o prazer de conhecer pessoalmente, já falecido hirônicamente em um acidente aéreo, o seu ultraleve caiu, foi o Jornalista Lenildo Tabosa Pessoa.
Caro Armando,

Não sou da época do Lenildo Tabosa Pessoa, no entanto conheço o trabalho que ela fazia. Tenho alguns recortes da época e acredito que o grande mérito dele era fazer a aviação saltar das publicações especializadas para a grande mídia, no caso o Jornal da Tarde. Uma coluna que explicava, analisava e dava qualidade ao assunto. De fato ia além da cobertura tradicional.

Aproveitando essa discussão, fiquei motivado a reativar um blog que tinha começado a fazer no início do ano, mas que por motivos de trabalho tive que deixar de lado. É um espaço para discutir exatamente o que estamos falando aqui. O resumo da ópera é ver como a aviação é tratada pela imprensa brasileira.

Espero que os colegas do AeroFórum participem e que possamos desnudar essa relação tão carente entre a aviação e imprensa. O endereço é http://midiasemasas.blogspot.com. Espero poder atualizá-lo com freqüências, mas também conto a colaboração dos colegas enviando notícias e matérias, como essa que gerou a discussão.

Abraços,
Gustavo Ribeiro de Francisco.

Não me agüentei

Enviado: Sex Nov 16, 2007 19:53
por Schneider
Amigos
Não me agüentei e cá estou. O tratamento da imprensa à aviação é assunto antigo. Porém a nota que gerou esse tópico, na minha opinião, abriu espaço para outra discussão. Assim, temos dois assuntos em pauta: a arremetida que virou notícia e o enfoque da imprensa sobre aviação.

A ARREMETIDA - Sabemos que uma arremetida não é notícia. Mas depois dos acidentes da Gol e da TAM, dos controladores, do caos aéreo, aeroportos, atrasos e etc. a aviação virou uma espécie de "pauta compulsória". Qualquer fato ocorrido em um aeroporto vira notícia.
Durante meses os jornais estampam títulos sobre os atrasos: "Atrasos de 8,5% dos vôos". E olha que durante algumas décadas sempre tivemos atrasos em torno de 10%. Mas isso nunca foi notícia. Passou a ser com a crise. Então as redações estão em contato direto com os aeroportos. E aí vêm as estatísticas, com direito aos décimos.
É claro que há falta de conhecimento. Porém, concordando com muitos acima, é claro que o bom senso pode evitar erros primários ou exageros. Mas uma arremetida acabou virando notícia. É claro que faltou bom senso. Na concepção momentânea, era sobre aviação, aeroportos ou crise aérea. Então (para quem fez) era notícia. E não ficaria surpreso em saber que o repórter achou que era um "furo de reportagem". Espero que, pelo menos, a arremetida tenha ocorrido...

IMPRENSA E AVIAÇÃO – Essa história do enfoque da imprensa à aviação é muito ampla. Acredito que o colega GUGACWB foi muito feliz em suas colocações. Porém, quando avaliamos a atuação profissional, não podemos esquecer algumas regras básicas. Uma delas é a de que há bons e maus profissionais em todas as áreas. No meio jornalístico isso vai além, pois também convivemos com alguns sensacionalistas.
Mas a falta de um tratamento adequado às notícias do setor aéreo, praticamente não advém de índoles. É, de fato, falta de um conhecimento maior. Como muito bem colocou o GUGACWB, essa informação o repórter pode aprimorar. Quando houver tempo para tal. Mas não vamos condenar o repórter. O material passa obrigatoriamente no mínimo pelas mãos de um editor. Esse(s) deveria(m) ter o senso crítico de avaliar melhor o conteúdo. Assim, evitariam exageros, erros primários e, principalmente, o sensacionalismo.
Essa relação imprensa X aviação pode e deve melhorar. E os dois lados podem colaborar. Primeiro os coleguinhas das redações, buscando fontes, checando informações e pesquisando sobre termos técnicos (hoje tem Internet, barbada). Os coleguinhas do fórum e profissionais da área também podem fazer a sua parte. Ajudem os jornalistas, passem informações ou corrijam. Se houver essa ponte haverá uma importante ligação, permitindo que as notícias cheguem em “melhor estado” ao destino final.
Abraços