.:: A e r o F ó r u m ::.

Olá para todos....

Estava foleando uma das minhas revistas Flap Internacional da minha coleção e me deparei com uma notícia que diz que o saudoso Scandia seria restaurado. Inclusive o título da matéria é: "Scandia será restaurado pelo Museu Aeroespacial". A revista é de ago/97 e a matéria diz que ele foi doado para o Musal. O texto diz assim:
"(...) Agora, a aeronave foi doada ao Musal (...) através de decisão unanime da diretoria da Vasp, segundo o diretor do museu, Ten.-Cel. Antonio Claret Jordão. Ele explica que os planos da remoção do Scandia para o Musal já estão em pleno andamento, prevendo o uso de duas carretas rodoviárias especiais, e o transporte deverá acontecer ainda neste segundo semestre. Já com relação ao trabalho de recuperação e restauração do modelo (...) serão feitos (...), devendo levar cerca de três anos(...)" Revista Flap Internacional nr 299 Ago/97 pág 8

Agora eu pergunto: que fim levou todos esses planos?? Pois nós sabemos que a aeronave está lá em Bebedouro, apodrecendo.....

Aqui em Londrina houve um acidente com Scandia. Inclusive a aeronave foi desmontada por aqui mesmo.....

Abraços londrinenses.......

Caro Juniorldb,

Infelizmente, o Scandia PP-SQR continua lá em Bebedouro, abandonado. Existem problemas legais para a transferência da aeronave para o MUSAL, parecem que exitem cláusulas no documento de doação proibindo a transferência. O Sr. Eduardo Matarazzo, que era o dono do Museu de Bebedouro, morreu, e não sei mais quem cuida daquilo, se é que alguém cuida.

É preciso que se faça alguma coisa, pois aquele é o único Scandia existente no mundo. Para que ele não faça parte da lista de aeronaves extintas, como o B-32 ou o B-19, por exemplo, é preciso preservá-lo. Ele sofre de uma morte lenta, apodrecendo ao relento de Bebedouro.

É interessante relembrar algumas coisas interessantes sobre o Scandia:

- Era um bom avião, mas surgiu em uma época de transições rápidas, e não obteve sucesso. Foram fabricados apenas 18 exemplares, usados por apenas 2 operadores, a SAS e a VASP. No fim, a VASP usou todos os 18 aviões, inclusive o protótipo.

Ocorreram 5 acidentes com o tipo, todos na VASP. Três foram fatais, um ocorrido na Baía da Guanabara em 30 de dezembro de 1958, matando 21 pessoas (PP-SQE), outro em São Paulo, em 23 de setembro de 1959, vitimando 20 pessoas (PP-SQV), e outro perto de Paraibuna, que vitimou 23 pessoas(PP-SRA).

Outros dois acidentes ocorreram sem vítimas, mas com a perda total da aeronave.

O de Londrina ocorreu em 08 de março de 1964, em um vôo de adaptação e treinamento. Apenas 4 tripulantes estavam a bordo. A aeronave era o PP-SQY. O piloto fez um pouso muito duro, que danificou seriamente a estrutura. Uma vez que a recuperação do avião não era interessante, pois já estavam sendo desativados (várias carcaças já podiam ser vistas em CGH, nessa época), demancharam o avião aqui mesmo em LDB, a machado e marreta.

Em Londrina, o avião recebeu o apelido pouco carinhoso de "Balaio das Putas", pois costumavam ser fretados pelos figurões endinheirados da cidade para trazer prostitutas para Londrina, na década de 50.

Um abraço.

Caros amigos,

Eu estava analisando os acidentes do Scandia, e fiquei pensando: antigamente, as referências eram outras...

O Scandia teve apenas 18 unidades fabricadas, 5 perdidos em acidentes, 3 deles fatais. O interessante é que tinha fama de aeronave segura.

Naquela época, os padrões eram outros. O DC-3/C-47 foi talvez uma aeronave considerada das mais seguras, mas teve mais acidentes que qualquer outro avião comercial, decorrentes de condições precárias de utilização e do tempo que ficou em serviço (ainda é usado...).

O Concorde, que era outro avião raro, foi mandado para o inferno de cabeça para baixo depois de um único acidente, do qual o avião teve muito pouca culpa....

O Fokker 100 até hoje é malhado, injustamente.

Realmente, os tempos mudam...Um único incidente grave com um A380 ou B787 poderiam terminar com a carreira desses fabulosos aviões. E perder um wide-bodie pode acabar com um empresa aérea de primeira categoria, por maior que ela seja....

É só para refletir....

Um abraço.

Caro Constellation:


Obrigado pelas informações.

Infelizmente estamos deixando a nossa história morrer lentamente. Talvez nós deveríamos entrar em contato com a Saab e pedir para que eles interfiram nessa situação, afinal, a aeronave faz parte da história deles também.

Abraços Londrinenses.......

Há mais novidades? Eu entendo o museu queria EUA US $ 25 milhões para o Scandia. Isso certamente não pode ser verdade?

a única saída prá não perder essa aeronave é a união expropiá-la e os "proprietários" não recorrerem.
de boas intenções o inferno está cheio.

É possível encontrar uma fotografia recente do Scandia?

ACHO QUE DEVERIA TER UMA LEI NO BRASIL SOBRE MUSEUS, quem nao cuida ou nao tem condiçoes de ter um peça no museu, seria obrigada repassar para outro museu que assuma o compromisso de preservar.GOSTARIA que fosse simples , sei que nao deve existir isso no mundo, mas o Brasil poderia ser o primeiro, peças apodrecendo enquanto outros tem condiçoes para manter, nossa aviação uma das mais famosas do mundo nao pode se perder assim...pena!

paulo roberto escreveu:ACHO QUE DEVERIA TER UMA LEI NO BRASIL SOBRE MUSEUS, quem nao cuida ou nao tem condiçoes de ter um peça no museu, seria obrigada repassar para outro museu que assuma o compromisso de preservar.GOSTARIA que fosse simples , sei que nao deve existir isso no mundo, mas o Brasil poderia ser o primeiro, peças apodrecendo enquanto outros tem condiçoes para manter, nossa aviação uma das mais famosas do mundo nao pode se perder assim...pena!

Infelizmente, Paulo, se houvesse uma lei assim, quase ninguém se arriscaria a tentar preservar alguma coisa, e muita coisa se perderia. O Museu Matarazzo, de Bebedouro, adquiriu quase todo o seu acervo por compra, em dinheiro, de peças, aeronaves, veículos e máquinas que estavam destinados ao ferro velho. Não estão em estado tão ruim assim, eu e o SBLO fomos lá, recentemente, e constatamos que os aviões lá estão melhores que alguns que a própria FAB preservou em praças públicas, como monumento. Não estão também muito piores que os aviões que estão ao relento no Musal, onde a atmosfera marítima do Rio de Janeiro é muito mais danosa aos aviões.

O problema é que providenciar Museus cobertos para aeronaves é caro, muito caro. A própria TAM não teria condições de acolher o enorme acervo de Bebedouro, por exemplo, e o Musal continua recebendo aviões e não tem mais espaço coberto para eles. No Museu da TAM, já estão se acumulando aeronaves ao relento, como um ATR-42 e o DC-3 "Rose.

Com relação à lei que vc propõe, correríamos o enorme risco do nosso acervo ir parar na Europa ou nos Estados Unidos, o que seria uma grande pena.

Museus de aeronaves a céu aberto existem em toda parte, e temos por exemplo o Museu do Intrepid, em Nova York, ou Pima Air Museum, em Tucson, Arizona, ambos nos poderosos Estados Unidos. Eu acho que uma solução seria o incentivo a empresas para fazer uma melhor manutenção dos aviões que estão ao ar livre, através de incentivos fiscais tipo "Lei Rouanet".

Grande abraço.

aviador Africano escreveu:É possível encontrar uma fotografia recente do Scandia?

Amigo aviador Africano:

Dê uma olhada neste tópico:

http://forum.aeroentusiasta.com.br/view ... 13&t=28938" onclick="window.open(this.href);return false;

Ali tem algumas da viagem que eu e o Constellation fizemos a Bebedouro em julho deste anos.

Abraço