Mirage 2000C: Compra será contestada na Câmara
Enviado: Qui Out 27, 2005 00:27
Meus prezados:
Inforel 25 Outubro 2005
Compra do Mirage 2000C será contestada na Câmara
O deputado Marcelo Ortiz [PV-SP] presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Aeronáutica, promete contestar a decisão do governo de adquirir 12 aviões Mirage 2000C, por R$ 290 milhões. O custo final desses aviões ficará em US$ 10 milhões por aeronave.
O acordo entre os governos do Brasil e da França já foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
No dia 14 de outubro, o ministro da Defesa, José Alencar, encaminhou ao parlamentar as respostas ao requerimento de informações apresentado por Ortiz em agosto, com oito questionamentos.
Segundo ele, o Brasil deveria comprar aviões novos, pois os Mirage 2000C são usados e foram fabricados entre 1984 e 1986. Marcelo Ortiz afirmou que os aviões já possuem 20 anos de uso e vão precisar ser reformados.
Ele observou que esses aviões não suportam armamentos modernos como os mísseis da família MICA e seriam inferiores aos F5 BR que a Embraer está revitalizando para a Força Aérea Brasileira. Além disso, não têm autonomia de vôo entre Anápolis – Amazônia – Anápolis.
“Para piorar, não há qualquer retorno para a indústria nacional, não há pronta-entrega de peças de reposição e a França não pretende instalar uma planta no país”, explicou Marcelo Ortiz.
Sukhoi
Por outro lado, o deputado afirmou ao InfoRel que os russos ofereceram 12 aviões Sukhoi-27 com até seis anos de uso, mil horas de uso de cada célula e aviônica moderna por R$ 146 milhões, em maio deste ano.
A Avibrás ficaria responsável pela revitalização das aeronaves e haveria a possibilidade de se instalar uma unidade de montagem do avião no Brasil.
Além disso, também foram oferecidos 14 aviões Sukhoi-33, por R$ 300 milhões, para a Marinha, com a possibilidade de uma redução de R$ 180 milhões para não vir peças de reposição. Essa responsabilidade ficaria com a Avibrás.
Ministério da Defesa
Em resposta ao deputado, o ministro José Alencar afirmou que o custo das aeronaves adquiridas do governo francês serão pagas em até seis anos, em parcelas fixas e com recursos do Orçamento da União.
O valor do pacote de logística inicial [peças, treinamento, ferramentas, bancadas de teste e etc], é de 20 milhões de euros, sendo 15 milhões destinados à compra de material e 5 milhões ao treinamento de pilotos e ao translado das aeronaves.
De acordo com Alencar, a operação contempla ainda um lote de armamentos, mas os dois governos ainda não definiram a quantidade e o custo. Além disso, foi criado o Comitê de Cooperação Brasil-França, para estimular a cooperação na área da aeronáutica militar.
Ele descartou a necessidade de submeter as aeronaves a qualquer tipo de adequação as condições brasileiras. “As aeronaves serão entregues com um potencial de vôo de, no mínimo, mil horas. Ao serem desativadas na Força Aérea Francesa, estarão prontas para utilização pela FAB”, explicou José Alencar.
Nessa operação, o governo brasileiro não envolveu nenhuma empresa brasileira, o que teria permitido uma considerável redução de custos e a preservação de dados sensíveis relativos ao emprego das aeronaves e à segurança. Também não houve exigência de “offset”, mas a indústria nacional terá acesso aos novos conhecimentos provenientes do acordo.
Quanto às vantagens do acordo, o ministério da Defesa destaca:
- as aeronaves Mirage 2000C estão em plena atividade na Força Aérea Francesa e em diversos outros países, estando plenamente capacitadas para o emprego nos Teatros de Operações do presente pelo fato de incorporarem equipamentos e armamentos atualizados, testados em combate e de comprovada eficiência; podendo ser utilizadas, pelo menos, por mais 10 ou 15 anos.
- neste cenário, deve-se agregar a facilidade do processo de transição para os pilotos militares brasileiros, porque as características das aeronaves Mirage 2000C estão na mesma linha dos aviões Mirage III que atualmente são operados pelo 1º Grupo de Defesa Aérea. Certamente, haverá um ganho operacional importante, porque os Mirage 2000C são supersônicos [MACH 2,3] de uma geração mais moderna e usam equipamentos bem mais atualizados.
- comprovadamente existe substancial compatibilidade entre as doutrinas operacionais [que são aprimoradas em atividades compartilhadas por ambos os países, cujo maior exemplo são as Operações CRUZEX, estas levadas a efeito no Brasil] e as políticas logísticas [suprimento e manutenção] empregadas pelas duas forças, porque, neste caso, os aviões que usam são da mesma origem.
- a oferta é bastante atraente porque apresenta um produto que atende aos requisitos do Comando da Aeronáutica para este momento, além de representar considerável redução da necessidade de aporte de recursos e reúne condições favoráveis, características técnicas e incremento da capacidade operacional da FAB, permitindo, a tempo, cobrir a lacuna que advirá com a desativação dos Mirage III responsáveis pela defesa aérea dos pontos sensíveis e estratégicos do país.
- ressalte-se o compromisso do governo francês de vender para o Brasil qualquer tipo de armamento que venha a ser do interesse, sem embargos de qualquer espécie.
- em 6 de junho, o Comando da Aeronáutica solicitou ao Tribunal de Contas da União que fizesse o acompanhamento do processo, como forma de conferir-lhe total transparência.
Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
jambock@brturbo.com.br
Inforel 25 Outubro 2005
Compra do Mirage 2000C será contestada na Câmara
O deputado Marcelo Ortiz [PV-SP] presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Aeronáutica, promete contestar a decisão do governo de adquirir 12 aviões Mirage 2000C, por R$ 290 milhões. O custo final desses aviões ficará em US$ 10 milhões por aeronave.
O acordo entre os governos do Brasil e da França já foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
No dia 14 de outubro, o ministro da Defesa, José Alencar, encaminhou ao parlamentar as respostas ao requerimento de informações apresentado por Ortiz em agosto, com oito questionamentos.
Segundo ele, o Brasil deveria comprar aviões novos, pois os Mirage 2000C são usados e foram fabricados entre 1984 e 1986. Marcelo Ortiz afirmou que os aviões já possuem 20 anos de uso e vão precisar ser reformados.
Ele observou que esses aviões não suportam armamentos modernos como os mísseis da família MICA e seriam inferiores aos F5 BR que a Embraer está revitalizando para a Força Aérea Brasileira. Além disso, não têm autonomia de vôo entre Anápolis – Amazônia – Anápolis.
“Para piorar, não há qualquer retorno para a indústria nacional, não há pronta-entrega de peças de reposição e a França não pretende instalar uma planta no país”, explicou Marcelo Ortiz.
Sukhoi
Por outro lado, o deputado afirmou ao InfoRel que os russos ofereceram 12 aviões Sukhoi-27 com até seis anos de uso, mil horas de uso de cada célula e aviônica moderna por R$ 146 milhões, em maio deste ano.
A Avibrás ficaria responsável pela revitalização das aeronaves e haveria a possibilidade de se instalar uma unidade de montagem do avião no Brasil.
Além disso, também foram oferecidos 14 aviões Sukhoi-33, por R$ 300 milhões, para a Marinha, com a possibilidade de uma redução de R$ 180 milhões para não vir peças de reposição. Essa responsabilidade ficaria com a Avibrás.
Ministério da Defesa
Em resposta ao deputado, o ministro José Alencar afirmou que o custo das aeronaves adquiridas do governo francês serão pagas em até seis anos, em parcelas fixas e com recursos do Orçamento da União.
O valor do pacote de logística inicial [peças, treinamento, ferramentas, bancadas de teste e etc], é de 20 milhões de euros, sendo 15 milhões destinados à compra de material e 5 milhões ao treinamento de pilotos e ao translado das aeronaves.
De acordo com Alencar, a operação contempla ainda um lote de armamentos, mas os dois governos ainda não definiram a quantidade e o custo. Além disso, foi criado o Comitê de Cooperação Brasil-França, para estimular a cooperação na área da aeronáutica militar.
Ele descartou a necessidade de submeter as aeronaves a qualquer tipo de adequação as condições brasileiras. “As aeronaves serão entregues com um potencial de vôo de, no mínimo, mil horas. Ao serem desativadas na Força Aérea Francesa, estarão prontas para utilização pela FAB”, explicou José Alencar.
Nessa operação, o governo brasileiro não envolveu nenhuma empresa brasileira, o que teria permitido uma considerável redução de custos e a preservação de dados sensíveis relativos ao emprego das aeronaves e à segurança. Também não houve exigência de “offset”, mas a indústria nacional terá acesso aos novos conhecimentos provenientes do acordo.
Quanto às vantagens do acordo, o ministério da Defesa destaca:
- as aeronaves Mirage 2000C estão em plena atividade na Força Aérea Francesa e em diversos outros países, estando plenamente capacitadas para o emprego nos Teatros de Operações do presente pelo fato de incorporarem equipamentos e armamentos atualizados, testados em combate e de comprovada eficiência; podendo ser utilizadas, pelo menos, por mais 10 ou 15 anos.
- neste cenário, deve-se agregar a facilidade do processo de transição para os pilotos militares brasileiros, porque as características das aeronaves Mirage 2000C estão na mesma linha dos aviões Mirage III que atualmente são operados pelo 1º Grupo de Defesa Aérea. Certamente, haverá um ganho operacional importante, porque os Mirage 2000C são supersônicos [MACH 2,3] de uma geração mais moderna e usam equipamentos bem mais atualizados.
- comprovadamente existe substancial compatibilidade entre as doutrinas operacionais [que são aprimoradas em atividades compartilhadas por ambos os países, cujo maior exemplo são as Operações CRUZEX, estas levadas a efeito no Brasil] e as políticas logísticas [suprimento e manutenção] empregadas pelas duas forças, porque, neste caso, os aviões que usam são da mesma origem.
- a oferta é bastante atraente porque apresenta um produto que atende aos requisitos do Comando da Aeronáutica para este momento, além de representar considerável redução da necessidade de aporte de recursos e reúne condições favoráveis, características técnicas e incremento da capacidade operacional da FAB, permitindo, a tempo, cobrir a lacuna que advirá com a desativação dos Mirage III responsáveis pela defesa aérea dos pontos sensíveis e estratégicos do país.
- ressalte-se o compromisso do governo francês de vender para o Brasil qualquer tipo de armamento que venha a ser do interesse, sem embargos de qualquer espécie.
- em 6 de junho, o Comando da Aeronáutica solicitou ao Tribunal de Contas da União que fizesse o acompanhamento do processo, como forma de conferir-lhe total transparência.
Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
jambock@brturbo.com.br