Geralda Doca
BRASÍLIA. O governo prepara mudanças na tarifa de embarque internacional, que já é a mais alta do mundo, atualmente em US$ 36. A idéia, que vem sendo discutida pelos ministérios da Fazenda, do Turismo e pela Infraero, é cobrar valores diferenciados de acordo com a categoria do aeroporto. Nos terminais de fronteira e no Nordeste, por exemplo, o percentual deverá cair mais da metade. Em Brasília e Confins (BH), poderá ficar entre US$ 15 e US$ 20 e no Galeão, em torno de US$ 25. Em Guarulhos, porém, que recebe a maior parte dos vôos internacionais, haveria um aumento de cerca de 39%, o que fará a tarifa subir para US$ 50.
Segundo técnicos que estão participando das conversas, as mudanças devem começar a valer em outubro e têm como principal objetivo incentivar o turismo. Quem pousa em Guarulhos, disse essa fonte, vem de vôos de longa distância, e a princípio não teria problema em desembolsar a quantia extra.
Taxa de US$ 36 está 119,58% acima da média mundial
Na avaliação do governo, o valor é pesado para turistas dos países do Mercosul. Enquanto um pacote de quatro dias para Florianópolis, por exemplo, é vendido em Buenos Aires por US$ 120, o turista tem que pagar na volta US$ 36 em Navegantes. A Infraero, que fica com parte do dinheiro, também defende a redução.
A tarifa brasileira está atrás da argentina (US$ 30,50), da colombiana (US$ 28), da chilena (US$ 26), da peruana (US$ 25), da cubana (US$ 20) e da cobrada dos principais aeroportos dos EUA (US$ 18,69). Uma taxa de US$ 36 representa 119,58% a mais do que a média mundial de US$ 16,40. Por outro lado, o governo brasileiro alega que não cobra taxa de segurança, fixada depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 em países, como Japão, Inglaterra e EUA.
Por outro lado, os passageiros de vôos domésticos pagarão a mais caro a partir de outubro pelo embarque. Ontem, o Departamento de Aviação Civil (DAC) publicou portaria em que autoriza a Infraero a reajustar a tarifa em 69,8%, de R$ 11,55 para R$ 19,62, incluindo o adicional tarifário, nos principais aeroportos do país. A Infraero informou também que estuda elevar as tarifas de pouso, permanência e navegação aérea cobradas das companhias. O percentual não está definido.
Jornal O Globo
