03 Fevereiro de 2017 | 01h00
Angola: Aeroporto 4 de Fevereiro recorda Neto em dia de festa
(Por Stella Silveira)
Luanda - O Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro está em festa. Comemora hoje, 3 de Fevereiro, 38 anos desde a visita histórica, em 1979, do primeiro presidente da então República Popular de Angola, António Agostinho Neto, por altura do baptismo da instituição e descerramento da placa com o nome.
Conhecido como Internacional de Belas, nos primórdios da independência, em 1975, o aeroporto data de 1954 e foi inaugurado Aeroporto Presidente Craveiro Lopes, pelo facto de ter sido o então presidente da República portuguesa a baptizá-lo com o seu próprio nome.
A mudança para Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro acontece em 1976, em homenagem à data de início da luta armada e consolidada em 1979 com a visita de Neto e provavelmente influenciada pelo momento ímpar e inolvidável, que foi a recepção feita, no aeroporto, a chegada da primeira delegação do MPLA a Luanda em 1975, chefiada por Lúcio Lara.
Mas a sua história não começa aqui. Ainda nos idos anos trinta, depois do surgimento da primeira companhia aérea angolana, DTA, e com o crescimento da aviação civil e comercial mundial, é inaugurado o primeiro aeródromo de Luanda, então denominado Emílio de Carvalho, situado nas imediações do Quartel Central dos Bombeiros, junto ao Largo da Independência, uma estrutura que mal deixou vestígios da sua passagem.
Mas, porque a cidade crescia, foi então decidida a construção de uma nova infraestrutura nos arredores da capital e assim inicia a história do “4 de Fevereiro”, que já nos anos 70 começa a ser “invadido” pelo desenvolvimento e surgimento dos bairros Salazar (hoje Mártires de Quifangondo) e Cassenda.
Actualmente cercado pelo Cassequel, Mártires de Quifangondo, Cassenda e Rocha Pinto, o aeroporto será mais uma vez "expulso" do centro populacional e transferido para a região norte da província, na zona de Bom Jesus.
Apesar dos esforços enveredados para a sua refundação, com obras de requalificação e de modernização, passando uma imagem melhorada, deixou de estar em localização segura do ponto de vista aeronáutico, mas oficialmente ainda está por definir o fim a dar a este “aeroporto heróico”.
“Heróico” porque durante o período do conflito armado, que inviabilizou a livre circulação de pessoas e bens por via terrestre, foi o único elo de unidade nacional, permitindo que bens de primeira necessidade, combustível e todo o apoio logístico e militar, chegassem do exterior e para o interior de Angola.
Com o alcance da paz era necessário repor a sua imagem, bastante degrada e gasta pelos anos de utilização sem grandes obras, e ao postal de Luanda colou-se um novo cartão, com novas e modernas salas de embarque e desembarque, com lojas de Duty Free e parques de estacionamento com táxis estacionados no exterior para espanto dos incrédulos, que, afastados pela guerra, regressavam passados anos ao país.
O 4 de Fevereiro mudou para melhor e apesar de lhe faltar a dimensão de um gigante, como o novo Internacional de Luanda que entrará em fase de operação em 2018 com capacidade para 15 milhões de passageiros e 600 mil toneladas de carga por ano, ainda tem a grandeza de ter defendido com honra a soberania da pátria angolana nos idos anos de guerra.
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