Boa tarde amigos Forenses.
Acidente com o Curtiss Commander -
PP-VBI da VARIG
Fonte - livro
O Rastro da Bruxa. Comandante Carlos Ari Cesar Germano da Silva
Fogo a bordo -
http://i.imgur.com/VVw8zPz.png" onclick="window.open(this.href);return false;
No dia 02 de agosto de 1949, um domingo de inverno, o Curtiss Commando PP-VBI da VARIG decolou de São Paulo com destino a Porto Alegre. Vinte minutos antes do pouso, quando sobrevoava o nordeste do Rio Grande do Sul, região conhecida como “Aparados da Serra”, alguns passageiros sentados na parte de traz do avião observaram fumaça saindo do piso localizado sobre o porão de cargas traseiro (G). Munidos de um extintor de incêndio, o mecânico de bordo Oscar Goege tentou penetrar no compartimento de carga através de um alçapão, sendo impedido pelo calor e pela fumaça que já se espalhava por todo avião, provocando pânico entre os passageiros.
Em face da gravidade da situação, o comandante Goetz Herzfeldt decidiu pousar, o mais rápido possível, em campo aberto, pois a região era formada por terreno pou o ondulado, coberto por vegetação rasteira. Durante a descida rápida, os passageiros deslocaram-se para a frente, procurando fugir das chamas que se alastravam pela parte de trás do avião, deslocando o centro de gravidade, obrigando os pilotos a exercerem considerável força nos comandos para nivelar o avião imediatamente antes do pouso forçado. Como se isso não bastasse, a cabine de comando estava cheia de fumaça, que bloqueava totalmente a visão dos pilotos. Goetz abriu a janela lateral e colocou a cabeça para fora, tentando desesperadamente enxergar o solo para executar o pouso de emergência. Contava com o auxilio do também comandante Wendorff, que nesse vôo exercia a função de primeiro - oficial.
O Curtiss tocou forte no chão, ricocheteou, correu algumas centenas de metros e imobilizou-se tomado pelas chamas.
Goetz tinha ferimentos cortantes no rosto e dores nas costas. Wendorff também machuara-se, porém a maioria dos ocupantes do Curtiss conseguiu abandonar o avião antes de as chamas se alastrarem-se. Quatro dos passageiros, dentre os quais o jovem filho do Secretário de Justiça do Rio Grande do Sul, Dr. Adroaldo Mesquita da Costa, e o comissário João Mota ferreira não conseguiram deixar o avião a tempo e vieram a falecer intoxicados pela fumaça. O fato de quase todos os ocupantes do Curtiss terem abandonado o avião pelas suas próprias pernas der deve à pericia e profissionalismo de Goetz e Wendorff. Às voltas com uma situação dificílima, não hesitaram em seguir o único caminho que poderia salvar os ocupantes do avião: pousar tão logo possível, fosse onde fosse. O pouso forçado deu-se em campo aberto, nas proximidades de Jaquirana, cidade da região nordeste do Rio Grande do Sul, situada entre São Francisco de Paula e Cambará do Sul.
Segundo relata o comandante Rubens Bordini, em seu livro “Vida de Aviador”, a junta de investigação constatou que o avião transportava grande quantidade de náilon para mulheres. O VBI era normalmente empregado pela Varig na versão cargueiro, possuindo em seu assoalho vários orifícios com três centímetros de diâmetro, nos quais eram fixadas argolas de aço em que eram presas as cordas de amarração da carga. Como nesse dia o VBI voava na versão passageiro, as argolas haviam sido tiradas do piso, deixando à amostra os orifícios.
Talvez algum fumante entre os passageiros tenha inadvertidamente lançado ao assoalho um toco de cigarro aceso, que acabou penetrando no porão de carga G através de um desses orifícios, dando origem ao fogo, que se intensificou rapidamente estimulado pela natureza da carga e pelas correntes de ar que penetravam no porão através das fendas de suas portas, que não eram seladas nos aviões não pressurizados. Como o porão de carga não era dotado de alarme nem de extintor de fogo, os pilotos somente tomaram conhecimento do incêndio quando a situação já estava praticamente fora de controle. Após o acidente, a Varig instalou alarmes e extintores de incêndio nos porões da carga de toda a sua frota de Curtiss C-46.
Cauda -
http://i.imgur.com/9WqkUEt.png" onclick="window.open(this.href);return false;
No dia 11 de julho de 1973, uma situação similar voltaria a ocorrer desta vez envolvendo um Boeing 707, também da Varig, nas proximidades de Paris. Assim como em Jaquirana, os pilotos conseguiram pousar o jato em campo aberto, numa plantação de cebola. Com a cabine de comando tomada por densa fumaça, o comandante teve que colocar a cabeça pela janela para poder respirar e poder orienta o primeiro oficial, que realizou um pouso de barriga perfeito praticamente às cegas. Infelizmente, desta vez a morte ganhou a corrida. Dentro do Boeing calcinado restam 124 passageiros e tripulantes sentados em seus assentos e mortos, asfixiados pela fumaça tóxica.
Foto Airlines.net -
http://i.imgur.com/2mhMxWn.png" onclick="window.open(this.href);return false;
Abs. Cursio