Jogo de empurra em sumiço de cão
Enviado: Sex Mar 11, 2011 14:23
ZERO HORA
11 de março de 2011
NO HANGAR
Jogo de empurra em sumiço de cão
Empresa aérea divide a responsabilidade por fuga no aeroporto da Capital com a Infraero e a dona
A responsabilidade pelo desaparecimento do cachoro Pinpoo, que se extraviou há nove dias como se fosse uma bagagem no aeroporto Salgado Filho, virou um jogo de empurra. Até o momento, o animal parece ser o único livre de culpa de seu próprio destino.
Em nota divulgada ontem, a Gol divulgou uma nota em que divide a responsabilidade pela fuga do cão com sua proprietária e a Infraero.
No comunicado, a empresa aérea alega que “o acondicionamento da carga viva, que pelo regulamento é de responsabilidade do cliente, foi inspecionado tanto pela Gollog quanto pela Infraero, que autoriza o trânsito de cargas entre o terminal e a aeronave”. Segundo a Gol, o filhote de pinscher com poodle teria forçado a grade da embalagem que o transportava e fugido para a área restrita do aeroporto no momento em que era levado do hangar de cargas para o avião.
Ninguém consegue encontrar o cão, para desespero da dona, a aposentada Nair Flores, de 64 anos. ZH tentou entrar em contato com Nair ontem, mas não a encontrou. A Infraero, citada na nota, afirmou, via assessoria de imprensa, que “não tem manuseio da carga, sendo esta de responsabilidade exclusiva da companhia aérea”.
O animal foi embarcado no aeroporto da Capital, mas não chegou ao destino, em Vitória (ES). Funcionários da Gollog e da Infraero têm feito uma caçada ao cão na área do aeroporto. Armadilhas foram colocadas com alimentos e pedaços de roupas de Nair para que ele se guiasse pelo cheiro da dona. Em uma dessas buscas, em um matagal, a aposentada caiu e fraturou o pé.
Nair não pôde levar Pinpoo num voo da Azul porque ele pesa nove quilos, acima do permitido pela companhia. Nair providenciou para que o cão, de 10 meses, viajasse pela Gol como carga. Pagou taxa de R$ 864 e comprou uma caixa de transporte. Como seu voo tinha escala, ela embarcou mais cedo. O embarque do cachorro ficou a cargo do advogado Euclides Motta Paz, 81 anos, tio de Nair:
– Entreguei o cachorro, ele estava tranquilo na caixa, que foi lacrada.
Para especialistas, empresa aérea é responsável
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que não há legislação específica sobre o transporte de animais. O que existe é uma autorização da agência para que o transporte seja efetuado, mas as regras dependem de cada companhia. Sylvia Mendonça do Amaral, advogada da área cível e especialista em indenização, garante que não há dúvidas sobre a responsabilidade da companhia aérea.
– Caso os funcionários entendessem que a caixa de transporte não era adequada, não poderiam permitir o embarque, assim como não permitem o de malas abertas ou rasgadas.
Para ela, cabe indenização por danos morais e materiais. O advogado Lucas Cabette Fabio, do Instituto de Defesa do Consumidor, explica que o cachorro estava sob responsabilidade da companhia aérea e tinha de ser entregue em boas condições de saúde.
11 de março de 2011
NO HANGAR
Jogo de empurra em sumiço de cão
Empresa aérea divide a responsabilidade por fuga no aeroporto da Capital com a Infraero e a dona
A responsabilidade pelo desaparecimento do cachoro Pinpoo, que se extraviou há nove dias como se fosse uma bagagem no aeroporto Salgado Filho, virou um jogo de empurra. Até o momento, o animal parece ser o único livre de culpa de seu próprio destino.
Em nota divulgada ontem, a Gol divulgou uma nota em que divide a responsabilidade pela fuga do cão com sua proprietária e a Infraero.
No comunicado, a empresa aérea alega que “o acondicionamento da carga viva, que pelo regulamento é de responsabilidade do cliente, foi inspecionado tanto pela Gollog quanto pela Infraero, que autoriza o trânsito de cargas entre o terminal e a aeronave”. Segundo a Gol, o filhote de pinscher com poodle teria forçado a grade da embalagem que o transportava e fugido para a área restrita do aeroporto no momento em que era levado do hangar de cargas para o avião.
Ninguém consegue encontrar o cão, para desespero da dona, a aposentada Nair Flores, de 64 anos. ZH tentou entrar em contato com Nair ontem, mas não a encontrou. A Infraero, citada na nota, afirmou, via assessoria de imprensa, que “não tem manuseio da carga, sendo esta de responsabilidade exclusiva da companhia aérea”.
O animal foi embarcado no aeroporto da Capital, mas não chegou ao destino, em Vitória (ES). Funcionários da Gollog e da Infraero têm feito uma caçada ao cão na área do aeroporto. Armadilhas foram colocadas com alimentos e pedaços de roupas de Nair para que ele se guiasse pelo cheiro da dona. Em uma dessas buscas, em um matagal, a aposentada caiu e fraturou o pé.
Nair não pôde levar Pinpoo num voo da Azul porque ele pesa nove quilos, acima do permitido pela companhia. Nair providenciou para que o cão, de 10 meses, viajasse pela Gol como carga. Pagou taxa de R$ 864 e comprou uma caixa de transporte. Como seu voo tinha escala, ela embarcou mais cedo. O embarque do cachorro ficou a cargo do advogado Euclides Motta Paz, 81 anos, tio de Nair:
– Entreguei o cachorro, ele estava tranquilo na caixa, que foi lacrada.
Para especialistas, empresa aérea é responsável
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) disse que não há legislação específica sobre o transporte de animais. O que existe é uma autorização da agência para que o transporte seja efetuado, mas as regras dependem de cada companhia. Sylvia Mendonça do Amaral, advogada da área cível e especialista em indenização, garante que não há dúvidas sobre a responsabilidade da companhia aérea.
– Caso os funcionários entendessem que a caixa de transporte não era adequada, não poderiam permitir o embarque, assim como não permitem o de malas abertas ou rasgadas.
Para ela, cabe indenização por danos morais e materiais. O advogado Lucas Cabette Fabio, do Instituto de Defesa do Consumidor, explica que o cachorro estava sob responsabilidade da companhia aérea e tinha de ser entregue em boas condições de saúde.