Geralda Doca
BRASÍLIA
Os gargalos em infra-estrutura que têm preocupado o governo também estão no setor aéreo, e os problemas vão muito além da crise na Varig e na Vasp. Segundo levantamento do Departamento de Aviação Civil (DAC), apenas 126 cidades brasileiras — 2,3% dos 5.561 municípios — são atendidas com transporte aéreo regular, incluindo empresas que operam linhas nacionais, como TAM, Gol e Varig (esta, aliás, acabou de cancelar nove rotas), e pequenas companhias que fazem as rotas regionais.
— Isso é muito pouco, não dá para falar em desenvolvimento do turismo e integração regional sem aumentar o número de cidades atendidas. Não existe ligação direta entre as cidades, as pessoas precisam fazer um longo percurso, o que encarece a viagem, além do desperdício de tempo — analisa o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia.
Problemas até no Sul e no Sudeste
O problema é mais sério nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com exceção de Brasília, que se tornou o maior ponto de conexão de tráfego aéreo do país depois de São Paulo. Mesmo nas capitais do Sudeste e do Sul, o usuário tem dificuldade para comprar uma passagem de última hora e conseguir embarcar, porque os aviões estão sempre lotados.
— Conseguir embarcar em cima da hora para São Paulo e Rio às quintas-feiras à tarde é um sufoco — diz o consultor de empresas Adimar Schievelbein, que mora em Brasília e precisa voar pelo menos três vezes por semana.
Não existe ligação aérea entre São Paulo, centro financeiro do país, e Brasília, capital da República, após às 20h30m, partindo do Aeroporto de Congonhas. Já quem chega ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, depois das 10h só consegue embarcar para Brasília às 18h30m. No Nordeste a situação piora. Em Petrolina (PE) e Campina Grande (PB), só há vôo direto para Recife; em João Pessoa existem vôos diretos apenas para Recife e para o Rio, mesmo assim às quartas e sextas-feiras.
É preciso tempo e paciência para percorrer distâncias relativamente pequenas. Aracaju e Recife são separadas por 489 quilômetros, mas o passageiro tem de percorrer de avião 4.102 quilômetros, porque precisa passar por Salvador e Brasília. A distância entre Petrolina (PE) e Teresina é de 653 quilômetros, mas sobe para 4.760 quilômetros com as duas escalas.
No Norte, à exceção de Belém e Manaus, praticamente todas as cidades enfrentam problemas. Em Marabá (PA), só existem vôos diários para Belém e Brasília. Quem está em Boa Vista tem como única opção ir para Santarém (PA). Essas regiões só não ficam totalmente isoladas porque têm como alternativa a Rico e a Meta e outras pequenas empresas.
— As ligações entre Norte e Nordeste são prejudicadas porque precisam passar por Brasília — diz o procurador do Trabalho João Carlos Monte, que fiscaliza unidades do Ministério Público do Trabalho em todo o país.
Ele conta que uma vez teve de alugar um carro para ir de Araguaína (TO) a Palmas, que ficam a uma distância de 450 quilômetros, porque não havia vôo.
O diretor do DAC, brigadeiro Jorge Godinho, diz que o problema da falta de vôos decorre da atividade econômica. Segundo ele, o órgão regulador não pode obrigar as empresas a operar em rotas deficitárias:
— É preciso que haja atividade econômica em torno do aeroporto e interesse do usuário (empresas e passageiros) em utilizar o serviço.
Segundo especialistas, em algumas cidades do Nordeste dificilmente haverá demanda para lotar um avião de 170 lugares. Neste caso, a alternativa é utilizar aviões com até 50 lugares. Outra forma de resolver o problema é criar uma suplementação tarifária para subsidiar as empresas que atendem rotas pouco lucrativas e até deficitárias. Um projeto nesse sentido se encontra na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Para o ministro do Turismo, o DAC precisa incentivar a concorrência no setor.
Fonte: O Globo
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- Luciano Cunha
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Luciano Cunha
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A coisa é bem complexa. Passa por infra-estrutura, impostos e geralmente os governos só querem o " venha a nós", não querem abrir mão de nenhum dindin, as prefeituras então não querem nem saber de aeroporto. Coisas simples como prédios e pequenas obras as regionais sabem como é difícil. O dia que os ilustres alcaides perceberem o que um aeroporto gera aí passarão a agir a favor. Só que como eu ouvia desde piazito que o Brasil era o país do futuro, após décadas e governos e governos , ainda somos o país do futuro.
Vejo aqui por Curitiba a dificuldade de construir uma TWY, prolongar a pista, ainda bem que temos uma meia dúzia de abnegados que lutam a favor.
Agora, um passarinho veio na minha janela e me contou que o Carlos Wilson e Diretoria da Infra aceitaram o projeto de ampliação do Internacional de Curitiba, vulgo Afonso Pena, apresentado, i.é., bancado pelo Governo do Estado do Paraná que consistirá em 400m na cabeceira 15 e uns 650 na 33, para baratear a construção, pois na 33 chega a dar uns 22 metros de aterro, segundo meus colegas engenheiros. o sítio é de base turfosa por ser várzea, do Grande Iguaçú e requer escavação profunda para compactar a base do obra.
E pelo menos por meio século esqueçamos terceira pista, he! he!
Escusas pelo texto longo.
Vejo aqui por Curitiba a dificuldade de construir uma TWY, prolongar a pista, ainda bem que temos uma meia dúzia de abnegados que lutam a favor.
Agora, um passarinho veio na minha janela e me contou que o Carlos Wilson e Diretoria da Infra aceitaram o projeto de ampliação do Internacional de Curitiba, vulgo Afonso Pena, apresentado, i.é., bancado pelo Governo do Estado do Paraná que consistirá em 400m na cabeceira 15 e uns 650 na 33, para baratear a construção, pois na 33 chega a dar uns 22 metros de aterro, segundo meus colegas engenheiros. o sítio é de base turfosa por ser várzea, do Grande Iguaçú e requer escavação profunda para compactar a base do obra.
E pelo menos por meio século esqueçamos terceira pista, he! he!
Escusas pelo texto longo.
Marco A Moraes
SBBI/SBCT
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