Acidente da TAM abala confiança do consumidor em SP, diz FGV

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REUTERS

RIO DE JANEIRO - A turbulência do mercado financeiro e o acidente com o avião da TAM abalaram a confiança do consumidor paulistano, sobretudo a da faixa com rendimento mais elevado, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.

Ainda assim, o índice de confiança do consumidor no país apresentou uma melhora em agosto de 1 por cento sobre julho, devido a um aumento tanto na avaliação das condições atuais como nas expectativas com o futuro. O índice atingiu 109,3 pontos em agosto.

Em São Paulo, o índice de confiança do consumidor caiu 0,5 por cento em agosto e no acumulado de 12 meses ficou em 6,9 por cento contra 9,6 por cento até julho.

"Acho que a queda de confiança do paulistano é um reflexo da crise aérea e do acidente com o avião da TAM. Isso causa um desânimo na população. Há também um efeito da turbulência financeira no centro nervoso do país e onde estão quase todas as aplicações", disse o economista Aloísio Campelo.

Segundo a pesquisa, os "ricos" de São Paulo, com renda familiar superior a 9.600 reais, são os mais pessimistas. O índice de confiança nessa faixa de renda caiu 6,4 por cento.

"A confiança do consumidor de faixa mais alta em São Paulo foi nitidamente abalada. O índice de confiança (nacional) poderia ter subido mais não fosse São Paulo", disse Campelo.

Ele destacou que essa faixa de renda acima de 9.600 reais apresentou uma queda generalizada na confiança de 3,3 por cento.

No quadro geral do país, o componente de situação atual cresceu 1,3 por cento mês a mês e atingiu a melhor leitura desde janeiro do ano passado, enquanto o de expectativas aumentou em 0,8 por cento.

"Pelo quinto mês consecutivo as avaliações sobre a situação presente melhoraram em relação ao mês anterior", disse a FGV em nota.

A sondagem acrescentou que melhoraram também os componentes de intenção de compra de bens duráveis nos próximos seis meses em todo o país.

FUGA DE AEROPORTOS

Em São Paulo, a pesquisa confirmou uma fuga dos aeroportos para a rodoviária em agosto após o acidente com o vôo da TAM em Congonhas. O número de pessoas que usariam ônibus em sua viagem de férias subiu para 15,9 por cento contra 10,2 por cento em julho, enquanto o uso de avião caiu de 43,9 por cento para 40,1 por cento.

"A sensibilidade do consumidor em relação ao caos aéreo vem desde o acidente da Gol. O percentual de viajar de avião é o segundo menor da série histórica iniciada em 2005", concluiu Campelo.

O índice da FGV é feito mensalmente com mais de 2 mil domicílios das sete principais capitais do país. O dado de agosto foi colhido entre os dias 1o e 20 do mês.

(Por Rodrigo Gaier) - site Estadão