SAÍDA PARA A VARIG - Editorial FSP 29/01/05
Enviado: Sáb Jan 29, 2005 09:28
SAÍDA PARA A VARIG
A crise do setor aéreo se arrasta já há vários anos sem que nenhum dos principais atores tenha tido a coragem de proclamar o óbvio: várias companhias estão quebradas; todas as soluções possíveis implicam problemas para os consumidores e sérios efeitos colaterais, como demissões e ações judiciais; e o governo, que é o maior credor, tende a ser um dos principais prejudicados com uma eventual reestruturação.
No caso de companhias menores, como era a Transbrasil e é a Vasp, parte da "solução" veio na forma de perda de participação. A Vasp, que detinha 11% do mercado doméstico em janeiro do ano passado, conta agora com menos de 1%. A Transbrasil enfrentou ocaso semelhante. Possuía só 4% do mercado quando encerrou suas operações em 2001.
Tudo muda de figura quando se considera o caso da Varig. Ela detém 32% do mercado nacional, possui valiosas rotas internacionais e uma marca muito conhecida e respeitada tanto dentro como fora do Brasil. É por isso que, quando se menciona a reestruturação do setor aéreo brasileiro, fala-se basicamente em dar uma solução para a Varig.
Ao que tudo indica, o governo finalmente explicitará as perdas com as quais incorreria de uma maneira ou de outra. A proposta de trocar as dívidas da empresa por ações da companhia resultará numa estatização. Nem poderia ser de outra forma. Estima-se que o setor público (Receita, Previdência, Infraero, BR Distribuidora e Banco do Brasil) detenha 60% dos mais de R$ 6 bilhões devidos pela Varig. O necessário encontro de contas automaticamente tornará o governo o principal acionista da empresa. Aliás, deve-se perguntar como as autoridades permitiram que a Varig acumulasse dívidas assim tão altas com o Estado.
Espera-se, contudo, que a estatização seja tão breve quanto possível, e que se encontre uma solução de mercado para a Varig. Embora o setor freqüentemente exija apoio do governo em vários países do mundo, deve-se evitar ao máximo que o Estado se torne um empresário aéreo.
A crise do setor aéreo se arrasta já há vários anos sem que nenhum dos principais atores tenha tido a coragem de proclamar o óbvio: várias companhias estão quebradas; todas as soluções possíveis implicam problemas para os consumidores e sérios efeitos colaterais, como demissões e ações judiciais; e o governo, que é o maior credor, tende a ser um dos principais prejudicados com uma eventual reestruturação.
No caso de companhias menores, como era a Transbrasil e é a Vasp, parte da "solução" veio na forma de perda de participação. A Vasp, que detinha 11% do mercado doméstico em janeiro do ano passado, conta agora com menos de 1%. A Transbrasil enfrentou ocaso semelhante. Possuía só 4% do mercado quando encerrou suas operações em 2001.
Tudo muda de figura quando se considera o caso da Varig. Ela detém 32% do mercado nacional, possui valiosas rotas internacionais e uma marca muito conhecida e respeitada tanto dentro como fora do Brasil. É por isso que, quando se menciona a reestruturação do setor aéreo brasileiro, fala-se basicamente em dar uma solução para a Varig.
Ao que tudo indica, o governo finalmente explicitará as perdas com as quais incorreria de uma maneira ou de outra. A proposta de trocar as dívidas da empresa por ações da companhia resultará numa estatização. Nem poderia ser de outra forma. Estima-se que o setor público (Receita, Previdência, Infraero, BR Distribuidora e Banco do Brasil) detenha 60% dos mais de R$ 6 bilhões devidos pela Varig. O necessário encontro de contas automaticamente tornará o governo o principal acionista da empresa. Aliás, deve-se perguntar como as autoridades permitiram que a Varig acumulasse dívidas assim tão altas com o Estado.
Espera-se, contudo, que a estatização seja tão breve quanto possível, e que se encontre uma solução de mercado para a Varig. Embora o setor freqüentemente exija apoio do governo em vários países do mundo, deve-se evitar ao máximo que o Estado se torne um empresário aéreo.