BRA negocia a estréia em vôos regulares
Enviado: Sex Jan 28, 2005 10:52
Da FolhaNews
28/01/2005
09h54 - Enquanto se aventa a possibilidade de a Vasp passar a operar apenas vôos fretados, a "charter" BRA deve se tornar uma companhia aérea regular até o final de março. A empresa está em acordos finais com o DAC (Departamento de Aviação Civil) para isso. Se fosse regular, a companhia teria uma participação de 6% a 9% no mercado doméstico nacional. Para se ter uma idéia, a Vasp fechou ano passado com 0,75% de "market share".
A mudança vem sendo estudada desde dezembro do ano passado. Após a primeira quinzena de fevereiro, ocorre a terceira reunião da BRA com o órgão, que regulamenta a aviação civil no país.
"Após o Carnaval, vai ser feita uma terceira reunião, que será praticamente uma conclusão do que estamos conversando. Em meados de março, final de março, já devemos nos tornar uma companhia regular. Isso tudo, claro, depende do consentimento do DAC", diz o diretor comercial da BRA, Walter Folegatti.
As negociações, entretando, partiram do próprio DAC: a charter representa uma parcela significativa do mercado e apenas 25% dos assentos que vende é por meio de pacote (a maioria é individual). Assim, na prática, acaba operando como empresa aérea regular, mas não precisa arcar com os deveres de uma, como sair no horário marcado ou mesmo manter os vôos programados.
Folegatti defende que isso não será um problema. "A política atual da empresa não é muito diferente da de uma companhia regular. Mais de 70% da nossa programação de vôos mantém a regularidade", diz. "Então não vai mudar muita coisa. Uma companhia aérea regular tem por obrigação ter 75% de regularidade".
De acordo com ele, "o fato de a BRA poder alterar seus horários de vôos não quer dizer que altera mesmo". "Em janeiro, menos de 4% dos nossos vôos não foram mantidos", afirma.
A avaliação de especialistas é que a entrada em cena da BRA não vai abalar muito as estruturas do mercado, pelo menos a princípio: a maior parte dos passageiros sequer sabe que a empresa é charter. Ela sempre pode, no entanto, capitalizar a mudança via ações de marketing, já que estará mais amarrada a obrigações como regularidade e pontualidade.
Seus preços são similares aos cobrados pelos vôos noturnos da Varig, TAM e Gol. Se a comparação é com os vôos diurnos dessas companhias, de acordo com o diretor, as tarifas da empresa são em média 60% mais baixas. A política de tarifas, segundo Folegatti, será mantida se a empresa aérea se tornar regular.
Bons ventos
Em 2004, a quantidade de passageiros de vôos fretados bateu todos os recordes, e a BRA transportou 1,5 milhão de passageiros, uma demanda 40% maior do que a de 2003. Para 2005, a empresa espera repetir esse crescimento.
Deve operar pelo menos 7 rotas a mais neste ano: Alemanha – a BRA opera várias rotas internacionais –, Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande e Palmas.
A empresa já pediu ao DAC autorização para trazer mais cinco aeronaves: um Boeing 737-400, de 170 lugares, e quatro 757-200, de 210 lugares. Ela começou 2004 com 6 aeronaves e terminou o ano com 9 em operação.
Charter
Os vôos fretados estiveram em expansão no ano passado: em outubro, por exemplo, foram 276 mil desembarques nacionais, quantidade que, apesar de já ter sido superada em outros períodos deste ano, suplanta os resultados de todos os meses de janeiro de 2002 até dezembro de 2003, segundo a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
Segundo a Infraero, estatal que administra os aeroportos, apenas em Florianópolis (SC), por exemplo, são esperados 900 vôos fretados de dezembro a março.
28/01/2005
09h54 - Enquanto se aventa a possibilidade de a Vasp passar a operar apenas vôos fretados, a "charter" BRA deve se tornar uma companhia aérea regular até o final de março. A empresa está em acordos finais com o DAC (Departamento de Aviação Civil) para isso. Se fosse regular, a companhia teria uma participação de 6% a 9% no mercado doméstico nacional. Para se ter uma idéia, a Vasp fechou ano passado com 0,75% de "market share".
A mudança vem sendo estudada desde dezembro do ano passado. Após a primeira quinzena de fevereiro, ocorre a terceira reunião da BRA com o órgão, que regulamenta a aviação civil no país.
"Após o Carnaval, vai ser feita uma terceira reunião, que será praticamente uma conclusão do que estamos conversando. Em meados de março, final de março, já devemos nos tornar uma companhia regular. Isso tudo, claro, depende do consentimento do DAC", diz o diretor comercial da BRA, Walter Folegatti.
As negociações, entretando, partiram do próprio DAC: a charter representa uma parcela significativa do mercado e apenas 25% dos assentos que vende é por meio de pacote (a maioria é individual). Assim, na prática, acaba operando como empresa aérea regular, mas não precisa arcar com os deveres de uma, como sair no horário marcado ou mesmo manter os vôos programados.
Folegatti defende que isso não será um problema. "A política atual da empresa não é muito diferente da de uma companhia regular. Mais de 70% da nossa programação de vôos mantém a regularidade", diz. "Então não vai mudar muita coisa. Uma companhia aérea regular tem por obrigação ter 75% de regularidade".
De acordo com ele, "o fato de a BRA poder alterar seus horários de vôos não quer dizer que altera mesmo". "Em janeiro, menos de 4% dos nossos vôos não foram mantidos", afirma.
A avaliação de especialistas é que a entrada em cena da BRA não vai abalar muito as estruturas do mercado, pelo menos a princípio: a maior parte dos passageiros sequer sabe que a empresa é charter. Ela sempre pode, no entanto, capitalizar a mudança via ações de marketing, já que estará mais amarrada a obrigações como regularidade e pontualidade.
Seus preços são similares aos cobrados pelos vôos noturnos da Varig, TAM e Gol. Se a comparação é com os vôos diurnos dessas companhias, de acordo com o diretor, as tarifas da empresa são em média 60% mais baixas. A política de tarifas, segundo Folegatti, será mantida se a empresa aérea se tornar regular.
Bons ventos
Em 2004, a quantidade de passageiros de vôos fretados bateu todos os recordes, e a BRA transportou 1,5 milhão de passageiros, uma demanda 40% maior do que a de 2003. Para 2005, a empresa espera repetir esse crescimento.
Deve operar pelo menos 7 rotas a mais neste ano: Alemanha – a BRA opera várias rotas internacionais –, Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande e Palmas.
A empresa já pediu ao DAC autorização para trazer mais cinco aeronaves: um Boeing 737-400, de 170 lugares, e quatro 757-200, de 210 lugares. Ela começou 2004 com 6 aeronaves e terminou o ano com 9 em operação.
Charter
Os vôos fretados estiveram em expansão no ano passado: em outubro, por exemplo, foram 276 mil desembarques nacionais, quantidade que, apesar de já ter sido superada em outros períodos deste ano, suplanta os resultados de todos os meses de janeiro de 2002 até dezembro de 2003, segundo a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo).
Segundo a Infraero, estatal que administra os aeroportos, apenas em Florianópolis (SC), por exemplo, são esperados 900 vôos fretados de dezembro a março.