Manutenção do avião de Lula supera preços de mercado
Enviado: Ter Jan 25, 2005 12:24
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Manutenção do avião de Lula supera preços de mercado
Agência Estado
O contrato firmado pela Aeronáutica com a TAM para a manutenção do novo Airbus presidencial, no valor de R$ 15,4 milhões, por cinco anos, considera um custo de manutenção por hora de vôo muito superior ao custo médio declarado por companhias aéreas que operam aviões similares. Na aviação comercial, os custos de manutenção costumam corresponder a cerca de 20% do custo operacional da aeronave por hora de vôo. No caso do avião presidencial, a manutenção consumirá mais de 50% do custo da hora de vôo.
A Aeronáutica não fornece o custo de manutenção por hora de vôo do ACJ 319 presidencial. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) afirma que o contrato possui uma série de especificidades que, assim como o valor do custo de manutenção, não podem ser reveladas devido ao sigilo comercial que rege o contrato firmado com a Airbus. A TAM também não fala sobre questões ligadas ao avião presidencial.
A expectativa oficial é de que o avião seja usado, em média, de 1.000 a 1.200 horas por ano, a um custo total por hora de vôo de US$ 2,1 mil. Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizar mil horas de vôo por ano, o custo ao ano será de R$ 5,8 milhões. Disso, R$ 3 milhões, ou 51,7%, correspondem ao contrato com a TAM.
Uma consulta a publicações eletrônicas do setor de aviação, como a Aviation Now, mostra que o custo de manutenção de aeronaves da mesma família do avião presidencial em uso pela aviação comercial não costuma passar de 20% do valor do custo da hora de vôo. No caso de companhias com uma frota nova, como é o caso da Jet Blue, o porcentual chega a 10%.
Pelo contrato assinado com a TAM, segundo o Cecomsaer, a companhia ficará responsável apenas pela manutenção mais pesada - ainda que a mais cara - do avião, como checagem de motores e revisão geral. A manutenção mais leve será realizada pela própria Força Aérea Brasileira (FAB). "É muito difícil uma aeronave executiva nova precisar de manutenção pesada antes de três ou quatro anos", afirma um executivo do setor de aviação.
Uma revisão completa, o chamado cheque D, é realizada a cada 20 mil horas de vôo e custa em torno de R$ 3 milhões. Segundo o consultor americano Robert Ditchey, um ex-executivo de manutenção de aeronaves, um avião novo como o ACJ 319 tem um custo de manutenção muito pequeno. "É um desperdício gastar R$ 3 milhões por ano no início da vida útil de um avião novo", afirmou. "Eventualmente, esse dinheiro será gasto, mas jamais nos primeiros cinco anos de uso."
O consultor lembra, ainda, que o avião presidencial é protegido por garantias de fábrica. O contrato do governo com a TAM foi feito sem licitação e a justificativa é o fato de a empresa aérea ser a representante da Airbus no Brasil.
Manutenção do avião de Lula supera preços de mercado
Agência Estado
O contrato firmado pela Aeronáutica com a TAM para a manutenção do novo Airbus presidencial, no valor de R$ 15,4 milhões, por cinco anos, considera um custo de manutenção por hora de vôo muito superior ao custo médio declarado por companhias aéreas que operam aviões similares. Na aviação comercial, os custos de manutenção costumam corresponder a cerca de 20% do custo operacional da aeronave por hora de vôo. No caso do avião presidencial, a manutenção consumirá mais de 50% do custo da hora de vôo.
A Aeronáutica não fornece o custo de manutenção por hora de vôo do ACJ 319 presidencial. O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer) afirma que o contrato possui uma série de especificidades que, assim como o valor do custo de manutenção, não podem ser reveladas devido ao sigilo comercial que rege o contrato firmado com a Airbus. A TAM também não fala sobre questões ligadas ao avião presidencial.
A expectativa oficial é de que o avião seja usado, em média, de 1.000 a 1.200 horas por ano, a um custo total por hora de vôo de US$ 2,1 mil. Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizar mil horas de vôo por ano, o custo ao ano será de R$ 5,8 milhões. Disso, R$ 3 milhões, ou 51,7%, correspondem ao contrato com a TAM.
Uma consulta a publicações eletrônicas do setor de aviação, como a Aviation Now, mostra que o custo de manutenção de aeronaves da mesma família do avião presidencial em uso pela aviação comercial não costuma passar de 20% do valor do custo da hora de vôo. No caso de companhias com uma frota nova, como é o caso da Jet Blue, o porcentual chega a 10%.
Pelo contrato assinado com a TAM, segundo o Cecomsaer, a companhia ficará responsável apenas pela manutenção mais pesada - ainda que a mais cara - do avião, como checagem de motores e revisão geral. A manutenção mais leve será realizada pela própria Força Aérea Brasileira (FAB). "É muito difícil uma aeronave executiva nova precisar de manutenção pesada antes de três ou quatro anos", afirma um executivo do setor de aviação.
Uma revisão completa, o chamado cheque D, é realizada a cada 20 mil horas de vôo e custa em torno de R$ 3 milhões. Segundo o consultor americano Robert Ditchey, um ex-executivo de manutenção de aeronaves, um avião novo como o ACJ 319 tem um custo de manutenção muito pequeno. "É um desperdício gastar R$ 3 milhões por ano no início da vida útil de um avião novo", afirmou. "Eventualmente, esse dinheiro será gasto, mas jamais nos primeiros cinco anos de uso."
O consultor lembra, ainda, que o avião presidencial é protegido por garantias de fábrica. O contrato do governo com a TAM foi feito sem licitação e a justificativa é o fato de a empresa aérea ser a representante da Airbus no Brasil.