O ESTADO DE S.PAULO
'A Varig é que se auto-afogou', diz diretor da TAM
Executivo rebate a afirmação de diretor da Varig de que a TAM e a Gol tentaram afogar a empresa
Isabel Sobral, BRASÍLIA
O diretor da TAM Paulo Castelo Branco reagiu ontem às acusações feitas pelo presidente do conselho de administração da nova Varig, Marco Antonio Audi, de que as duas maiores empresas do setor (TAM e Gol) tentaram “afogar” a Varig durante a crise pela qual passou no final do primeiro semestre. “Acho que eles (controladores da nova Varig) é que se auto afogaram. É muita presunção de uma empresa aérea achar que vai afogar a outra”, disse. Como resultado do colapso financeiro, a Varig foi dividida em duas e a parte saneada foi vendida em julho à ex-subsidiária VarigLog. A antiga, que herdou as dívidas, continua sob tutela judicial.
A reação do diretor da TAM ocorreu ontem na solenidade realizada na sede da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para entrega do Certificado de Homologação de Empresas de Transporte Aéreo (Cheta) à nova Varig - oficialmente VRG Linhas Aéreas -, que passou assim a existir oficialmente. Em entrevista ao Estado, anteontem, Audi diz que as duas principais concorrentes não acreditaram na volta da Varig e “quase conseguiram impedir” esse retorno.
Castelo Branco rebateu a afirmação de Audi dizendo que a TAM é plenamente favorável à concorrência. “Nós defendemos a reserva de competência, que é criada pela própria empresa, e não de mercado”, afirmou o executivo, referindo-se às 132 rotas nacionais e 56 internacionais da antiga Varig que estão “congeladas” por decisão judicial desde o leilão.
Com a entrega do Cheta, a Varig terá 30 dias para voltar a operar as rotas nacionais e seis meses para retomar as internacionais, sob pena de perder o que não voltar a ser operado. O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, explicou que a agência vai redistribuir às demais empresas as rotas que não voltarem a ser operadas pela Varig dentro desses prazos ou, até antes, se a liminar judicial que protege a Varig for derrubada nesse período.
“O Poder Judiciário fez o seu papel”, comentou o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial de Justiça do Rio, que esteve presente à solenidade. Ayoub foi o responsável pela condução do processo de recuperação judicial da Varig.
Também presente à solenidade estava o executivo chinês Lap Wai Chan, sócio minoritário dos americanos David Matlin e Mark Patterson no fundo de investimentos Matlin Patterson - um dos sócios da VarigLog e, por conseqüência, da Varig. “Temos agora de começar a fazer a frota de aviões para crescer e retomar as rotas”, disse o empresário, negando-se a dar mais detalhes sobre os planos da nova empresa aérea.
O presidente da Varig, Guilherme Laager, antecipou apenas que a empresa espera para os próximos três meses receber alguns novos aviões. “Isso é uma questão estratégica e o importante é que os usuários sejam atendidos e com segurança”, disse.
Além da Varig e outras quatro empresas aéreas regionais - a cargueira Master Top, a NHT Linhas Aéreas, a Sete Linhas Aéreas e a Air Minas - também receberam o Cheta e a concessão definitiva para atuar como empresa de transporte.
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