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Boeing estuda manutenção dos aviões em Luanda

Enviado: Sex Nov 10, 2006 07:37
por man brunaide da silva
Quando a TAAG receber o último dos seis aviões que encomendou à Boeing , isto é, em Janeiro de 2007, a multinacional norte-americana terá dado mais um passo para a conclusão de um estudo de viabilidade que, a concretizar-se, poderá prolongar a sua intervenção em Angola.
Fontes da multinacional norte-americana disseram à Voz da América que, dependendo do resultado do estudo de viabilidade, Luanda poderá vir a ser a sede de um centro regional de manutenção. A acontecer, este será o único centro do género em todo o continente africano. Com ele ficariam também resolvidos os problemas de manutenção, que nos últimos meses concorreram sobremaneira para a asfixia da companhia.
A falta de manutenção levou o INAVIC, Instituto Nacional de Aviação Civil, a proibir o voo dos 3 Boeings 737 200 da companhia, de tal maneira que a escala doméstica, fortemente pressionada por esta medida, só segunda-feira última começou a voltar à normalidade.
Entretanto, por acordo entre a Boeing e a TAAG, instrutores norte-americanos vão ficar em Luanda por algum tempo. João Miguel Santos, director de vendas internacionais da Boeing e chefe da equipa que negociou com a TAAG, disse à Voz da América que os 10 instrutores não ficarão exactamente a supervisionar os voos. “Eles ficarão em Luanda a dar aquilo que nós chamamos de «line assistance».
João Miguel Santos tem também uma longa ligação à Angola. Nasceu em Lisboa em 1953 e chegou a Luanda em 1959, onde viveu até aos 21 anos de idade. Estudou geologia durante dois anos na antiga Universidade de Luanda, ao mesmo tempo em que trabalhava nos antigos Serviços Meteorológicos. A sua partida para a América, há 32 anos, decorreu de uma visita de peritos da Boeing a Angola em 1974.
“Fui criado em Angola e a minha vinda para os EUA deu-se numa altura em que os técnicos da Boeing trabalhavam no melhoramento das estruturas aeroportuárias em Angola. Proporcionou-se então a possibilidade de vir para Seattle e é o que fiz em 1974. Em 1978, ingressei na Boeing, companhia para a qual trabalho até hoje.”
João Miguel Santos é licenciado em engenharia aeronáutica e tem um mestrado em economia e gestão de empresas. É um dos executivos da Boeing que vai acompanhar os novos aviões até Luanda. O voo inaugural, diz ele, “não o perderia por nada deste mundo”.
“Por um lado, foram bastantes anos de trabalho neste projecto. Por outro lado, tenho bastante orgulho e honra em ter oportunidade de trabalhar de novo com Angola, país onde criei minhas raízes, pelo que nunca passaria a oportunidade de tomar parte no voo inaugural. Aliás, eu sou o team líder para os negócios com Angola”. João Miguel Santos foi também quem negociou a venda à SONAIR de 3 aviões do tipo Boeing 737.

fonte:voz da america