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Enviado: Qua Jun 21, 2006 17:54
por marcato
Frg_DF escreveu:Comprador já admite não ter dinheiro para injetar na Varig
Bem isso só vem comprovar que o fim está proximo!
Mais uma medida para ganhar tempo, uma medida inocente, ou uma medida desesperada?

Enviado: Qua Jun 21, 2006 18:23
por moises Propp
Boa Noite,
Marcato, acho que você não entende, mas quando se compra
um avião novo, a fabrica dá garantias da aeronave por um
periodo, com os avioes da Boeng e da Embraer é assim,
alguma coisa eu sei que tem que fazer, mas á FAB poderia
fazer isto, sem custo, mas todas as aeronaves novas
tem garantia por um periodo e as revisões estão incluidas.
Outra coisa quanto o governo congelou as tarifas, esqueceu
de congelar os combustiveís, aplica altas taxas nas empresas
aereas, coisa do Brasil, os governos tem mania de se meter
na aviação á anos , nos estamos falando de uma empresa
com mais de 78 anos de vida, não de uma que tem dias.
Outra coisa se a VARIG falir, vaí deixar desempregos mais de
20 mil pessoas, coisa que o mercado não vaí absorver.
Pois conheço bem as 2 maiores empresas brasileiras.

Sds,
Moises/poa

Clipping

Enviado: Qua Jun 21, 2006 18:55
por AeroEntusiasta
4ª-feira, 21 de junho de 2006

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O ESTADO DE S.PAULO
Varig reduz a frota e vai suspender 70% dos vôos ao exterior até 6ª-feira
Por causa do arresto de 22 aviões, 118 operações da companhia - mais da metade - foram canceladas ontem

A Varig viveu ontem um dos dias mais dramáticos de sua história, com o cancelamento de 118 vôos - mais da metade das 208 operações diárias da companhia. O cancelamento dos vôos foi conseqüência de decisões judiciais nos Estados Unidos, que determinaram o arresto de 22 aeronaves pertencentes a três empresas de leasing: ILFC, Boeing e GATX. Como a Varig tem outras 16 aeronaves paradas para manutenção, restam 23 em operação. Há um ano, eram cerca de 70.

Diante da frota reduzida, a Varig enviou ontem à noite ao governo um novo plano de malha que prevê a paralisação de 70% dos vôos ao exterior nas próximas 72 horas. Todos os vôos aos EUA serão interrompidos. Restarão apenas os vôos a Frankfurt, Madri e Londres.

No entanto, até mesmo esse plano de frota está ameaçado. Na audiência de hoje em Nova York, a expectativa é de que pelo menos outras duas empresas de leasing solicitem o arresto de aeronaves por falta de pagamento dos aluguéis correntes. São elas a Nissho Iwai, que conta com duas aeronaves Boeing 767, e a Central Air, que tem 5 MD-11 arrendados à Varig. "Se a Varig perder mais esses aviões, a operação internacional acaba", afirma o consultor de aviação Paulo Bittencourt Sampaio.

Com o agravamento da crise, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) solicitou a autorização do juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso Varig, para elaborar um plano emergencial para atender os passageiros. O plano já vinha sendo elaborado, mas a Anac não podia tratar dele publicamente pois a Varig ainda estava tentando se recuperar. "Precisamos fazer um plano de emergência para atender os usuários e minimizar os problemas dessas pessoas que precisam se deslocar", afirmou o presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Ele não soube precisar quantos passageiros teriam que ser deslocados nos próximos três dias e nem exatamente onde eles estão. "Nossas equipes técnicas já estão na sede da Varig no Rio para fazer esse levantamento, ainda nesta madrugada poderemos ter a certeza", afirmou.

A falta de esperança em relação a proposta do TGV levou até mesmo a direção da Varig a redigir um comunicado para os funcionários informando sobre a paralisação das operações a partir da zero hora de ontem. No entanto, o comunicado foi suspenso diante da decisão do juiz Ayoub de homologar a proposta do TGV.

Uma fonte ligada a empresas de leasing afirma que o sentimento geral é de que o depósito de US$ 75 milhões prometido pela associação de trabalhadores TGV, que comprou a Varig Operacional no leilão judicial no dia 8, não irá aparecer. "Ninguém acredita que o TGV irá apresentar esse dinheiro na sexta-feira", afirmou a fonte.

Das 22 aeronaves que a Varig retirou de operações ontem, 7 são Boeings 737 (modelos 300, 700 e 800), que já estão reservadas para a Gol. Segundo analistas do setor, esses aviões têm capacidade de entrar em operação com as cores da Gol em poucos dias, o que ajudaria a minimizar os impactos de uma paralisação da Varig.

Segundo o principal executivo de uma empresa aérea, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já começou a discutir com as empresas o plano de distribuição das linhas domésticas da Varig no caso de paralisação. Pelo plano, os direitos de vôo (slots) seriam distribuídos entre as empresas de forma proporcional à participação de mercado que cada uma tinha em maio. Essa distribuição enfrenta resistência das pequenas empresas, que ameaçam ir ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

MARIANA BARBOSA, ISABEL SOBRAL E TÂNIA MONTEIRO

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O ESTADO DE S.PAULO
Na Justiça de NY, dia decisivo
Advogados da Varig vão tentar, de novo, adiar o arresto de aviões pelas empresas de leasing
Nalu Fernandes

A Varig enfrenta amanhã nova audiência na Corte de Falências em Nova York, no seu momento mais decisivo desde o início da reestruturação judicial, em junho de 2005. Os advogados da Varig vão pedir uma nova mas breve ampliação da liminar que protege a companhia dos arresto de aviões para evitar o início do processo de liquidação pela implementação total do Plano de Contingenciamento.

Em contrapartida, os advogados da Varig nos EUA deverão se comprometer com o juiz a manter 20 aeronaves no chão, que juízes nos EUA já concederam ordem de retorno enquanto vigorar a liminar no período em que também está pendente o depósito de US$ 75 bilhões que a TGV tem de fazer até sexta-feira.

Os advogados da Varig, em documento oficial, dizem que, apesar da decisão da Corte brasileira homologando a venda, a empresa começou ontem a aterrissagem dos aviões e esperava que todas estivessem em solo ao meio-dia.

Segundo documento da Corte, a Varig voluntariamente iniciou os primeiros passos do Plano de Contingência e está pronta para a sua implementação total no caso de liquidação ou se assim for exigido. Se isso ocorrer, a Varig compromete-se a cooperar com os credores para implementar o Plano de Contingência.

Dessa forma, o advogado Rick Antonoff levará ao juiz Robert Drain um novo pedido de outra "breve extensão" da liminar que protege a Varig do arresto de aeronaves e execução das obrigações anteriores a junho de 2005.

O advogado afirma que, em resposta às vitórias obtidas pelos credores Gatx, Boeing, Willis e ILFC, a Varig já tirou de operação os aviões de cada um e trabalha na repatriação das mesmas.

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O ESTADO DE S.PAULO
Agência teme tumulto em julho
MÁRCIA DE CHIARA

As agências de viagens antevêem um julho complicado para os viajantes brasileiros, especialmente aqueles que pretendem ir para a Europa. O dólar barato e o ganho de renda da população, somados à crise da Varig e à volta dos torcedores da Copa do Mundo, já aumentaram o número de reservas nas companhias aéreas. Há quem diga que esta será a mais tumultuada temporada de férias dos últimos dez anos.

“Fazer hoje uma reserva para qualquer lugar da Europa é uma dificuldade”, diz o diretor da Overseas Turismo, Álvaro Tunes Soares. Segundo ele, as listas de espera cresceram principalmente porque muitos com passagem marcada com a Varig resolveram se precaver fazendo reservas em outras companhias.

A agência Sancatur, que há 15 dias deixou de trabalhar com a Varig, também prevê um julho complicado, segundo o diretor da empresa Oswaldo Nadao.

“O maior problema são os vôos internacionais”, afirma o diretor da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi Jr. É que mais da metade das rotas internacionais está nas mãos da Varig. Já nas rotas domésticas, a participação da companhia é menor, de 13%.

A saída, no caso dos vôos internacionais, seria o governo ampliar a cota de participação para outras companhias, diz o diretor da Abav. “Não existe problema insolúvel. O mercado sabe se ajustar.”

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O ESTADO DE S.PAULO
Aeroportos vivem um dia de caos
Poucas empresas estão aceitando passageiros com bilhete da Varig
Mariana Barbosa, Colaborou Marcelo Rehder

Esperas intermináveis, incertezas e falta de informação. O drama vivido ontem pelos passageiros da Varig é um exemplo do que virá se a empresa parar de operar. São poucas as empresas que estão aceitando passageiros com bilhete endossado pela Varig e, aquelas que aceitam têm poucos lugares disponíveis.

A decisão de segunda-feira da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) de expulsar a Varig do acordo de compensação de bilhetes entre companhias agravou a situação. Dentre as empresas internacionais, apenas algumas daquelas que são parceiras da Varig na rede Star Alliance, como TAP e Lufthansa, aceitaram passageiros da Varig ontem.

As empresas brasileiras estão aceitando passageiros de vôos cancelados da Varig por conta de uma solicitação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No entanto, como é alta temporada e os vôos estão lotados, os passageiros estão enfrentando grande dificuldade para embarcar.

O casal Marcos Roberto e Fabiana Campos, acompanhado de um filho de 5 anos e dois gêmeos de 4 meses, saiu às 8h30 de Curitiba com destino a Manaus, mas ficou preso na escala em São Paulo. Às 18 horas, eles continuavam no aeroporto sem saber como chegar ao destino. "Fiquei uma hora na fila da TAM, mas não consegui fazer check-in, pois o vôo estava lotado", diz Marcos Roberto. "Não sei se vou para Congonhas tentar pegar outro vôo da TAM ou espero até às 23 horas para pegar outro da Varig, que não tem garantia de que vai sair."

A professora americana Carole Williams, que está visitando amigos no Brasil, ia passar três dias no Rio, mas perdeu um no aeroporto. "Fiquei três horas em uma fila para conseguir endossar o bilhete e não sei se vou conseguir embarcar. Ao menos me diverti com um show de capoeira."

O show foi a forma que o grupo de 12 dançarinos e capoeiristas da Fundação Água de Beber, de Fortaleza, encontrou para chamar a atenção da Varig. Após um protesto, aos gritos de "Iga Iga Iga, a Varig está falida", o grupo conseguiu negociar um hotel para o caso de precisarem passar a noite em São Paulo.

"Não temos a quem recorrer; os vôos estão lotados", disse a capoeirista Ana Beatriz Graça Duarte. "A Varig fala para reclamarmos na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), mas a gente chega lá e eles dizem que não podem fazer nada. Nos deram uma ficha de reclamação que não vale nada."

Os cancelamentos afetaram sobretudo os vôos internacionais. Não saiu nenhum vôo para os Estados Unidos e para a América Latina. Ontem, até às 20 horas, estavam previstos apenas um vôo para Londres (com atraso de duas horas) e outro Frankfurt. Para acomodar parte dos passageiros do vôo para Madri, o vôo para a Alemanha faria uma escala excepcional na Espanha.

O casal Marcos Claudius Varela e Mércia passou a noite de segunda para terça-feira no aeroporto, por conta de um vôo para Madri que foi sendo sucessivamente adiado e acabou por ser cancelado na madrugada. Até ontem à noite eles não haviam decidido se voltavam para Natal, onde moram, ou se tentavam embarcar para Frankfurt. "Pagamos R$ 9 mil por um pacote de dez dias na Europa e vamos cobrar da Varig e da agência de viagem na Justiça", afirmou Marcos. "Depois de passar a noite no aeroporto, quero mais é voltar para casa", completou Mércia. "Se embarcarmos, que garantia teremos que conseguiremos voltar para casa depois?"

Números da Frota

20 aeronaves
foram retiradas de operação hoje por decisão judicial nos Estados Unidos. Os aviões pertencem a três empresas de leasing

16 aeronaves
estão paradas para manutenção

25 aeronaves
continuam em operação

70 aeronaves
era a frota da Varig há um ano

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O ESTADO DE S.PAULO
Viajar pela Varig é não ter hora para chegar
Com 2 aviões na ponte aérea ontem de manhã, 3 vôos foram cancelados em Congonhas e 5 no Santos Dumont
Naiana Oscar

A sensação de quem compra uma passagem da Varig é de que não vai voar. Ontem, das 13 aeronaves que normalmente fazem a ponte aérea Rio-São Paulo, apenas duas estavam operando. Pela manhã, 3 vôos foram cancelados no Aeroporto de Congonhas e 5 no Santos Dumont.

Quem comprou passagem para sair de São Paulo no vôo das 13h01 teve a impressão de que não chegaria ao Rio. No balcão de check-in, a funcionária da Varig, nitidamente constrangida em ter que comunicar tantos cancelamentos, disse que o vôo deveria atrasar 20 minutos, depois 40, uma hora e por fim, abriu o jogo. Orientou os passageiros que chegaram com antecedência ao aeroporto a viajarem no vôo de 12h15. "Depois disso, não garanto mais nada. Sinceramente, sugiro que embarquem o quanto antes porque à tarde ninguém sabe o que vai acontecer."

No avião, com capacidade para uma centena de pessoas, havia umas duas dezenas. Mesmo diante da aeronave vazia - reflexo da crise -, os comissários mantiveram o sorriso no rosto e atenderam a todos como se nada estivesse acontecendo.

Entre os passageiros, estavam três comissárias de bordo de vôos internacionais da Varig. No portão de embarque, elas ouviam no rádio as últimas notícias sobre a venda da companhia.

Uma delas, funcionária da empresa há 21 anos, soube da decisão na segunda-feira, antes de ir trabalhar, mas ainda não tinha os detalhes. "Uma amiga me ligou para contar a novidade. Fiquei em prantos de tão feliz", comentou.

A comissária, que pediu para não ser identificada, disse que está trabalhando mesmo sem o salário completo de maio. Todos receberam no último mês apenas R$ 1 mil. Inclusive o piloto do vôo, Fernando, funcionário da Varig há 22 anos. "É como num casamento. Precisamos ser firmes mesmo na época de vacas magras."

No vôo que saiu do Aeroporto Santos Dumont para São Paulo, às 16h30 - depois dos cancelamentos das 15h03 e 15h40 -, apenas 28 das 138 poltronas estavam ocupadas. Por pouco a empresa não voou com um a menos. A médica Vera Mattos, com medo de cancelamentos, tentou mudar de companhia, mas não conseguiu. Tinha hora marcada para chegar em São Paulo e não sabia se com a Varig isso seria possível. No final, deu certo.

Um outro passageiro, o engenheiro Eduardo Casagrande, comentou que o maior receio agora é com a manutenção das aeronaves. "Como a empresa está numa situação complicada, temo que daqui a pouco apareçam problemas técnicos." Já o pesquisador Marcelo Guerra acha difícil que isso aconteça. "Pelo que tenho percebido, a empresa está abrindo mão de cuidados menores, para fazer a manutenção do que é extremamente necessário."

No lanche aéreo, apenas bebidas e barrinhas recheadas com creme de banana ou goiaba. A quem recusasse o doce era oferecido amendoim salgado.

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O ESTADO DE S.PAULO
Problemas com passageiros que estão na Alemanha podem começar 6ª-feira
PATRÍCIA CAMPOS MELLO E JAMIL CHADE

O Grupo Águia, formado por 7 empresas de turismo que trouxeram 8 mil brasileiros para a Copa do Mundo da Alemanha, informou ontem que ainda não houve nenhum transtorno para os turistas por causa dos cancelamentos de vôos da Varig.

Os problemas podem começar na sexta-feira, quando os brasileiros que viajaram apenas para assistir à primeira fase da Copa do Mundo voltarão para casa.Mais de 600 deles têm vôos marcados para sexta-feira e sábado.

"Estamos vivendo um dia de cada vez", disse uma funcionária da Planeta Brasil, empresa que trouxe 1.200 brasileiros para o Mundial de futebol.

Já a Seleção brasileira não teme ficar sem vôo por causa da crise da Varig. A empresa é tradicionalmente quem providencia os vôos para que o time possa ir e retornar dos Mundiais. Mas, para a Comissão Técnica da Seleção, o transporte da equipe não deverá ser afetado.

"Cancelar um vôo da Seleção teria uma repercussão cem vezes maior que cancelar qualquer outro vôo da empresa", afirma Rodrigo Paiva, assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Na Alemanha, quem está providenciando o transporte entre uma cidade e outra para a delegação brasileira é a Lufthansa, que coloca à disposição de cada time jatos particulares para que os jogadores e dirigentes possam ir de um lado ao outro do país.

Mesmo confiante, a Comissão Técnica da Seleção admite que tem um Plano B. A idéia seria utilizar a própria empresa alemã para a viagem de volta ao País, já que a Lufthansa e a Varig contam com acordos de cooperação.

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O ESTADO DE S.PAULO
'Se a Varig quebrar, paciência'
Ministro da Defesa diz que não deseja a falência, mas lembra que empresas também morrem, como as pessoas
Tânia Monteiro, Isabel Sobral

O governo criou um gabinete de crise para acompanhar a situação da Varig. O órgão já se reuniu ontem, em caráter de emergência, no Ministério da Defesa, com executivos de empresas aéreas para saber como elas podem assumir as rotas da Varig e evitar transtornos aos passageiros.

Apesar da homologação de compra da Varig pelo grupo TGV pela Justiça do Rio, no governo já se admite que a Varig poderá parar de voar em breve. Ontem, pela primeira vez, o ministro da Defesa, Waldir Pires, que sempre foi defensor de alguma forma de apoio governamental à Varig, mostrou desalento com o futuro da companhia.

"O que não desejamos que aconteça é que a Varig entre em falência, mas, se entrar, paciência", disse. "As pessoas vivem e morrem. Assim é também com empresas. Mas, se for possível salvá-la, vamos salvá-la."

Em alguns setores do governo há preocupação com o ônus político que a quebra da Varig poderá ter para o Planalto. A três meses das eleições, Lula não quer ser visto como o presidente que deixou fechar uma empresa que já foi classificada como "retrato do Brasil". A estimativa é que a paralisação da Varig levará à perda de pelo menos 6 mil dos 12 mil postos de trabalho, já que as demais companhias não conseguirão absorver mais que metade dos funcionários da empresa.

O gabinete de crise foi criado na segunda-feira pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Sob o comando da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o grupo conta com representantes da Infraero, Itamaraty, Gabinete de Segurança Institucional, Comando da Aeronáutica, Ministério do Turismo e Polícia Federal.

O primeiro dia de trabalho foi intenso. Houve conversas em separado com representantes de todas as empresas aéreas para discutir a divisão das linhas e esquemas de socorro aos passageiros. De acordo com informações das empresas, a Anac impôs exigências às companhias para que elas pudessem ser incluídas no plano de contingência, o que desagradou as menores, como BRA, WebJet e Ocean Air.

A Anac quer que as companhias resgatem os passageiros e arquem com eventuais despesas de alimentação e hospedagem, tanto em vôos nacionais quanto internacionais.

A Anac quer ainda que as companhias aceitem bilhetes já emitidos da Varig, mesmo que o passageiro não tenha usado o primeiro trecho, mas não especificou o prazo em que essa regra valeria.

Em contrapartida, o que sobrasse da Varig seria dividido entre todas as concorrentes. As empresas menores não concordaram sob a alegação de que a TAM e a Gol já teriam se beneficiado durante o processo de perda de mercado da Varig. Acham que só elas deveriam participar da divisão.

A maior preocupação da Anac é com as linhas internacionais, especialmente com as rotas em que só a Varig opera como companhia brasileira. É o caso de Frankfurt e Milão, principais destinos das pessoas que foram à Europa assistir à Copa do Mundo. Nesse caso, emergencialmente, a TAM deverá ser acionada para assumir as linhas, principalmente para trazer os passageiros de volta.

Depois, se houver outras interessadas, será aberta uma concorrência. Caso esta solução não seja suficiente, até mesmo aviões da FAB poderão ser usados para trazer passageiros de volta ao Brasil. Haverá ainda pedidos de acomodação de passageiros em empresas estrangeiras da Star Alliance.

A TAM poderá também fazer, extraordinariamente, a linha que a Varig tem para Madri. Mas, nesse caso, a possibilidade ficou condicionada à disponibilidade de aviões. Está previsto que no mês que vem a BRA comece a voar duas vezes por semana para Lisboa e Madri. Há a previsão também de que a TAM opere para Caracas.

No caso dos vôos nacionais, as divisões estão sendo negociadas, mas a expectativa é que poderão ocorrer problemas apenas nas primeiras 24 ou 48 horas. Por isso, a Infraero está reforçando o pessoal nos aeroportos para auxiliar os passageiros.

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O ESTADO DE S.PAULO
Dúvidas

Milhagem/passagens: O Procon recomenda aos consumidores com pontos/milhas da Varig que imprimam e guardem os extratos de pontuação. Quem tem o e-ticket/passagem deve adotar o mesmo procedimento. Quem fez compra por telefone deve pedir ao agente de viagem que envie um e-mail comprovando a emissão da passagem. O site da empresa, em caso de complicações, poderá sair do ar. Com a impressão desses documentos, o consumidor fica resguardado para uma eventual ação contra a companhia.

Embarque: O passageiro deve chegar ao aeroporto com 2 a 3 horas de antecedência para minimizar os problemas que poderá enfrentar e procurar o balcão da Varig para pedir informações sobre o vôo que substituirá o contratado por ele. A empresa deve encaixar o consumidor em outro vôo o mais rápido possível. Todos os custos dessa espera são de responsabilidade da Varig, tanto a alimentação quanto estadia, caso seja necessário.

Embarque não resolvido: Se a Varig não fizer o que é de sua competência, o consumidor deve procurar os fiscais da Anac que ficam nos postos do Serviço de Aviação Civil (SAC) nos aeroportos. Eles terão de providenciar um vôo para o passageiro.

Prejuízos financeiros: Se o consumidor tiver prejuízos financeiros com o cancelamento de vôos deve procurar um advogado para recorrer e exigir indenização. O Procon pode intermediar o caso.

Passagem de agência: A agência de viagem deve solucionar o problema do consumidor que comprou um pacote e depois então recorrer à Anac.

Agência não resolve: Se a agência não solucionar o problema, o consumidor deve acionar a Anac e poderá processar a agência. Os agentes de viagem podem ser multados em até R$ 3 milhões.

Copa do Mundo: O agente de viagem é quem deve resolver os problemas desse consumidor. Em compra de viagem direto da companhia, a recomendação é que o consumidor entre em contato com a Anac. A embaixada ou o consulado podem fazer a intermediação.

Falência: O Procon ressalta que transporte aéreo é serviço público. Não existe a possibilidade de o consumidor deixar de viajar. A Anac deve solucionar o problema. Isso significa indicar a empresa aérea que assumirá os vôos da Varig. Ou seja, as responsabilidades da Varig serão assumidas pela Anac, que as repassará para uma outra empresa.

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O ESTADO DE S.PAULO
Sala de crise da empresa foi acionada na 2ª-feira
Segundo fontes, expectativa era de paralisação das atividades a partir da zero hora de ontem
Nilson Brandão Junior

A Varig deixou de prontidão, na segunda-feira, a "sala de crise", num prédio da área industrial da empresa, na Ilha do Governador, no Rio. A sala é uma estrutura prevista para funcionar em situações de alto risco, como acidentes graves, guerra no exterior e iminência de paralisação de atividade. Funciona com um grupo de executivos e funcionários habilitados para tomar decisões de forma centralizada.

Oficialmente, a companhia só confirmou que a sala foi acionada, por menos de uma hora, em razão dos cancelamentos de vôos desde o fim de semana. A estrutura, informou, é aberta "para qualquer incidente que aconteça fora dos padrões da aviação". Fontes ouvidas pelo Estado indicaram que o acionamento da sala estaria ligado ao risco de paralisação à meia-noite da segunda, o que foi negado pela assessoria da Varig.

A sala, de 150 metros quadrados, funciona no prédio anexo à área industrial, junto ao hangar da empresa, num andar abaixo do centro de controle operacional. "Abriram a sala por correção, caso contrário seria uma negligência", diz um executivo que acompanha a empresa. O funcionamento foi preventivo.

Duas fontes asseguram que a sala entrou em prontidão no início da tarde de segunda-feira e foi desativada no início da noite. Os problemas encarados como potenciais, segundo as fontes, seriam os riscos de decretação de falência, suspensão do fornecimento de combustível, eventual paralisação de aviões. A decisão da Justiça de homologar proposta do TGV reduziu o estresse na empresa no fim do dia.

As salas de crise são comuns no setor e uma exigência de orgãos internacionais. "Essa estrutura permite lidar com eventos extraordionários de forma organizada", diz um especialista. No continente, a Varig foi definida, na aliança de empresas internacionais Star Alliance, como a responsável pelo apoio às demais integrantes em caso de incidentes na região nas primeiras 48 horas. Um ex-executivo da empresa lembra que a sala foi acionada no período dos atentados aos EUA em 2001. "A empresa está preparada para todos eventos caóticos da aviação e é uma referência na América Latina", disse outro ex-executivo.

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O ESTADO DE S.PAULO
Homologação é xeque-mate no TGV
Fontes próximas à negociação estão convencidas de que consórcio não tem dinheiro para comprar a Varig
Alberto Komatsu, Mônica Ciarelli

A homologação da proposta dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) de compra da Varig foi só uma estratégia da Justiça para dar um xeque-mate ao lance, relatam fontes próximas do Judiciário. Aprovando a proposta e dando início à contagem de 72 horas para o depósito inicial de US$ 75 milhões, a comissão de juízes responsáveis pela recuperação judicial da empresa "pôs na parede" o grupo de empregados, evitando o recurso que uma eventual reprovação provocaria.

Fontes que acompanham de perto as negociações garantem que o TGV não conta com um investidor capitalizado, ao contrário do que dizem seus coordenadores. O TGV, por meio da empresa Nova Varig (NV) Participações, tem até sexta-feira para depositar a primeira parcela do lance de US$ 449 milhões e validar o negócio, mas a origem do dinheiro ainda é uma incógnita.

A situação remete há quatro anos, quando a Associação de Pilotos da Varig (Apvar), embrião do atual TGV, garantia ter um investidor com US$ 250 milhões pela Varig, que nunca foi apresentado ou mesmo conhecido. A falência ressurge como a hipótese mais provável e a causa ficaria vinculada à organização de funcionários, livrando a Justiça de qualquer ônus.

Caso o TGV não deposite o dinheiro, a Justiça trabalha com três hipóteses. A primeira é a decretação da falência, sem continuidade do negócio. A outra seria a falência continuada e a terceira, a alienação da Varig a outro investidor.

A falência continuada foi estudada durante o fim de semana passado, com o apoio da estatal portuguesa TAP e da Air Canada, na parte operacional. O banco brasileiro Brascan, controlado pelo fundo canadense de investimentos Brookfield, daria o suporte financeiro.

O presidente da TAP, o brasileiro Fernando Pinto, que relatou essa negociação ao Estado na semana passada, disse ontem que estará no Rio de Janeiro por mais duas semanas. "Estamos esperando (para ver) o que vai acontecer", respondeu, ao ser indagado se ainda teria interesse na Varig, mesmo após a homologação da proposta de R$ 1,010 bilhão do TGV.

A TAP parece não estar só na espera pelo término do prazo para o depósito. Representantes do fundo americano de investimentos Matlin Patterson estiveram na Varig na manhã de ontem. O fundo pagou, em dezembro, US$ 48,2 milhões pela VarigLog, por meio da filial Volo do Brasil, criada apenas para o negócio.

Em abril, a VarigLog ofereceu US$ 350 milhões pela ex-controladora, mas retirou a oferta. "O Fernando Pinto já correu fora. O Matlin Patterson é quem tem o dinheiro", diz outra fonte que acompanha as negociações.

Anteontem, logo após a homologação de sua proposta, o TGV chegou a anunciar a necessidade de implementar um plano de contingência, pois havia a ameaça de perder 19 aviões.

Ontem, um pouco depois de divulgar que apenas 25 aeronaves estavam operando e 36 estavam paradas, o TGV recuou e, após reuniões com a direção da empresa, informou que qualquer plano de emergência deveria ser decidido pelo presidente da Varig, Marcelo Bottini. A Varig preparava ontem uma relação oficial de aviões em operação e paradas, mas até o fechamento desta edição, não a divulgou. Segundo Bottini, a Varig tem um plano de contingência "há anos" para o caso de paralisação. Bottini esteve com representantes do TGV para discutir os primeiros passos de uma transição.

A intenção é dar prioridade às rotas mais rentáveis, como as para a Europa.

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O ESTADO DE S.PAULO
À frente do negócio, uma entidade virtual
IRANY TEREZA

A recuperação da Varig por vezes ganha ares de simulação, de processo fictício. A começar pelos investidores. O Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) é uma entidade virtual, sem registro. Não existe como empresa, nem como entidade sindical ou associativa. É apenas uma sigla criada para reunir cinco associações de funcionários do grupo: de Pilotos da Varig; Pilotos da RioSul; Pilotos da Nordeste; Mecânicos de Vôo e Comissários da Varig.

Os representantes das associações se uniram para enfrentar a crise na empresa. Há três anos, antevendo que a situação se agravaria ainda mais, criaram a Nova Varig (NV), esta sim constituída como pessoa jurídica para representar o TGV. A NV é o que se conhece como sociedade de propósito específico. Não tem patrimônio, nem lucro, nem receita. Foi criada só para um projeto.

A empresa tentou obter recursos do BNDES para aplicar na Varig. Mas o banco não financia clientes que não comprovem capacidade de pagar o empréstimo. A mesma NV inscreveu-se no leilão e apresentou a única proposta, mas não consegue esclarecer de onde vai tirar o dinheiro para pagar pela empresa. O juiz demorou onze dias para aprovar a proposta e, mesmo assim, condicionando a homologação ao depósito inicial de US$ 75 milhões. Ou seja, nem mesmo a aprovação da compra é fato consumado.

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O ESTADO DE S.PAULO
Infraero e BR querem acerto de contas até 6ª

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), brigadeiro José Carlos Pereira, avisou ontem que, a Varig tem até sexta-feira para reiniciar a transferência dos valores referentes às taxas de embarque paga pelos passageiros para que possa continuar decolando de seus aeroportos. Segundo ele, a partir desta data, a cobrança será feita vôo a vôo. A decisão foi acertada ontem com o ministro da Defesa, Waldir Pires, depois de reunião com o Conselho de Administração da empresa.

"Vencido o prazo de 72 horas dado pelo juiz para o pagamento de sua primeira parcela ratificando a compra da companhia, a Infraero começará a cobrar por decolagem as taxas de embarque. Aliás, não é cobrar, porque este dinheiro não pertence à Varig. Queremos é que o dinheiro do passageiro caia no lugar certo, que é a Infraero."

Questionado se a Varig poderia negociar este repasse, ele foi categórico: "Apropriação indébita é inegociável e tem de ser resolvido com a Polícia Federal, que está agindo, por determinação do Ministério Público, a nosso pedido." Ele avisou ainda que vai notificar hoje a Varig em relação ao prazo. A dívida hoje é de R$ 31 milhões.

A Infraero teme que possa haver um colapso. "Agora só nos resta rezar. Antes, rezava pela Varig, agora rezo pelo juiz Ayoub também para que ele tenha tomado a melhor decisão possível. Não estou otimista nem pessimista em relação à empresa."

Já o presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou que a companhia conseguiu fechar com a BR Distribuidora um acordo que garante o fornecimento de combustível até sexta-feira. A BR, subsidiária da Petrobrás, confirmou ter asssegurado o fornecimento, em troca de novos recebíveis de passagens aéreas vendidas por cartão de crédito.

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O ESTADO DE S.PAULO
Sata anuncia demissão de até 2 mil funcionários
RENATA STUANI

A Sata, divisão de movimentação aeroportuária do Grupo Varig, informou ontem ao Sindicato dos Aeroviários de São Paulo que deverá cortar até 2 mil funcionários no País para tentar manter suas operações. A empresa tem 5,7 mil funcionários. A companhia presta serviços de check-in e movimentação de equipamentos e bagagens para a Varig e outras companhias aéreas nos principais aeroportos brasileiros. O presidente do sindicato, Uébio José da Silva, foi informado que as demissões devem ocorrer a partir de amanhã.

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O ESTADO DE S.PAULO
Governo não vai reavaliar planos de aposentadoria
Vânia Cristino

A Secretaria de Previdência Complementar (SPC) não vai, por enquanto, fazer qualquer reavaliação dos planos de aposentadoria complementar da Varig que estão sob liquidação extrajudicial. O novo titular da pasta, Leonardo Paixão, descartou ontem essa possibilidade, mesmo diante da decisão da Justiça de homologar a compra da empresa pelos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). "Por ora, a liquidação está mantida. A reavaliação deve ser permanente. Mas não há nada, por enquanto, que indique que haja alguma mudança de rumo", afirmou.

A SPC decretou a liquidação dos dois planos patrocinados pela Varig, além de intervenção no fundo de pensão dos funcionários, o Aerus, no início de abril, quando as dificuldades de sobrevivência da companhia aérea já eram evidentes. A Varig deve R$ 3,2 bilhões para o Aerus, que é o maior credor privado da empresa.

O ex-secretário da SPC Adacir Reis tinha afirmado que o órgão só reveria sua decisão caso a empresa fosse reerguida, o que ainda não ocorreu.

Na época da liquidação, a SPC explicou que a intervenção no Aerus se justificava porque, embora a Varig fosse a maior empresa patrocinadora, o fundo de pensão era multipatrocinado e nele conviviam vários fundos distintos, mantidos por empresas diversas. Na intervenção o fundo continua existindo com administração imposta pelo Estado.

O novo secretário também disse que, por enquanto, não estuda a possibilidade de levantar a intervenção no Aerus. "A legislação até fala em reversão mas, essa possibilidade é fruto de uma análise que tem de ser feita caso a caso."

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O ESTADO DE S.PAULO
BNDES diz que ajuda não é para compra da Varig
Crédito de US$ 150 milhões depende de análise do projeto
Nilson Brandão Junior

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) condicionou a possibilidade de financiar o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) à comprovação da "sustentabilidade financeira" do projeto. A explicação foi dada ontem pelo presidente da instituição, Demian Fiocca.

Segundo o banco de fomento, o TGV não está pleiteando financiamento para comprar a companhia aérea, mas "para investir na empresa".

Fiocca informou que o grupo ficou de apresentar hoje ao BNDES um plano de negócios para a companhia aérea. Na segunda-feira, a Justiça homologou a oferta do TGV no leilão da Varig, mas a empresa terá de pagar US$ 75 milhões, como sinal da operação, até esta sexta-feira.

CAPITAL DE GIRO
Ontem, o coordenador do grupo de trabalhadores, Márcio Marsilac, declarou à imprensa que a intenção era solicitar um financiamento para capital de giro no valor de US$ 150 milhões.

O presidente do BNDES explicou que a análise do pedido, como ocorre em todos os outros projetos que são encaminhados à instituição, levará em conta a existência de garantias e de previsão de fluxo de caixa que permita pagar o serviço da dívida com o banco.

Quando questionado se seria necessário saber o nome dos investidores que o TGV diz ter no projeto de aquisição, o presidente do banco de fomento respondeu: "Você tem de conhecer o conjunto do plano".

Na reunião com técnicos do BNDES, durante a manhã de ontem, os representantes do TGV informaram que contavam com investidores para fazer o pagamento da parcela da compra prevista para sexta-feira.

Antes da realização do leilão da Varig, o TGV chegou a recorrer ao banco, sem sucesso, para tentar um empréstimo-ponte para a empresa. Fiocca informou ontem que o banco não divulga detalhes das análises que realiza.

PRAZOS
O presidente do BNDES também indicou que o prazo da análise de financiamentos na instituição depende, de forma geral, da "precisão e qualidade das informações prestadas". "Depende de como vier a operação", complementou Fiocca, citando que a disposição do banco é fazer a análise o mais rapidamente possível.

Ele chegou a exemplificar que, na operação de financiamento à companhia aérea portuguesa TAP, para a compra de subsidiárias da Varig no fim do ano passado, o prazo foi de duas semanas.

"Agora, ali, tínhamos uma fiança da TAP, o que facilitou muito a análise de risco de crédito", disse, citando que a garantia equivalia à do Tesouro de Portugal. A TAP é uma empresa estatal de aviação e já pagou os recursos ao banco brasileiro.

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Folha de São Paulo
Varig suspende todos os vôos para os EUA
Empresa diz que interrupções são temporárias; na Europa, só as rotas para Frankfurt, Londres e Lisboa são mantidas
Ontem, aérea cancelou mais de 1/3 das operações; Anac anuncia plano para atender passageiros de vôos suspensos
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

A Varig decidiu suspender temporariamente todos os vôos para os Estados Unidos. Na Europa, deverá manter apenas seus vôos para Frankfurt, Londres e Lisboa. O presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou à Folha que a companhia aérea também suspendeu por 72 horas os vôos para Milão, Paris e Madri.
Segundo ele, os vôos para a América do Sul não tiveram alterações. O prazo de 72 horas refere-se ao período necessário para o depósito de US$ 75 milhões pela NV Participações, empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), referente a um adiantamento da compra da Varig Operações (linhas domésticas e internacionais).
A companhia aérea precisará interromper de forma temporária seus vôos para esses destinos porque retirou de operação vários aviões usados para trechos de longo curso.
Boa parte da frota da empresa, formada por aviões alugados de empresas de leasing, está parada por falta de manutenção ou por determinação judicial -alguns arrendadores já ganharam nos Estados Unidos o direito de retomada de suas aeronaves.
A empresa aumentou ontem o ritmo de cancelamentos de vôos e, até as 18h de ontem, não havia realizado 118 dos 300 trechos domésticos e internacionais que estavam programados para o dia todo. A quantidade de cancelamentos foi informada pela Infraero (estatal que administra os principais aeroportos brasileiros).
Ontem à noite, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou um plano emergencial para atender os passageiros desamparados no Brasil e em outros países. Os passageiros da Varig devem ser acomodados em vôos da TAM e da Gol ou em empresas internacionais. Há também a hipótese de fretar vôos para buscar ou levar portadores de bilhete da aérea.
No aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), pelo menos 20 vôos internacionais, boa parte do previsto para ontem, foram cancelados: 6 chegadas (de origens como Madri, Nova York e Miami) e 14 partidas (Los Angeles, Milão e Buenos Aires, entre outros destinos) não ocorreram.
Já no aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, o número de cancelamentos, entre chegadas e partidas de vôos domésticos e internacional, chegava a 27 até a conclusão desta edição. Oito saídas domésticas foram canceladas (São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Vitória e Foz do Iguaçu) e duas internacionais (Caracas e Buenos Aires).
Foram também suspensas sete chegadas de vôos domésticos e cinco de vôos internacionais (Milão, Aruba, Londres, Buenos Aires e Montevidéu).
Nos aeroportos domésticos, não foi diferente. Em Congonhas, São Paulo, 10 partidas de 14 previstas e 10 chegadas de 15 previstas foram canceladas até as 12h de ontem, de acordo com dados da Infraero. Onze vôos da ponte aérea no Santos Dumont (RJ) foram suspensos.
Apesar dos incômodos, muitos passageiros da Varig defendiam a companhia. "É uma empresa antiga, que tem de ser preservada. Acredito que haverá solução para o problema, e o governo precisa ajudar", disse a arquiteta Neli Rapp, 46, que embarcou ontem de manhã no Santos Dumont para São Paulo num vôo da Varig.

Na mão
O cancelamento de chegadas no aeroporto de Guarulhos, no entanto, chegou a atrapalhar a feira de turismo de negócios Lacime, que acontece no Transamérica Expocenter, em São Paulo. Cerca de 40 investidores estrangeiros que deveriam chegar ontem para a feira, que vai até a próxima quinta-feira, não conseguiram vir ao Brasil por causa dos cancelamentos de vôos da Varig.
Outras aéreas, como TAM e Gol, vêm aceitando endossar bilhetes da Varig, quando há lugares disponíveis. Agora, terão de transportar os passageiros, de acordo com plano da Anac divulgado na noite de ontem.

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Colaborou a Folha Online

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Folha de São Paulo
Agência aciona plano emergencial para vôos suspensos
Concorrentes vão acomodar passageiros da Varig que ficarem sem embarcar; também poderá haver fretamento
Medida não tem relação com o esquema de contingência que seria adotado em caso de eventual falência da aérea
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto a Varig mantém 18 aeronaves em solo para evitar a perda delas para a Justiça, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) pôs em prática ontem um plano emergencial para atender os passageiros desamparados no Brasil e em outros países. A hipótese de fretar vôos para buscar ou levar portadores de bilhete da companhia está na mesa.
A medida foi anunciada às 21h de ontem, pelo presidente da Anac, Milton Zuanazzi. Até aquele momento, a agência não dispunha de números de passageiros desassistidos nem sabia a dimensão exata do problema. Assegurou, porém, que isso atingiria "menos de 50%" do total de vôos da Varig.
Uma das cidades atingidas é a alemã Munique, onde ocorrem jogos da Copa do Mundo.
Há meses a Anac diz preparar um plano de contingência para a eventualidade de falência da Varig, mas não divulga o documento porque seria uma "irresponsabilidade". Ontem, Zuanazzi voltou a pedir que os passageiros entendam a situação por que passa a companhia.
"Um pouquinho de paciência, com alguma dose de sentimento e compreensão, é fundamental nesta hora. Claro que ninguém gosta de ficar horas no aeroporto, mas a Varig tem um apelo sentimental e ninguém está falando que será uma situação eterna", apelou.
O plano de emergência consiste, basicamente, em acomodar passageiros da Varig em vôos da TAM e Gol, nos aeroportos já utilizados por elas, ou em empresas internacionais, como a Lufthansa, por meio do compartilhamento -também conhecido como "code share".
A alternativa de fretar aviões para transportar passageiros foi lançada ontem pela agência, mas ainda é cedo para dizer se haverá necessidade justamente por não se conhecer toda a extensão do problema. Uma equipe de técnicos da Anac passou o dia e início da noite de ontem vistoriando o sistema da Varig para traçar o diagnóstico até a manhã de hoje.
De concreto, a agência sabe apenas que será mais fácil atender os passageiros no Brasil. "A situação pode até ser mais grave no plano doméstico, mas a solução é mais fácil", apontou Zuanazzi, ressaltando que as empresas nacionais podem assumir esses compromissos facilmente.
A conta do plano, por enquanto, será paga pelas concorrentes da Varig. Os bilhetes da companhia vêm sendo endossados por TAM e Gol, responsáveis pela maior parte da contingência no mercado interno. Como e quando será feito o pagamento não foi dito pela Anac.
"A nossa preocupação central é com o usuário. Claro que temos uma relação com as empresas [...], mas o usuário neste momento deve ter prioridade."

Incerteza
Segundo o presidente da Anac, o plano de emergência não pode ser visto como um ensaio da contingência de uma eventual falência da Varig. Todos os olhos estão voltados para a capacidade da NV Participações, que arrematou a Varig em leilão judicial, em depositar US$ 75 milhões até amanhã. A NV é consórcio formado pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) com investidores.
Esse dinheiro será usado para pagamento de dívidas da companhia, mas não significa nem de longe o fim da agonia. Restam dificuldades de pagamento de combustível, taxas de embarque, INSS, entre outros. "Não há cancelamento nem redistribuição de linhas. O leilão se encerra na quinta-feira [amanhã]. Para o bem ou para o mal alguma coisa vai acontecer", disse Zuanazzi.

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Folha de São Paulo
Procon se reúne hoje com Anac
DA REPORTAGEM LOCAL

O Procon-SP voltou a destacar ontem que os passageiros que possuem bilhetes e milhas da Varig devem ter seus direitos assegurados e informou que se reúne hoje com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para tratar do tema. Em nota, a entidade de defesa do consumidor diz que "acompanha atentamente a situação" da Varig.
O órgão afirmou que rejeita as afirmações da Anac de que a milhagem seria apenas "brinde" . "As milhagens caracterizam-se pelo pagamento antecipado por prestação de serviço. Trata-se de direito do consumidor, que pagou por elas, como uma espécie de carnê periódico."
O Procon-SP recomendou que os consumidores da Varig que tenham milhagem imprimam e guardem seus extratos para facilitar no futuro uma eventual ação judicial.

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Folha de São Paulo
Frota da aérea para vôos internacionais encolhe para apenas sete aeronaves
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde ontem, a Varig possui apenas sete aviões que podem atender a destinos internacionais de longo curso, o que explica o elevado número de cancelamentos de vôo, segundo levantamento do consultor do setor Paulo Sampaio.
No total, a companhia aérea opera com 25 aviões, 18 deles usados para vôos domésticos e para países da América do Sul.
A empresa teve que tirar de sua frota ontem nove aviões da empresa de leasing ILFC, que conseguiu na Justiça dos EUA o direito de retomar as aeronaves. Desses nove aviões, oito estavam em operação (um Boeing-777, quatro 757, dois 737-700 e um 737-300).
Segundo o consultor, no caso dos aviões da Boeing, que também ganhou na Justiça americana o direito de retomada de sete aeronaves, a companhia parou de operar três MD-11 e um Boeing-777 (o restante já estava parado). A Varig, de acordo com ele, também tirou de operação ontem quatro aviões da empresa Gatx (dois 737-800 e dois 737-300).
A Varig nega que tenha tirado ontem de operação os aviões da Boeing e da Gatx. A assessoria de imprensa da aérea afirmou que só os aviões da ILFC foram retirados de operação. Ontem, o TGV, que comprou a Varig, afirmou que 20 aviões estão parados por decisão judicial.
De acordo com Sampaio, se não houver um remanejamento de aeronaves, a saída de operação desses aviões praticamente inviabiliza os vôos da Varig para os Estados Unidos. Na noite de ontem, a Varig só previa voar para Madri, Londres e Frankfurt, onde acontece a Copa do Mundo.
"Como a Europa é um mercado muito quente atualmente, por causa da Copa, é possível que ela deixe os vôos para os EUA para mais tarde", diz.
Segundo dados de Sampaio, nos primeiros 15 dias deste mês a demanda da Varig caiu 29% ante o mesmo período do ano passado. A TAM e a Gol aumentaram suas demandas em, respectivamente, 49% e 55%.
Nessas primeiras duas semanas, na mesma comparação, a oferta da Varig caiu 33%, e as da TAM e da Gol subiram, respectivamente, 22% e 46%. "A demanda está muito aquecida, pois a Gol conseguiu aumentar a sua nove pontos percentuais acima da oferta", diz Sampaio.
A ação preferencial da Varig teve valorização de 16,39% no pregão de ontem da Bolsa de Valores de São Paulo.
Na noite de anteontem, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, responsável pela recuperação judicial da Varig, decidiu aceitar a proposta feita pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig).
No dia 8 de junho, em leilão realizado no Rio de Janeiro, os trabalhadores ofereceram R$ 1,010 bilhão pela aquisição das rotas domésticas e internacionais, que inclui pagamento de R$ 225 milhões em créditos a receber da própria Varig, R$ 285 milhões em dinheiro e R$ 500 milhões em debêntures.
Esta última forma de pagamento foi questionada pela Justiça por não constar do edital do leilão. Nesta segunda, porém, o juiz disse ter conversado com os investidores, que teriam dado as garantias necessárias. Os trabalhadores têm até sexta-feira para injetar US$ 75 milhões na Varig, data em que o TGV também promete revelar o nome dos investidores.

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Folha de São Paulo
BNDES aceita financiar companhia aérea
Recursos solicitados ao banco deverão ser usados para investimentos pela Varig, mas não para a compra da empresa
Novo comprador afirma que continuidade das operações da empresa depende de decisão da Justiça dos EUA sobre 25 aeronaves
RAPHAEL GOMIDE
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) admitiu ontem financiar investimentos da Varig Operacional, desde que o arrematante do leilão, NV Participações -consórcio formado pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e investidores-, cumpra os requisitos e demostre a sustentabilidade financeira do seu plano.
A boa-vontade do banco oficial, porém, pode não ser suficiente para salvar a empresa. Na opinião do coordenador do TGV , Márcio Marsillac, "a existência da Varig depende da decisão da corte de Nova York", hoje, que decide se estende a proteção contra arresto de 25 aeronaves. Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, a empresa vai pedir mais 72 horas à Justiça americana.
De acordo com o presidente do BNDES, Demian Fiocca, nenhum valor de empréstimo foi apresentado. Marsillac, entretanto, afirmou que o pedido de financiamento será de pelo menos US$ 150 milhões, montante necessário para recuperação da empresa. Além disso, os trabalhadores querem recursos para reestruturar a frota.
Fiocca ressaltou que o pedido não diz respeito a dinheiro para a compra da empresa. Ele afirmou que o TGV informou aos técnicos ter investidores, mas não deu os nomes.
Marsillac frisou que os funcionários não precisam de recursos do BNDES para honrar o depósito em juízo de US$ 75 milhões até sexta-feira. Ele disse que os investidores estão trabalhando para converter as garantias em dinheiro.
As exigências do BNDES incluem o detalhamento do plano, garantias do fluxo de caixa futuro da empresa e o nome dos investidores, mantidos em segredo pelo TGV até agora.
"Eles não solicitaram recursos para a compra, mas para novos investimentos que venham a fazer. Isso é trabalho cotidiano do BNDES. E claro, é preciso detalhar, mas vamos dar o tratamento que damos a qualquer investidor, com rigor bancário", explicou Fiocca. Pela manhã, representantes do TGV foram à sede do BNDES, no Rio, e, mesmo sem ter agendado encontro, se reuniram com técnicos do banco para tratar do assunto.
Ficou acertado que o TGV deve apresentar o plano detalhado de negócios hoje ou amanhã no máximo. Somente nesse momento, o TGV vai informar ao banco o nome dos investidores. O grupo de funcionários continua a negociar com José Carlos Rocha Lima, ex-presidente da VarigLog e sócio da Syn Logística.
Há pressa e o BNDES se dispõe a acelerar o processo de análise, como fez no caso da compra da VEM e da VarigLog pela TAP, quando o procedimento demorou duas semanas.
"Temos a disposição de fazer a operação rapidamente. Naquele caso, tínhamos a fiança da TAP, que era quase equivalente a ter o Tesouro de Portugal como fiador," Fiocca disse que o tempo vai depender da qualidade da proposta.

Arrendadores
Para Marsillac, a Varig passa por momento de grande estresse com os arrendadores de aeronaves. A audiência de hoje na Corte de Falências de Nova York é considerada fundamental para a continuidade da empresa. O juiz Robert Drain, que cuida do caso, já estendeu a liminar que protege os aviões da Varig de arresto diversas vezes, mas na semana passada deu à ILFC o direito de retomar nove aeronaves. A decisão de hoje se refere a cerca de 25 aviões.
"É inadmissível ter a homologação da proposta na noite de segunda-feira e na quarta-feira ficar sem aviões", disse.

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Folha de São Paulo
Pires diz ter dúvidas sobre
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Defesa, Waldir Pires, deixou ontem aberta a possibilidade de falência da Varig, uma vez que ainda corre o prazo para que a NV Participações, empresa dos trabalhadores da companhia, deposite US$ 75 milhões para pagamento da primeira parcela da compra.
"Sou só um cidadão desejoso que a Varig se recupere. E ainda há dúvida."
Pires acompanhava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anteontem quando foi informado da decisão da Justiça de repassar o comando à NV Participações. Disse ter ficado contente e ainda fez uma torcida pública das mais resignadas. "Não desejamos que a Varig entre na falência, mas se entrar, paciência. As pessoas vivem, as pessoas morrem, assim também as empresas. Se é possível salvá-las, vamos salvá-las."
De acordo com o ministro, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Banco do Brasil concordariam em auxiliar os gestores da Varig, caso sejam apresentadas garantias.
A hipótese de o BNDES injetar dinheiro na Varig não agrada, porém, à Infraero, uma das principais credoras da companhia. "O banco é social, mas também tem dinheiro ali que é nosso [do cidadão]", alfinetou o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da estatal. (ID)

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Folha de São Paulo
Sobrevida dada pelo juiz poderá aumentar "mico"
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Diferentes setores do governo vêem com descrença a proposta da associação de funcionários de comprar a Varig e analisam que o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro, simplesmente não resistiu à pressão: em vez de decidir, jogou a bomba para explodir no colo dos próprios funcionários. Ou seja: a falência.
Ontem foi um dia de intensas e tensas reuniões em Brasília, mais para pensar o "day after" -o que fazer com as rotas da Varig, por exemplo- do que propriamente para sacar um plano de salvamento real da empresa.
As três perguntas básicas, que entraram pela noite sem resposta, eram:
1) quem são os dois investidores misteriosos em parceria com os funcionários e qual a garantia financeira do negócio?
2) qual o fluxo de caixa que a NV (Nova Varig) obteria? Seria suficiente para manter a operação e para amortizar os serviços da dívida?
3) daria certo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiar o investidor e não o investimento, apenas como forma de driblar as regras do Banco Central contra o financiamento de empresas insolventes?
Ainda na avaliação pessimista que se alastra por Brasília, a TAP (a empresa aérea portuguesa) só entra no negócio como "apoio moral". Como seu presidente já ocupou o mesmo cargo na Varig, sempre que é necessário providenciar algum "interessado" na companhia, ele se apresenta como um. Na realidade, ninguém acredita nesse interesse.
O grande temor é que a expectativa de sobrevida da Varig, considerada falsa por muitos, só acabe aumentando o desgaste da bandeira, as dívidas e o próprio "mico" que o governo vai ter que arcar.
Num processo de recuperação judicial, como ocorre com a Varig, a avaliação objetiva é se é mais viável manter a empresa viva ou simplesmente deixá-la morrer. Para mantê-la viva, é necessário, antes de mais nada, a anuência dos principais credores -neste caso, o governo brasileiro.
Se considerar que o prejuízo menor é manter a empresa, para tentar recuperar parte do que já está perdido, o governo poderá cair na seguinte armadilha: acabar fazendo uma transferência indireta de recursos da BR Distribuidora (que fornece combustível para a aérea) e da Infraero (administradora de aeroportos) para os credores internacionais, como a Boeing. Porque, mesmo que o governo brasileiro pense que é melhor manter a empresa viva, os estrangeiros tendem a não concordar. Vão cobrar. Também há muitas dúvidas quanto ao que deverá ocorrer com os usuários caso a falência da empresa acabe sendo decretada.
A Casa Civil busca de todo modo encontrar brechas legais para ressarcir quem tenha passagem comprada ou milhas adquiridas, sob a interpretação de que o Estado é o poder concedente e, portanto, responsável por perdas provocadas aos consumidores.
Em outras instâncias de governo, porém, essa saída é vista como absurda. Há dúvidas se as milhas, por exemplo, são direito e devem ser efetivamente cobertas. Além disso, mesmo que sejam, que lugar elas teriam na longa fila de prejudicados com direito a ressarcimento?
No meio do tiroteio, a cúpula do governo lamenta que a primeira direção da Anac (Agência de Aviação Civil) não só seja inexperiente nessa área como não consiga um discurso comum nas reuniões, onde cada um fala o que quer. Além disso, os próprios ministros e coordenadores da discussão estão batendo cabeça.
O único que tem sido direto e objetivo na sua descrença quanto à sobrevida da Varig é o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero.
Ele admitiu ontem, com todas as letras, que a Varig poderá quebrar. Em seguida, descartou motivos para alarme, prevendo que o mercado sofreria um tumulto inicial, mas passageiro.
Conforme relato à Folha, a chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, está preocupada com as repercussões políticas num ano reeleitoral, enquanto o ministro da Defesa, Waldir Pires, tem uma visão classificada de "romântica" e nada prática. Defende o passado da Varig, mas foi incapaz de sugerir qualquer solução viável.
Assessores acham que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava correto ao mandar dizer, lá atrás, que o governo não tinha muito o que fazer e que se disporia a ajudar uma eventual "solução de mercado" -se é que ela surgisse.
Agora, na hora decisiva, lamentam que o mesmo Planalto tenha voltado atrás e tenha novamente se metido numa "guerra perdida" e se expondo a pressões. Estaria, assim, atraindo grande parte do ônus político da crise.

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Folha de São Paulo
Planos de previdência da Varig não terão liquidação suspensa
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar da aprovação da venda da Varig pela Justiça do Rio de Janeiro, o Ministério da Previdência avalia que não há mudança de rumo suficiente para suspender a liquidação dos dois planos de previdência complementares dos funcionários da aérea, que são administrados pelo fundo de pensão Aerus.
"São duas situações diferentes: a Varig é a Varig. O Aerus é o Aerus. É lógico que há uma relação, mas a nossa análise depende das condições do próprio Aerus. A legislação permite a reversão da liquidação, mas é uma análise que tem de ser feita caso a caso. Por ora está mantida [a liquidação]. Não há nada por enquanto que indique mudança de rumo", afirmou o recém-empossado secretário de Previdência Complementar, Leonardo Paixão.
Paixão -que já integrou a equipe da SPC (Secretaria de Previdência Complementar)- assumiu ontem o cargo até então ocupado por Adacir Reis.
O Aerus, fundo responsável pela gestão dos planos de previdência da Varig e de outras empresas aéreas, como a Transbrasil, está sob intervenção da SPC desde abril. A Varig deve ao fundo R$ 2,3 bilhões, principal motivo para o desequilíbrio financeiro da entidade.

Nova tentativa
Paixão afirmou ontem que a SPC tentará novamente criar a Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar). No ano passado, uma medida provisória foi editada para instituir o órgão. O Senado, no entanto, não aprovou a tempo a MP. O governo trabalha na elaboração de um projeto de lei para encaminhar ao Congresso ainda neste ano.

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Folha de São Paulo
Infraero quer taxa de embarque por vôo
Decisão foi adotada porque a Varig cobra a taxa dos passageiros, mas não repassa à estatal que administra os aeroportos
"Se a Varig falir haverá tumulto de um a dois dias nos aeroportos, mas depois o mercado se acomoda", diz presidente da estatal
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Entre os principais credores da Varig, a Infraero decidiu ontem que cobrará a partir de sexta-feira a taxa de embarque por aeronave antes de cada decolagem, para evitar que a aérea permaneça retendo os valores. A medida poderá provocar demora ou mesmo o cancelamento de vôos, depois que passageiros estiverem a bordo.
"Se 30 passageiros entrarem no avião, multiplica [esse total] pelo valor da taxa de embarque e a Varig dá um cheque para cada avião (...). A cobrança é por vôo, por decolagem. Senão a aeronave não decola", explicou o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos).
A polêmica medida visa impedir maiores perdas da Infraero, para quem a Varig deve R$ 31 milhões apenas das taxas não repassadas nos últimos 28 dias -no total, com outras taxas, a estatal estima que a dívida da Varig é de quase R$ 600 milhões.
Caso a aérea não pagar, disse Pereira, a Polícia Federal será acionada. "Se o vôo não decolar porque a Varig não pagou a tarifa, é uma questão de polícia."
A Infraero passará os próximos dias analisando como aplicar o procedimento, uma vez que não deseja dificultar ainda mais a vida dos passageiros da empresa. A data escolhida casa com o fim do prazo de 72 horas dado anteontem pelo juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, para que seja feito um depósito judicial de US$ 75 milhões para quitação de dívidas.
Já a Varig será notificada até amanhã pela Infraero, uma vez que a medida não se relaciona ao processo por se tratar do relacionamento direto entre a estatal e a aérea.
Concretizado o depósito, a gestão da empresa passa à NV Participações, empresa do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig). A partir daí, começam outras batalhas com empresas de leasing, fornecedores de turbinas e com o governo brasileiro, com quem a Varig tem dívidas previdenciárias, pelo fornecimento de combustível e taxas de uso dos aeroportos.

Paga o que pode
"Não sei se é um golpe de morte. Você faz aquilo que é possível fazer. A Varig não tem condição de pagar 30 vôos, mas tem condição de pagar 15, então paga os 15 e deixa 15 no chão", disse brigadeiro.
A decisão de impedir a decolagem de aeronaves que não paguem a taxa de embarque vem sendo estudada há semanas pela Infraero.
Foi comunicada ontem pela manhã ao ministro da Defesa, Waldir Pires, após a reunião do conselho administrativo da estatal. Mas tudo ainda depende da capacidade da NV Participações de honrar o primeiro depósito de US$ 75 milhões.
Por isso, a Infraero também vem se precavendo para a eventualidade de um cancelamento do leilão e conseqüente falência da empresa. Funcionários e painéis estão prontos para orientar passageiros, embora o elevado número de cancelamentos de vôos nas últimas semanas possa ter "facilitado" esse trabalho, avalia Pereira.

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Folha de São Paulo
Na Alemanha, passageiros acham que embarcaram no último vôo internacional
Passageiros em vôo da Varig que saiu de Munique sob boato de que seria última decolagem
JOÃO WAINER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Enquanto a Espanha sofria para vencer a Tunísia de virada por 3 x 1 pela Copa do Mundo em Stuttgart, brasileiros que embarcavam na Alemanha no vôo da Varig RG-8773 com destino a São Paulo sofriam com a falta de informação e boatos que circulavam pela sala de embarque do Aeroporto de Munique.
Duas horas antes do embarque, o Boeing-777 da Varig já estava conectado ao finger do portão H48. O primeiro sinal de quebra da normalidade foi quando cerca de 15 tripulantes da equipe que havia acabado de trazer o avião do Brasil voltaram ao saguão vestindo roupas a paisana e puxando as clássicas valises quadradas que os tripulantes usam com um porta-ternos azul dobrado ao meio, levando o uniforme sobre elas, e voltaram direto para dentro da aeronave.
Em poucos minutos o boato de que seria o último vôo da empresa já havia tomado conta do salão e dezenas de passageiros enchiam de perguntas a funcionária da Lufthansa que não falava português e parecia pouco saber sobre a situação econômica da aérea brasileira.
Diante da confusão, uma funcionária da Varig se aproximou e anunciou aos gritos que estava tudo normal e que o vôo sairia normalmente. Nenhum dos passageiros acreditou, e uma enorme fila formou-se em frente ao guichê.
Podia-se ouvir de tudo nessa fila. Alguns diziam que, se 15 tripulantes extras embarcaram, 15 passageiros ficariam de fora, já que o vôo estava lotado. Outros diziam que, se o juiz emitisse decisão contrária à venda da empresa, aquele vôo não sairia e todos teriam que sair do avião e arcar com as próprias despesas de hospedagem e reembarque. Quando lembravam que em plena Copa seria quase impossível achar vagas em hotéis e outros vôos, o desespero aumentava.
Quando o embarque foi anunciado, todos se apressaram a ocupar seus assentos.
A tripulação se esforçava para mostrar normalidade e mantinha o tempo todo o sorriso no rosto. Diante das perguntas insistentes dos passageiros sobre ser aquele o último vôo da empresa, mostravam-se otimistas: "Temos fé de que não será", diziam.
Mais incerteza se criou quando foi anunciado um atraso de uma hora na saída. A informação oficial era que havia muito vento e seriam aumentados os espaços de tempo entre uma decolagem e outra. Novamente, nenhum passageiro acreditou. Às 22h30, uma hora depois do previsto, o Boeing-777 decolou sob aplausos de alguns passageiros.
Na aterrissagem em Cumbica, novos aplausos e a sensação de que se encerrava ali um importante ciclo da aviação brasileira.

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Folha de São Paulo
Aérea pode perder hoje aviões nos EUA
Juiz de Nova York tem prorrogado liminar que impede aeronaves da Varig de serem retomadas por empresas arrend

Enviado: Qua Jun 21, 2006 21:11
por marcato
moises Propp escreveu:Boa Noite,
Marcato, acho que você não entende, mas quando se compra
um avião novo, a fabrica dá garantias da aeronave por um
periodo, com os avioes da Boeng e da Embraer é assim,
alguma coisa eu sei que tem que fazer, mas á FAB poderia
fazer isto, sem custo, mas todas as aeronaves novas
tem garantia por um periodo e as revisões estão incluidas.
Certo, eu não vou discutir contratos aqui, mesmo pq nem eu nem vc vimos como este contrato foi feito.
Mas até ai eu ainda não sei onde está o problema dessa aeronave estar sendo revisada na TAM!
A TAM é certificada para a aeronave nada mais logico do que o nosso ACJ fazer a manutenção por lá!
Sera que se a aeronave fosse um BBJ e estivesse fazendo revisão na CEMAN ai em POA vc teria levantado esta questão?
Outra coisa quanto o governo congelou as tarifas, esqueceu
de congelar os combustiveís, aplica altas taxas nas empresas
aereas, coisa do Brasil, os governos tem mania de se meter
na aviação á anos , nos estamos falando de uma empresa
com mais de 78 anos de vida, não de uma que tem dias.
Novamente vc está tapando o Sol com a peneira!
Todas empresas aereas tem problemas!
Se a Varig enfrentou o problema do plano verão certamente as atuais ja enfrentaram, estão enfrentando e vão enfrentar novos problemas assim como qualquer ramo de negocio aqui no Brasil.
Como ja falei e repito neste forum, o governo não ajuda, mas isso não é desculpa para a incopetencia Varigiana!
Outra coisa se a VARIG falir, vaí deixar desempregos mais de
20 mil pessoas, coisa que o mercado não vaí absorver.
Quem dita a quantidade de empregos não é a existencia da Varig ou de qualquer outra empresa.
É o mercado!
De fato muitos funcionarios da Varig vao ficar sem emprego, se a Varig tivesse um quadro de funcionarios condizente com sua participação no mercado, isso não iria ocorrer.
Infelizmente a Varig é um cabide humano e o mercado não vai ter condições de absorver toda essa gente durante anos!
Pois conheço bem as 2 maiores empresas brasileiras.
Olha acho que vc está completamente equivocado na sua observação.
A TAM e a GOL absorveram centenas de ex funcionarios tanto ta Varig assim como da Vasp e da Tranbrasil durante todos esses ultimos anos.
Eu mesmo trabalhei na Varig e fui muito bem recebido na TAM assim como muitos amigos meus!

Enviado: Qua Jun 21, 2006 21:45
por Anonymous
Boa noite amigos do Fórum.

Prezados companheiros:

De acordo com o site Panrotas, a VARIG devera atender somente 16 aeroportos tal como seguem abaixo.

São Paulo > GRU e CGH
Rio de Janeiro > GIG e SDU
E mais SSA / REC / FOR / BEL / MAO / IGU / CWB / POA / FLN / BSB / MCP e FEN.
Deixará de operar em:
Belo Horizonte > CNF e PLU
E mais VIX / NAT / GYN / CGR / CGB / JPA / MCZ / SLZ e AJU.

Lamentavel.

Abraços

CURSIO

Enviado: Qua Jun 21, 2006 21:48
por RockboyDF
Como curiosidade: ao menos a Gol não enfrentou nem Plano Verão, nem inflação galopante, nem nada que tenha acontecido antes do Plano Real, pois nasceu em 2001. A TAM tornou-se uma empresa nacional também depois da implantação do Plano Real.


Agora, a arrogância do Presidente da Infraero impressiona. Espero honestamente que essa confusão vá bem longe, para expor toda a incompetência da Infraero, da ANAC e do governo federal em si, na administração de crises. São uns incapazes, falastrões. Dizem ter um plano de contingência elaborado e o que vemos é confusão nos aeroportos, overbooking e falta de lugares para a maior parte daqueles que ficaram sem voar. O digníssimo comandante da Infraero diz que a crise durará no máximo 2 dias. Pois com a Varig capengando, mas não parada, estamos vendo a bagunça se formar há uma semana. Imagina quando parar de vez.

Enviado: Qua Jun 21, 2006 23:21
por Anonymous
Essa falta de lugares ocorre porque se as empresas concorrentes aceitarem os TODOS os passageiros VARIG de uma vez, os dela ficam no chão. Os pax VARIG serão embarcados nos lugares vagos quando e se houver esses lugares. Infelizmente este problema nós já vivenciamos recentemente por 2 vezes e sabemos muito bem o final: alguns sortudos saem sem prejuízo, outros chegam com 2/3 ou 4 dias de atraso, e a grande maioria perde o dinheiro.
O grande problema a meu ver é claro que são os vôos internacionais e é aí que o consumidor vai ter o maior prejuízo.

Enviado: Qui Jun 22, 2006 00:25
por vsilva
Será que houve alteração nas rotas canceladas?

A Infraero de Rio Branco informou agora a noite que o vôo da Varig 2097 (BSB-RBR-PVH-BSB) estava confirmado para às 00:40 desta quinta-feira, 22/06, um atraso de uns trinta minutos. A Infraero está desinformada ou RBR e PVH voltaram para a malha?!


Silva/RBR

Enviado: Qui Jun 22, 2006 11:44
por moises Propp
Marcato,
Bom dia, concordo com tudo o que voce falou, todos nós
sabemos que a Varig foi mal administrada e ouve desvios
mas o governo tambem tem um pouco de culpa, por que
as 2 espresas que hoje estão bem no mercado como á TAM
e a GOL não passaram por estes problemas, estas 2 empresas
cresceram após as TRANSBRASIL e a VASP pararem de voar,
á TAM e a GOL nunca passaram problemas as quaiz a VARIG,
VASP, TRANSBRASIL passaram com o governo se metendo nestas
empresas, hoje a ANAC só fala em GOL e TAM parace que só
existes estas 2 empresa no Brasil, mas a ANAC deveria pensar
bem no que está fazendo pois existe á webjet, Oceanair, Rico,
e outras mais, deveria dar a chanse das outras falarem alguma
coisa, pois está agencia não é só da TAM e GOL.
Uma coisa, estas 2 já se aproveitaram da situação da VARIG e
subiram os preços.

Sds,
Moises/poa

Enviado: Qui Jun 22, 2006 12:09
por arthuramaral_CGR
Cursio escreveu:Boa noite amigos do Fórum.

Prezados companheiros:

De acordo com o site Panrotas, a VARIG devera atender somente 16 aeroportos tal como seguem abaixo.

São Paulo > GRU e CGH
Rio de Janeiro > GIG e SDU
E mais SSA / REC / FOR / BEL / MAO / IGU / CWB / POA / FLN / BSB / MCP e FEN.
Deixará de operar em:
Belo Horizonte > CNF e PLU
E mais VIX / NAT / GYN / CGR / CGB / JPA / MCZ / SLZ e AJU.

Lamentavel.

Abraços

CURSIO
CGR e CGB já estavam fora da malha...No aeroporto de CGR não há mais nenhum vestígio de que a VARIG tenha operado aqui...

Enviado: Qui Jun 22, 2006 13:10
por Sandro
moises Propp escreveu:Marcato,
Bom dia, concordo com tudo o que voce falou, todos nós
sabemos que a Varig foi mal administrada e ouve desvios
mas o governo tambem tem um pouco de culpa, por que
as 2 espresas que hoje estão bem no mercado como á TAM
e a GOL não passaram por estes problemas, estas 2 empresas
cresceram após as TRANSBRASIL e a VASP pararem de voar,
á TAM e a GOL nunca passaram problemas as quaiz a VARIG,
VASP, TRANSBRASIL passaram com o governo se metendo nestas
empresas, hoje a ANAC só fala em GOL e TAM parace que só
existes estas 2 empresa no Brasil, mas a ANAC deveria pensar
bem no que está fazendo pois existe á webjet, Oceanair, Rico,
e outras mais, deveria dar a chanse das outras falarem alguma
coisa, pois está agencia não é só da TAM e GOL.
Uma coisa, estas 2 já se aproveitaram da situação da VARIG e
subiram os preços.

Sds,
Moises/poa
Moises, só nao vamos esquecer que o GOV, agora ja esta loteando e que falta é só vir a publico leiloar entre GOL e TAM os Slots da VArig, isto esta acotecendo desde ontem!!! Resumindo quem der mais leva as rotas da VARIG, e pronto,, este é o nosso GOV,

Enviado: Qui Jun 22, 2006 14:02
por moises Propp
Realmente o gov. já está leiloando as rotas da Varig, vejo que
o dono da oceanair quer algumas rotas para EUA em troca de
transportar os passageiros da Varig, oferencendo os avioes da
Avianca, veja que o Dono da oceanair já esta falando em publico
uma coisa que foi assunto interno dentro da Anac, no minimo não
deram nenhuma rota para ele, somente para a TAM e GOL,
uma coisa eu digo para nos brasileiros, é melhor que a VARIG
continue voando e que algum investidor coloque dinheiro, se não
o que o governo vaí dizer para os passageiros que tem passagem
e os funcionarias que estam sem receber , a TAM e a GOL que
transportaram alguns passageiros da VARIG eles vão ganhar as
rotas e o slotes da VARIG, mas só no Brasil, por que lá forá não.
nos paises de 1º mundo eles levam á aviação bem á serio, e este
presidente da ANAC, nos gauchos conhecemos bem ele.

sds,
Moises/poa

2 vezes raio no mesmo lugar!

Enviado: Qui Jun 22, 2006 15:59
por moises Propp
Que crueldade,
Imaginem o raio cair 2 vezes no mesmo lugar,
uma vez com os funcionarios na FRB,
e a 2º vez com os funcionarios no TGV,
e dificil de acreditar.

Meu paí sempre me dizia, errar uma vez e humano,
mas 2 vezes e burrice.

Sds,
Moises/poa

Enviado: Qui Jun 22, 2006 19:15
por marcato
RockboyDF escreveu:Como curiosidade: ao menos a Gol não enfrentou nem Plano Verão, nem inflação galopante, nem nada que tenha acontecido antes do Plano Real, pois nasceu em 2001. A TAM tornou-se uma empresa nacional também depois da implantação do Plano Real.

É a Varig enfrentou isso porem a Varig teve durante anos uma boa boiada do governo! Teve praticamente monopolio das rotas internacionais, fazia o que queria no DAC, conseguia as rotas que queria.

Por outro lado TAM e GOL enfrentaram preços do petroleo altissimos, recessão durante o governo FHC e de quebra o disparo do preço do dolar!

Como falei dificuldades é algo que qualquer cia brasileira enfrenta!

Enviado: Qui Jun 22, 2006 19:20
por Frg_DF
Como era de se esperar nem a ANAC nem o Governo tinha algum plano B!!!!!!!!

É complicado!

Re: 2 vezes raio no mesmo lugar!

Enviado: Qui Jun 22, 2006 19:24
por marcato
moises Propp escreveu:Que crueldade,
Imaginem o raio cair 2 vezes no mesmo lugar,
uma vez com os funcionarios na FRB,
e a 2º vez com os funcionarios no TGV,
e dificil de acreditar.
Meu paí sempre me dizia, errar uma vez e humano,
mas 2 vezes e burrice.
Sds,
Moises/poa
Não é o Raio que caiu 2 vezes no mesmo lugar!
Foram os donos do barco que mudaram o nome dele pouco antes dele afundar!

Enviado: Qui Jun 22, 2006 20:01
por RockboyDF
marcato escreveu:
RockboyDF escreveu:Como curiosidade: ao menos a Gol não enfrentou nem Plano Verão, nem inflação galopante, nem nada que tenha acontecido antes do Plano Real, pois nasceu em 2001. A TAM tornou-se uma empresa nacional também depois da implantação do Plano Real.

É a Varig enfrentou isso porem a Varig teve durante anos uma boa boiada do governo! Teve praticamente monopolio das rotas internacionais, fazia o que queria no DAC, conseguia as rotas que queria.
E o que nós estamos vendo agora não é a mesma coisa? Uma única empresa deve monopolizar as linhas internacionais e a OceanAir não consegue utilizar sei lá quantos aviões parados porque a ANAC não deixa. Estranho não? Política e relações com o governo não são (eram) exclusividade da Varig, pode ter certeza!

"Por outro lado TAM e GOL enfrentaram preços do petroleo altissimos, recessão durante o governo FHC e de quebra o disparo do preço do dolar!"

A Varig também (no caso do dólar, pior pra Varig com sua grande operação internacional). E não queira comparar nada disso com a década de 80. Quem tem mais de 25 anos lembra bem o que foi o governo Sarney, sob o aspecto econômico..... Não à toa, chamam de década perdida.

Quem assumir rota internac. da RG ganhará o trecho definitiv

Enviado: Qui Jun 22, 2006 21:00
por Anonymous
Empresa que assumir rota internacional da Varig ganhará o trecho definitivamente

O diretor de operações de tráfego da BRA, Waldomiro Silva Junior, confirmou que a empresa aérea que assumir uma rota internacional da Varig nesse período emergencial ganhará o trecho definitivamente.


Ele disse que, cada trecho poderá ser entregue a uma ou duas companhias e que, caso isso ocorra, a empresa arcará com todos os custos dessa rota internacional. O diretor da BRA disse ainda que não foi discutido o valor das passagens e que a expectativa é que fique a cargo das empresas.

- Cada empresa usará sua própria política de preços - afirmou Waldomiro, depois de reunião do gabinete de crise criado para tratar da situação da Varig.

O diretor da BRA contou que o plano de contingência que entrará em vigor caso a Varig pare totalmente suas operações terá três fases de implementação, com obrigações que devem ser cumpridas pelas empresas em 24 horas, 72 horas e dez dias.

Waldomiro Junior disse que a maior dificuldade em caso de paralisação da Varig é a Europa. Ele estima que entre 20 mil e 25 mil brasileiros estejam no continente com passagens da Varig para voltar até o dia 20 de julho. O diretor da BRA disse que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quer repatriar todos os brasileiros, mas observou que, quanto mais distante a data da passagem, mais difícil a solução. Em caso de vôos com conexão com outras companhias, a situação fica ainda mais complicada, segundo ele.

Globo Online

Enviado: Qui Jun 22, 2006 22:27
por Anonymous
[quote="moises Propp"]O governo tenta de tudo para prejudica á Varig, fala
nos meios de comunicação uma coisa e depois diz que não,
Imaginem voces acharem que este governo e serio,
compra um Airbus , podendo comprar um da Embraer
sendo uma empresa brasileira , e faz um contrato de
manutenção com TAM, de um Airbus novo , que não
precisa de manutenção, por ser avião novo á fabrica
tem que dar garantias dos equipamentos, aí se a TAM
e representante da Airbus, tem comissão na venda ?
Acho que aínda tem esperança á Varig, mesmo que sejá
pouca, mas tem, vamos torcer para que continue voando,
imaginem o céu brasileiro sem a VARIG, sem os MD11 ou
B777 no tom azul.
Moisés,
Tudo bem ? Quando o Governo comprou o ACJ319 da AIRBUS, foi numa disputa direta com a Boeing ( BBJ737, B757 executivo etc..), pois a nossa querida Embraer, ainda não tinha um avião com a autonomia destes acima citados ( infelizmente ! ). Agora lançaram o projeto do E190 versão executiva...quem sabe a sua autonomia faça ele concorrer c/ aqueles outros ! Quanto à manutenção ser na TAM, quem lembra onde eram feitas as manutenções dos B-737 da Presidência ? "Cansei" de ver eles pousar em CGH e taxiar p/ o pátio da VASP ( será que desde aquela época a Varig já tinha perdido o lobby c/ o governo federal ? Claro que não ! ). O estudo para aquisição de um novo avião presidencial, começou muito antes do que vc possa imaginar e te garanto que se alguém recebeu comissão, a TAM é que não foi...manutenção independe se o avião é zero ou muito usado...tem que fazer e tem que trocar peça ( mesmo que ela esteja funcionando muito bem ). Agora imagine ter que levar o AeroLula a cada 150 horas para a França ou a Alemanha, ou aqui perto na LAN-Chile...Brasília-Santiago dá umas 4horas e meia...Brasília-São Carlos, 55 minutos...mas poderia ter sido um BBJ737NG, com manutenção na VEM em POA...BSB-POA,2 horas
de vôo e um pouco mais caro ( ou será que a VEM daria desconto ? ). Claro que vc dirá que poderia ser feita em BSB. E vc está certo. Quando toda a infraestrutura estiver montada ( e bem cara ! ) lá na Capital, a manutenção de "1" avião será feita pelo pessoal da Base ...Quando o avião da Embraer estiver disponível no mercado, tenha certeza, este ou outro presidente irá comprá-lo ( só para dizer que está valorizando o produto nacional ) e aí ou faz a manutenção na Embraer, ou monta outra infraestrutura para "1"só...aí se a TAM tiver optado pelo E-195 para substituir os F-100, vai começar tudo de novo! Vamos torcer para a Varig sair desta e substituir todos os B-737 pelos E-195, quem sabe a manutenção do Embraer Presidencial poderá ser realizada em POA ?
Sds,
air737
Sds,
Moises/poa
A VARIG deveria voltar com a sede aqui para Porto Alegre,
de onde não deveria ter saído.[/quote]

Enviado: Qui Jun 22, 2006 22:48
por arthuramaral_CGR
Alitalia suspende code-share com Varig

A companhia aérea italiana informa, em comunicado oficial, que a partir de hoje, dia 22, suspende o code-share com a Varig na rota GRU-Milão-GRU (vôos AZ-7673 e AZ-7672). “A reserva e a emissão de bilhetes nesses vôos devem ser imediatamente descontinuadas”, diz a Alitalia. “Em relação aos vôos domésticos no Brasil, incluídos nos bilhetes internacionais, informamos que as agências deverão reproteger seus passageiros em vôos da Tam. Informamos também que os bilhetes poderão ser reemitidos ou reembolsados sem qualquer penalidade.”

Os sistemas de reservas já estão sendo atualizados, informa a Alitalia, e refletem esta condição. “Os passageiros portadores de bilhetes 055 fechados com os vôos AZ-7673 e AZ-7672 emitidos até 21 de junho de 2006, serão reprotegidos nos vôos AZ-673 e AZ-672, operados pela Alitalia, compativelmente com a disponibilidade de assentos.”


Continua o comunicado da empresa: “a partir desta data, devido ao cancelamento do acordo MITA entre RG e AZ, somente os bilhetes emitidos com código de companhia 055 serão honrados. Informamos também, que não será possível aceitar bilhetes endossados”.

Claudio Schapochnik

Fonte: www.panrotas.com.br