ELIANE CANTANHÊDE
Nas asas da Varig
BRASÍLIA - Para você, esteja ou não voltando hoje do Carnaval para casa nas "asas da Panair", digo, nas asas da Varig: a solução para o grave problema financeiro da companhia continua empacada em solo.
O ministro e vice-presidente José Alencar volta ao batente amanhã com boas idéias, mas que se chocam com a realidade das leis. Como transformar créditos da Varig com o Tesouro, com a Previdência, com a Infraero, com a BR Distribuidora e com o Banco do Brasil em ações da empresa, que é privada?
Típico caso em que falar é fácil, fazer é que são elas. Enquanto isso, a dívida da Varig continua impagável, o tempo vai passando e ninguém sabe exatamente como fazer para que a maior e mais famosa companhia aérea brasileira continue voando.
Também a partir de amanhã o Planalto decide promover ou não vetos na nova Lei de Falências, para retirar seus efeitos sobre justamente as aéreas. Essa discussão é esclarecedora sobre as divisões internas do governo a respeito do setor.
Grosso modo, Lula, Dirceu e Alencar (os políticos) se dizem sensibilizados com o valor econômico e sentimental da Varig e querem que o governo faça tudo que for possível para salvá-la. Do outro lado, Palocci, Mantega e Cade consideram que empresas privadas são sujeitas a riscos -no caso da Varig, também a chuvas e trovoadas. Para eles, cofres públicos não devem cobrir buracos de negócios privados.
Essa divisão vem desde o início do governo, aprofundou-se com a posse de Alencar e pousa na Lei das Falências. Quem tira a teima, evidentemente, é o presidente da República. E Lula acha que a Varig tem de ser salva e ponto. A questão, mais uma vez, é como compatibilizar o falar e o fazer -ou desejo com viabilidade.
No caso da Vasp, o governo empurrou com a barriga sabendo o desfecho. No da Varig, empurra porque não sabe como agir. Por mais que jure o contrário, pode acabar caindo no o BNDES -o santo dos grandes aflitos. Ou das causas perdidas.
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opinia ... 200504.htm)
Nas asas da Varig (FSP de 08/02/2005)
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Ainda sou da opiniao de que embora a aviacao comercial seja um empreendimento de mercado e competencia, uma politica governamental aqui no Brasil precisa ser elaborada para auxiliar e salvaguardar a industria quando circunstancias extraordinarias surgirem que ameacem a saude geral do setor.
Se uma empresa for administrada de forma ruim, sofre as consequencias. mas as empresas daqui realmente enfrentem desafios fora do comum, como impostos desequilibrados e legislacoes nocivas, e o governo cruza os bracos.
Quando bateu 11 de setembro/2001, medidas nos EUA foram tomadas para ajudar a industria. Por aqui, podemos dizer que nada efetiva foi feito para auxiliar, exceto talvez uma pequena ajuda com seguros aeronauticos.
Se uma empresa for administrada de forma ruim, sofre as consequencias. mas as empresas daqui realmente enfrentem desafios fora do comum, como impostos desequilibrados e legislacoes nocivas, e o governo cruza os bracos.
Quando bateu 11 de setembro/2001, medidas nos EUA foram tomadas para ajudar a industria. Por aqui, podemos dizer que nada efetiva foi feito para auxiliar, exceto talvez uma pequena ajuda com seguros aeronauticos.