O ESTADO DE S.PAULO - 06/10/07
FAB deixa de controlar 90% dos aviões pequenos
Jobim diz que em novembro a maior parte das 9.800 aeronaves desse porte voltará a ser monitorada
Tânia Monteiro
Até o fim de novembro, a Aeronáutica deverá voltar a monitorar a maior parte dos aviões de pequeno porte do País, que deixaram de ser acompanhados desde o ano passado, por causa da crise aérea e da carência no número de controladores do tráfego, afastados de seus postos, depois do acidente entre o Boeing da Gol e o Legacy.
A Aeronáutica admite que parou de fazer o monitoramento completo, por causa do excesso de tráfego nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País. Mas pretende agora retomar o serviço. Hoje, os controladores só acompanham os aviões acima de 11 mil pés. Com isso, cerca 90% das 9.800 aeronaves de pequeno porte que estão trafegando pelos céus brasileiros, sem acompanhamento dos centros de controle de tráfego (Cindactas), voltarão a ser controlados, conforme a expectativa do presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Adalberto Febeliano.
A informação de ampliação de 8 mil para 11 mil pés foi dada ontem pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele explicou, no entanto, que a decisão depende de uma avaliação final dos Cindactas. “Precisamos verificar se eles têm capacidade de absorver este volume de tráfego, porque temos de examinar nossa capacidade de monitoração.”
“Os aviões que voavam por instrumento tinham acompanhamento do controlador; o visual não. O vôo por instrumento, até 11 mil pés, parou por causa da limitação de controladores. Mas agora queremos fazer um controle global e isso depende do projeto em relação à plataforma de tráfego aéreo”, comentou ele, informando ainda que estuda a ampliação do número de vôos que cada controlador pode fazer, hoje limitado a 14. Mas essa é uma medida “bem mais para frente”.
O presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Adalberto Febeliano, elogiou a iniciativa do governo de ampliar a área de monitoramento de aeronaves. “A ampliação do raio de vigilância certamente vai melhorar muito as condições do tráfego aéreo. Esta é uma medida na direção certa, já que se deve abaixara o máximo possível a altitude a partir da qual se controla aeronaves, para que todos possam ser monitorados”, comentou Febeliano, ao explicar que a maior parte dos aviões de pequeno porte voa entre 6 e 8 mil pés.
“No fundo, o que está havendo é que a Aeronáutica está se recusando a vender um produto para a gente, que melhora a segurança, e esta orientação vai contra a lei de direito do consumidor”, queixou-se o presidente da Abag, ao comentar que a doutrina repassada ao setor é de que todos falem com o tráfego aéreo e, ao falarem, paguem por esse serviço, que é fundamental para a segurança.
Pela regra em vigor anteriormente, os aviões pequenos que fossem voar por instrumentos, ( nas viagens chamadas de IFR), eram obrigatoriamente monitorados, em qualquer altitude que estivessem. Os vôos visuais, chamado de VFR, podiam ser feitos nos níveis previstos nos manuais, mas sempre sob a responsabilidade do piloto. A regra adotada a partir do final do ano passado fez os vôos abaixo de 11 mil pés não serem mais controlados e passarem a seguir as regras de vôo visual. A regra só vale porém para os Cindactas-1, em Brasília (que controla todo o centro-oeste e sudeste), e 2, em Curitiba (que controla o Sul do País). Nos Cindactas 3 (Recife) 4 (Manaus) não houve alterações.
http://www.aeronautas.org.br/sedic/clip ... p#pequenos
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