Auditoria do DAC pode parar Vasp hoje
Após reunião com Alencar em Brasília, Canhedo diz que segue voando, mas governo duvida de capacidade da empresa
A Vasp poderá ter ainda hoje a sua sentença de morte, dependendo dos resultados da auditoria que o DAC (Departamento de Aviação Civil), órgão que regula o setor, está fazendo desde ontem, in loco, na companhia. Das cerca de 140 linhas que tinha no ano passado, a aérea só está operando oito e precisa comprovar que tem capacidade para mantê-las.
Conforme a Folha apurou, o governo considera "um blefe" a afirmação do dono da Vasp, Wagner Canhedo, de que continuaria cancelando vôos com menos de 50% de ocupação durante mais 15 dias. Acha que ele não tem como retomá-los e que, se há alguma sobrevida para a companhia, é transformar esses vôos em "charter", ou seja, fretados.
Pelas regras dos contratos aéreos, os vôos regulares só podem ser cancelados em caso de problemas na aeronave ou no aeroporto, mas os "charter" não têm essas limitações. Podem ser suspensos ou atrasados com mais facilidade.
O governo é responsável tanto pela concessão para uma empresa poder voar quanto das linhas que ela vai operar. O que é possível agora, diante dos resultados da auditoria, é que o governo suspenda as derradeiras linhas que restam à Vasp. Já a cassação da concessão de voar é considerada uma hipótese mais remota.
Ontem, Canhedo se reuniu em Brasília com o ministro da Defesa, José Alencar, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, e representantes do DAC e da Infraero.
à saída, em entrevistas tumultuadas e tensas, eles tiveram abordagens diferentes.
O brigadeiro Bueno chegou a dizer que o governo não tinha condições de impedir a Vasp de cancelar vôos por baixa ocupação: "A gente não pode proibir que não aconteça [cancelamento de vôos]. Não podemos". Depois, acrescentou: "A auditoria [que o governo faz na empresa aérea] vai chegar a uma conclusão". Alencar disse o contrário: "Concessão tem que ser cumprida, um vôo para não sair tem que ter um problema maior, tipo tempestade ou pane".
Questionado sobre a possibilidade de cancelamento da própria concessão da Vasp, e não apenas de linhas, Bueno praticamente descartou a hipótese: "Não acredito que haja essa medida maior".
Na mesma linha comedida, Alencar acrescentou: "Tenho o maior apreço por todos os concessionários e eu não estou aqui para fazer um trabalho de terrorismo contra qualquer um deles".
Segundo ele, Canhedo informou que os Correios têm uma dívida de cerca de R$ 29 milhões com a Vasp, e esse dinheiro poderia ser usado para quitar as dívidas da empresa com a Infraero. Os Correios não comentaram.
Canhedo informou que manterá a política de cancelamento dos vôos de baixa ocupação por mais 15 dias, disse que a Vasp "está operando normalmente" os vôos com ocupação de mais de 50% e que já ressarciu os passageiros que não voaram. Para ele, a imprensa faz "sensacionalismo".
Em São Paulo, na sede da Vasp, técnicos do DAC realizaram uma verdadeira devassa na parte administrativa da empresa, incluindo a área financeira. O objetivo, segundo o órgão, é determinar se a Vasp tem ou não condições de cumprir os vôos das linhas para as quais tem autorização.
Um parecer sobre a auditoria deve ser divulgado hoje.
A Vasp ontem cancelou quatro vôos que sairiam de Guarulhos e operou apenas um. (Eliane Cantanhêde e Humberto Medina)
Fonte: Folha de S. Paulo - 26/01/2005
Auditoria do DAC pode parar Vasp hoje
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Governo deixa empresa falir
Desde o ano passado o governo trabalha com a possibilidade de a Vasp falir no primeiro semestre de 2005, mas o Palácio do Planalto repassou uma orientação aos ministérios e órgãos envolvidos: deixar a companhia quebrar, mas sem dar a impressão de estar colaborando para esse desfecho.
A determinação é de que o Ministério da Defesa e os órgãos estatais envolvidos na questão aérea não se intrometam, deixando a companhia "morrer sozinha".
Em alguns momentos do ano passado, Canhedo passou pelo constrangimento de não ser recebido em audiência pelo então ministro da Defesa, José Viegas, e ter que recorrer ao segundo escalão.
Agora, o ministro é um empresário, o vice-presidente José Alencar, que tem outro tom: recebe Canhedo, ouve suas queixas e promessas, mas, na prática, repete a resposta do antecessor: nada há que o governo possa fazer.
O discurso de Canhedo na crise da Vasp continua o mesmo: está tudo bem, os consumidores estão sendo ressarcidos e novos aviões estão sendo comprados.
Para o governo, porém, tudo não passa de "um blefe". Canhedo já saberia que a companhia não tem futuro, mas tenta uma sobrevida para ter uma fatia das facilidades que imagina que serão concedidas à Varig.
Fonte: Folha de S. Paulo - 26/01/2005
Desde o ano passado o governo trabalha com a possibilidade de a Vasp falir no primeiro semestre de 2005, mas o Palácio do Planalto repassou uma orientação aos ministérios e órgãos envolvidos: deixar a companhia quebrar, mas sem dar a impressão de estar colaborando para esse desfecho.
A determinação é de que o Ministério da Defesa e os órgãos estatais envolvidos na questão aérea não se intrometam, deixando a companhia "morrer sozinha".
Em alguns momentos do ano passado, Canhedo passou pelo constrangimento de não ser recebido em audiência pelo então ministro da Defesa, José Viegas, e ter que recorrer ao segundo escalão.
Agora, o ministro é um empresário, o vice-presidente José Alencar, que tem outro tom: recebe Canhedo, ouve suas queixas e promessas, mas, na prática, repete a resposta do antecessor: nada há que o governo possa fazer.
O discurso de Canhedo na crise da Vasp continua o mesmo: está tudo bem, os consumidores estão sendo ressarcidos e novos aviões estão sendo comprados.
Para o governo, porém, tudo não passa de "um blefe". Canhedo já saberia que a companhia não tem futuro, mas tenta uma sobrevida para ter uma fatia das facilidades que imagina que serão concedidas à Varig.
Fonte: Folha de S. Paulo - 26/01/2005
Vasp demite funcionários em Congonhas
25/01/2005 16:47:00 - Plantão de Notícias
Entrada da loja (à esq.), onde passageiros ainda querem comprar bilhetes, e as posições de check-in vazias
Segundo a única funcionária da Vasp na loja da empresa no aeroporto de Congonhas, Joyce, apenas um vôo da companhia decolou hoje pela manhã do aeroporto de Guarulhos. Foi o VP4264, com destino a Salvador, Maceió, Recife e Fortaleza.
Nos balcões da Vasp em Congonhas, os espaços estão vazios e um luminoso está escrito “parado”. Esse cenário está assim desde que a companhia deixou de operar a ponte aérea. Os funcionários no aeroporto foram demitidos.
“Apesar de toda a mídia estar informando a situação da empresa, muita gente vem aqui querendo comprar passagem”, afirmou Joyce. (Claudio Schapochnik)
Fonte: Guia Panrotas - http://www.panrotas.com.br/canais/redac ... rl_origem=
25/01/2005 16:47:00 - Plantão de Notícias
Entrada da loja (à esq.), onde passageiros ainda querem comprar bilhetes, e as posições de check-in vazias
Segundo a única funcionária da Vasp na loja da empresa no aeroporto de Congonhas, Joyce, apenas um vôo da companhia decolou hoje pela manhã do aeroporto de Guarulhos. Foi o VP4264, com destino a Salvador, Maceió, Recife e Fortaleza.
Nos balcões da Vasp em Congonhas, os espaços estão vazios e um luminoso está escrito “parado”. Esse cenário está assim desde que a companhia deixou de operar a ponte aérea. Os funcionários no aeroporto foram demitidos.
“Apesar de toda a mídia estar informando a situação da empresa, muita gente vem aqui querendo comprar passagem”, afirmou Joyce. (Claudio Schapochnik)
Fonte: Guia Panrotas - http://www.panrotas.com.br/canais/redac ... rl_origem=
Acho que termo usado pelo jornalista foi triste........."sentença de morte".
Depois da auditoria, o DAC analisa e reune coma empresa e dará recomendações ou até outras medidas.
Óbviamente o jornalista não conhece o que está envolvido numa auditoria deste tipo.
Aliás,, praticamente 99% dos jornalistas cometem cada ignorancia quando tentem elaborar detalhes sobre a operação de uma companhia aérea ou descrever o efeito prático da legislação.
Depois da auditoria, o DAC analisa e reune coma empresa e dará recomendações ou até outras medidas.
Óbviamente o jornalista não conhece o que está envolvido numa auditoria deste tipo.
Aliás,, praticamente 99% dos jornalistas cometem cada ignorancia quando tentem elaborar detalhes sobre a operação de uma companhia aérea ou descrever o efeito prático da legislação.
- Luciano Cunha
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26/01/2005 15:43 - ECONOMIA
DAC: Auditoria da Vasp não tem prazo para acabar
O Departamento de Aviação Civil, (DAC) informou que a auditoria que está sendo feita na Vasp desde ontem não tem prazo para acabar. O DAC decidiu iniciar a auditoria na companhia depois que a Vasp começou a cancelar vôos com menos de 50% de ocupação. De acordo com a legislação do setor aéreo, a baixa ocupação de aeronaves não justifica o cancelamento de vôos.
O Globo
DAC: Auditoria da Vasp não tem prazo para acabar
O Departamento de Aviação Civil, (DAC) informou que a auditoria que está sendo feita na Vasp desde ontem não tem prazo para acabar. O DAC decidiu iniciar a auditoria na companhia depois que a Vasp começou a cancelar vôos com menos de 50% de ocupação. De acordo com a legislação do setor aéreo, a baixa ocupação de aeronaves não justifica o cancelamento de vôos.
O Globo
Luciano Cunha
SBBR - SBCI
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