EUA impedem Embraer de fabricar aviões para Venezuela
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EUA impedem Embraer de fabricar aviões para Venezuela
EUA impedem Embraer de fabricar aviões para Venezuela, diz Chávez
Fonte: Reuters - Terça, 10 de Janeiro de 2006, 18h22
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse na terça-feira que os Estados Unidos impedem a fabricante brasileira de jatos Embraer de produzir aviões para a Venezuela, para evitar seu país de modernizar as forças armadas.
Chávez, um feroz crítico do governo de George W.Bush, afirmou que limitações impostas pelos EUA impediram a assinatura de um contrato que já estava pronto para que a Embraer produzisse aviões de combate Super Tucano.
"Os Estados Unidos não autorizam a Embraer a fazer aviões para a Venezuela porque a Embraer utiliza tecnologia norte-americana, como trataram de impedir que os espanhóis nos fabricassem navios, patrulheiras, patrulheiras oceânicas e aviões de transporte", disse o presidente.
"Não sabemos o que vai se passar com o Brasil, mas parece que eles têm algumas limitações, necessitam de permissão dos EUA", acrescentou Chávez em discurso durante cerimônia do início do ano acadêmico militar.
Chávez não precisou o número de aeronaves que seriam compradas da Embraer.
Funcionários da embaixada dos EUA em Caracas não estavam disponíveis imediatamente para comentar as declarações do presidente da Venezuela.
Chávez disse ainda que vai esperar para ver se o governo de seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva pode solucionar o problema, mas que do contrário poderá dar o contrato para a China.
Ele afirmou também que Washington atua para evitar que seu país tenha barcos e aviões modernos "e uma força aérea moderna e bem equipada".
"Se somos dependentes deles, nos vendem qualquer coisa. Se somos independentes, querem neutralizar nosso poderio militar."
Chávez reiterou suas denúncias de que os EUA estão atrasando as entregas de reposições da frota venezuelana de aviões de combate norte-americanos F-16.
Washington vendeu para a Venezuela 24 aviões F-16 na década de 1980, quando Caracas era considerada aliada contra a Cuba comunista. Não está claro quantas dessas aeronaves estariam em operação atualmente
Fonte: Reuters - Terça, 10 de Janeiro de 2006, 18h22
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse na terça-feira que os Estados Unidos impedem a fabricante brasileira de jatos Embraer de produzir aviões para a Venezuela, para evitar seu país de modernizar as forças armadas.
Chávez, um feroz crítico do governo de George W.Bush, afirmou que limitações impostas pelos EUA impediram a assinatura de um contrato que já estava pronto para que a Embraer produzisse aviões de combate Super Tucano.
"Os Estados Unidos não autorizam a Embraer a fazer aviões para a Venezuela porque a Embraer utiliza tecnologia norte-americana, como trataram de impedir que os espanhóis nos fabricassem navios, patrulheiras, patrulheiras oceânicas e aviões de transporte", disse o presidente.
"Não sabemos o que vai se passar com o Brasil, mas parece que eles têm algumas limitações, necessitam de permissão dos EUA", acrescentou Chávez em discurso durante cerimônia do início do ano acadêmico militar.
Chávez não precisou o número de aeronaves que seriam compradas da Embraer.
Funcionários da embaixada dos EUA em Caracas não estavam disponíveis imediatamente para comentar as declarações do presidente da Venezuela.
Chávez disse ainda que vai esperar para ver se o governo de seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva pode solucionar o problema, mas que do contrário poderá dar o contrato para a China.
Ele afirmou também que Washington atua para evitar que seu país tenha barcos e aviões modernos "e uma força aérea moderna e bem equipada".
"Se somos dependentes deles, nos vendem qualquer coisa. Se somos independentes, querem neutralizar nosso poderio militar."
Chávez reiterou suas denúncias de que os EUA estão atrasando as entregas de reposições da frota venezuelana de aviões de combate norte-americanos F-16.
Washington vendeu para a Venezuela 24 aviões F-16 na década de 1980, quando Caracas era considerada aliada contra a Cuba comunista. Não está claro quantas dessas aeronaves estariam em operação atualmente
Sem mais.
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Marco:Marco SBCT escreveu:O que acontece é que os EUA não permitiram que a Elbit fornecesse os aviônicos p/ AMX-T que o Chavito queria, e nós perdemos uma bela encomenda que seria a primeira exportação do AMX.
Eu acho que voce nao lembra que tempo atras o mesmo EUA intentou que Espanha nao venda-se equipe militar para "O Chavito". O que aconteceu? Espanha desetimou o pedido de "Garbage Bush" e vendeu esse equipe para Venezuela. Se o governo brasileiro tem forca para desestimar o pedido EUA, eu acho que a Embraer vai ter muito dinheiro no seu banco.
PD: Disculpe meu quasi portunhol.
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O brasil e seu governo não tem esta coragem e independência, afinal apenas montamos as aeronaves.
Editado pela última vez por Marco SBCT em Dom Jan 15, 2006 20:41, em um total de 1 vez.
Marco A Moraes
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(Fonte: Reuters, via Terra)
Quarta, 11 de janeiro de 2006, 23h56 Atualizada às 03h03
Brasil diz que EUA querem vetar venda de aviões
O Planalto vê sinais de que os Estados Unidos estão tentando impedir a venda de aviões militares fabricados no Brasil para a Venezuela e vai tentar convencer Washington a recuar, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez - ferrenho crítico do presidente norte-americano, George W. Bush - acusou os EUA na terça-feira de vetar a venda de aviões de combate e de reconhecimento da Embraer para seu governo. Segundo Chávez, Washington tem por objetivo enfraquecer suas forças militares. Chávez disse que os EUA bloqueiam a transação porque a Embraer utiliza tecnologia norte-americana na produção das aeronaves.
"Há sinais disso (de que os EUA querem bloquear o negócio), eu espero que eles não sejam definitivos, isso seria, na minha opinião, contraproducente e até falso", disse Amorim a jornalistas em entrevista coletiva.
"Esses aviões não têm nenhuma capacidade ofensiva de ameaçar a segurança da maior potência do mundo."
O presidente venezuelano disse na última terça-feira que vai esperar para ver se o governo brasileiro consegue resolver o problema, se a situação não for solucionada, o mandatário anunciou que comprará aeronaves similares da China.
Amorim disse que o governo vai pressionar Washington em conversas para evitar um veto à venda para a Venezuela. A Embraer disse que não comentará sobre o tamanho ou valor da transação.
"A Venezuela é um país pacífico, o fato de concordar ou não com as políticas internas de um país não deve ser uma razão para você restringir a transferência de tecnologia", disse Amorim.
Autoridades norte-americanas temem que as recentes aquisições de equipamentos militares pela Venezuela posssam desestabilizar a América do Sul e também têm receios de que armas venezuelanas possam parar nas mãos dos guerrilheiros marxistas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
"Nossas preocupações com as aquisições de armas pela Venezuela são bem conhecidas, e nós deixamos essas preocupações bem claras para o governo brasileiro", disse o porta-voz da embaixada norte-americana em Brasília, Wesley Carrington, citando orientação do Departamento de Estado de seu país.
O porta-voz se recusou a tecer comentários sobre as aquisições venezuelanas e sobre se os EUA já vetaram o acordo.
No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez lobby junto a Chávez para que a Venezuela adquirisse os aviões Super Tucano. A Venezuela alega que quer utilizar os aviões e outros equipamentos militares, recém-adquiridos, para modernizar suas Forças Armadas.
Um porta-voz da Embraer confirmou que a Venezuela ainda tem de fechar um acordo para adquirir as aeronaves, mas se recusou a dar mais detalhes.
Carrington disse que o governo de seu país não negou nenhum pedido de licença para componentes do Super Tucano, mas acrescentou: "Vamos analisar qualquer pedido de exportação em conformidade com as leis norte-americanas".
Quarta, 11 de janeiro de 2006, 23h56 Atualizada às 03h03
Brasil diz que EUA querem vetar venda de aviões
O Planalto vê sinais de que os Estados Unidos estão tentando impedir a venda de aviões militares fabricados no Brasil para a Venezuela e vai tentar convencer Washington a recuar, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez - ferrenho crítico do presidente norte-americano, George W. Bush - acusou os EUA na terça-feira de vetar a venda de aviões de combate e de reconhecimento da Embraer para seu governo. Segundo Chávez, Washington tem por objetivo enfraquecer suas forças militares. Chávez disse que os EUA bloqueiam a transação porque a Embraer utiliza tecnologia norte-americana na produção das aeronaves.
"Há sinais disso (de que os EUA querem bloquear o negócio), eu espero que eles não sejam definitivos, isso seria, na minha opinião, contraproducente e até falso", disse Amorim a jornalistas em entrevista coletiva.
"Esses aviões não têm nenhuma capacidade ofensiva de ameaçar a segurança da maior potência do mundo."
O presidente venezuelano disse na última terça-feira que vai esperar para ver se o governo brasileiro consegue resolver o problema, se a situação não for solucionada, o mandatário anunciou que comprará aeronaves similares da China.
Amorim disse que o governo vai pressionar Washington em conversas para evitar um veto à venda para a Venezuela. A Embraer disse que não comentará sobre o tamanho ou valor da transação.
"A Venezuela é um país pacífico, o fato de concordar ou não com as políticas internas de um país não deve ser uma razão para você restringir a transferência de tecnologia", disse Amorim.
Autoridades norte-americanas temem que as recentes aquisições de equipamentos militares pela Venezuela posssam desestabilizar a América do Sul e também têm receios de que armas venezuelanas possam parar nas mãos dos guerrilheiros marxistas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
"Nossas preocupações com as aquisições de armas pela Venezuela são bem conhecidas, e nós deixamos essas preocupações bem claras para o governo brasileiro", disse o porta-voz da embaixada norte-americana em Brasília, Wesley Carrington, citando orientação do Departamento de Estado de seu país.
O porta-voz se recusou a tecer comentários sobre as aquisições venezuelanas e sobre se os EUA já vetaram o acordo.
No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez lobby junto a Chávez para que a Venezuela adquirisse os aviões Super Tucano. A Venezuela alega que quer utilizar os aviões e outros equipamentos militares, recém-adquiridos, para modernizar suas Forças Armadas.
Um porta-voz da Embraer confirmou que a Venezuela ainda tem de fechar um acordo para adquirir as aeronaves, mas se recusou a dar mais detalhes.
Carrington disse que o governo de seu país não negou nenhum pedido de licença para componentes do Super Tucano, mas acrescentou: "Vamos analisar qualquer pedido de exportação em conformidade com as leis norte-americanas".
Sem mais.
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Opa, Opa.... não é assim não. Fazemos muito mais, muito mais mesmo do que simplesmente montar aeronaves. Não se esqueça que o projeto e a engenharia da aeronave é nacional, que dominamos o ciclo de fabricação estrutural, que fabricamos as cablagens, as tubulações, alguns dos painéis do cockpit e etc...Marco SBCT escreveu:O brssil e seu governo não tem esta coragem e independência, afinal apenas montamos as aeronaves.
E sim compramos muita coisa de fora, simplesmente porque não existem empresas aqui capaz de fornecê-las.
É ISSO!!!
Vector
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Concordo com o Vector. A Embraer é um orgulho nacional justamente pela excelência dos seus projetos e a qualidade dos produtos oferecidos. Não se trata de uma simples executora de CKD.
E agora o problema não é só para vender à Venezuela, mas também com o Irã:
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Colaborou a Folha de S.Paulo, em Brasília
Não é só a Venezuela que aparece na lista negra dos americanos para venda de material militar --e de itens que fazem parte deles, o que potencialmente inviabilizaria a venda de aviões ao país vizinho pela Embraer. Esse também é o caso do Irã, a "bola da vez" da diplomacia americana.
A principal empresa aeroespacial brasileira também está impedida de vender aviões --mesmo civis-- para o Irã, um país que Washington coloca na lista dos malvados ou malvadinhos que incluía o Iraque e ainda tem a Coréia do Norte como estrela.
O governo americano pode legalmente vetar exportações de materiais "sensíveis" para países por ele considerados idem. E isso inclui a reexportação do material, como um avião com um componente eletrônico americano.
Apesar de serem civis, os bem sucedidos jatos regionais da Embraer têm tecnologia sofisticada, parte dela "made in USA", que podem ser consideradas "duais" --capazes de uso civil e militar.
Logo, os EUA vetam a exportações dos aviões civis da Embraer para o Irã, como agora parecem fazer com aviões militares para a Venezuela. As peças americanas chegam no Brasil com um aviso: não vendam a fulano ou a sicrano.
A política americana é de impedir toda e qualquer venda de material bélico para Hugo Chávez, mesmo que seja de algo com pouco potencial ofensivo. Ironicamente, a compra de milhares de fuzis, que poderiam ser repassados a milícias ou guerrilhas, é mais ameaçador para o equilíbrio regional do que os navios de patrulha costeira e aviões leves de transporte encomendados à Espanha --que também criaram polêmica--, ou do que os aviões que viriam do Brasil.
Parte das pressões americanas é de origem política, parte é disfarçadamente comercial. Também foram contra a compra de um desses mesmos aviões, o ALX Super Tucano, pela Colômbia.
Mas o Super Tucano, que a FAB (Força Aérea Brasileira) está começando a usar na Amazônia, é o avião ideal para a região, projetado para sobreviver ao hostil clima equatorial sem prejudicar sua sofisticada eletrônica, e capaz tanto de abater aviões da guerrilha narcotraficante como bombardear e metralhar suas bases.
Já o AMX-T é uma versão mais moderna e também adaptada para treinamento do avião de ataque AMX, usado no Kosovo em 1999 pela força aérea italiana (e era o menos sofisticado entre os aviões usados então pela Otan).
Chávez quer comprar 12 AMX-T e 24 ALX Super Tucano. Nem de longe afetariam o equilíbrio militar na região, mesmo supondo que Venezuela e Colômbia quisessem trocar tiros.
Recuo e avanço
Depois de informar aos interlocutores americanos que "não pode aceitar este tipo de coisa", o governo brasileiro disse ontem, ao menos publicamente, que não irá intervir na questão da pressão dos EUA para que a Embraer não venda aviões à Venezuela: "Estamos deixando a Embraer resolver neste primeiro momento. Depois, nós entramos", afirmou o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Já a Espanha anunciou ontem que irá prosseguir com a venda de 12 aviões militares com partes norte-americanas à Venezuela, apesar da tentativa dos EUA de impedirem o negócio.
O governo de George W. Bush decidiu negar as licenças necessárias para construir os aviões que a Espanha vendeu à Venezuela, disse a vice-primeira-ministra Maria Teresa Fernandez de la Vega. Ela diz que o governo espanhol não concorda com a decisão dos EUA.
A opção para a Espanha será substituir as partes norte-americanas por européias, o que acarretaria custos não calculados.
Fonte: www.uol.com.br
PS: Talvez vocês não concordem, mas no caso do Irã acho que as preocupações são mais do que justas. Ali instalou-se um governo radical-nacionalista que já demonstrou sua vocação bélica e pretende realmente armar-se até os dentes, sabe-se lá com que intenção.
E agora o problema não é só para vender à Venezuela, mas também com o Irã:
RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo
Colaborou a Folha de S.Paulo, em Brasília
Não é só a Venezuela que aparece na lista negra dos americanos para venda de material militar --e de itens que fazem parte deles, o que potencialmente inviabilizaria a venda de aviões ao país vizinho pela Embraer. Esse também é o caso do Irã, a "bola da vez" da diplomacia americana.
A principal empresa aeroespacial brasileira também está impedida de vender aviões --mesmo civis-- para o Irã, um país que Washington coloca na lista dos malvados ou malvadinhos que incluía o Iraque e ainda tem a Coréia do Norte como estrela.
O governo americano pode legalmente vetar exportações de materiais "sensíveis" para países por ele considerados idem. E isso inclui a reexportação do material, como um avião com um componente eletrônico americano.
Apesar de serem civis, os bem sucedidos jatos regionais da Embraer têm tecnologia sofisticada, parte dela "made in USA", que podem ser consideradas "duais" --capazes de uso civil e militar.
Logo, os EUA vetam a exportações dos aviões civis da Embraer para o Irã, como agora parecem fazer com aviões militares para a Venezuela. As peças americanas chegam no Brasil com um aviso: não vendam a fulano ou a sicrano.
A política americana é de impedir toda e qualquer venda de material bélico para Hugo Chávez, mesmo que seja de algo com pouco potencial ofensivo. Ironicamente, a compra de milhares de fuzis, que poderiam ser repassados a milícias ou guerrilhas, é mais ameaçador para o equilíbrio regional do que os navios de patrulha costeira e aviões leves de transporte encomendados à Espanha --que também criaram polêmica--, ou do que os aviões que viriam do Brasil.
Parte das pressões americanas é de origem política, parte é disfarçadamente comercial. Também foram contra a compra de um desses mesmos aviões, o ALX Super Tucano, pela Colômbia.
Mas o Super Tucano, que a FAB (Força Aérea Brasileira) está começando a usar na Amazônia, é o avião ideal para a região, projetado para sobreviver ao hostil clima equatorial sem prejudicar sua sofisticada eletrônica, e capaz tanto de abater aviões da guerrilha narcotraficante como bombardear e metralhar suas bases.
Já o AMX-T é uma versão mais moderna e também adaptada para treinamento do avião de ataque AMX, usado no Kosovo em 1999 pela força aérea italiana (e era o menos sofisticado entre os aviões usados então pela Otan).
Chávez quer comprar 12 AMX-T e 24 ALX Super Tucano. Nem de longe afetariam o equilíbrio militar na região, mesmo supondo que Venezuela e Colômbia quisessem trocar tiros.
Recuo e avanço
Depois de informar aos interlocutores americanos que "não pode aceitar este tipo de coisa", o governo brasileiro disse ontem, ao menos publicamente, que não irá intervir na questão da pressão dos EUA para que a Embraer não venda aviões à Venezuela: "Estamos deixando a Embraer resolver neste primeiro momento. Depois, nós entramos", afirmou o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
Já a Espanha anunciou ontem que irá prosseguir com a venda de 12 aviões militares com partes norte-americanas à Venezuela, apesar da tentativa dos EUA de impedirem o negócio.
O governo de George W. Bush decidiu negar as licenças necessárias para construir os aviões que a Espanha vendeu à Venezuela, disse a vice-primeira-ministra Maria Teresa Fernandez de la Vega. Ela diz que o governo espanhol não concorda com a decisão dos EUA.
A opção para a Espanha será substituir as partes norte-americanas por européias, o que acarretaria custos não calculados.
Fonte: www.uol.com.br
PS: Talvez vocês não concordem, mas no caso do Irã acho que as preocupações são mais do que justas. Ali instalou-se um governo radical-nacionalista que já demonstrou sua vocação bélica e pretende realmente armar-se até os dentes, sabe-se lá com que intenção.
Leonardo Vasconcelos- SBBR
- Maurício
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(...) O avião que despertou o interesse venezuelano, o Super Tucano, utiliza tecnologia americana. Por isso, os EUA tem poder para impedir a realização do negócio, mesmo sem a existência de acordos de sansão formais contra o país presidido por Hugo Chavez, desafeto declarado do governo de Washington.
(...) Ontem, o governo americano também formalizou o veto contra a venda de 12 aviões da espanhola EADS-Casa para a Venezuela. Essas aeronaves também utilizam tecnologia dos EUA.
Fonte: JB / Folhapress
Maurício.
(...) Ontem, o governo americano também formalizou o veto contra a venda de 12 aviões da espanhola EADS-Casa para a Venezuela. Essas aeronaves também utilizam tecnologia dos EUA.
Fonte: JB / Folhapress
Maurício.
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Vector:
O que digo é que juntamente com os projetos que nos orgulham e nos colocam a ombros das maiores, não se produz por aqui a matéria prima básica( os metais e novos compostos), aviônicos, motores e outras cositas, é claro que todos sabemos que a Embraer é muito muito muito mais que uma montadora.
Não fabricamos o mais simples dos chips da eletronica mais básica.
E escala teria para fabricarmos muito mais coisas por aqui.
Quero crer que com o passar dos anos e os produtores verem que a industria nacional pode muito, vão continuar a se instalar por aqui.
O que digo é que juntamente com os projetos que nos orgulham e nos colocam a ombros das maiores, não se produz por aqui a matéria prima básica( os metais e novos compostos), aviônicos, motores e outras cositas, é claro que todos sabemos que a Embraer é muito muito muito mais que uma montadora.
Não fabricamos o mais simples dos chips da eletronica mais básica.
E escala teria para fabricarmos muito mais coisas por aqui.
Quero crer que com o passar dos anos e os produtores verem que a industria nacional pode muito, vão continuar a se instalar por aqui.
Marco A Moraes
SBBI/SBCT
SBBI/SBCT
Com uma clientela dessas é claro que os americanos iam vetar a venda!!
Quem sabe se vender-mos para o Uruguai e a Arábia Saudita??
Eu acho que se vender à revelia vamos arrumar problemas comerciais de mais no futuro... e afinal de contas acredito que a Embraer não vá querer se sujar num dos maiores mercados do mundo por causa da Venezuela e do Irã... vcs têm lido jornal??
Abraço
Quem sabe se vender-mos para o Uruguai e a Arábia Saudita??
Eu acho que se vender à revelia vamos arrumar problemas comerciais de mais no futuro... e afinal de contas acredito que a Embraer não vá querer se sujar num dos maiores mercados do mundo por causa da Venezuela e do Irã... vcs têm lido jornal??
Abraço
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O império ataca
ELIANE CANTANHÊDE (Folha SP)
O império ataca
BRASÍLIA - Os EUA, tão bonzinhos e tão amigos, acabam de escolher um alvo no
Brasil: a Embraer, uma das mais importantes, fortes e emblemáticas
companhias nacionais.
Foram três petardos seguidos: eles vetaram a venda de um lote de aviões para
a Venezuela, proibiram qualquer exportação para o Irã e, ao mesmo tempo,
cancelaram a encomenda de aeronaves para o Exército americano. Com isso, a
Embraer teve de esquecer a construção de uma subsidiária na Flórida. É ou
não coisa de amigo, muy amigo?
Para contrabalançar, talvez, os EUA anunciaram na sexta-feira que o Brasil
saiu da lista da pirataria e vai continuar no Sistema Geral de Preferência,
que reduz tarifas para países "em desenvolvimento". Boa notícia, mas não
suficiente para esconder as tentativas de cortar as asinhas da Embraer.
Ao usar argumentos técnicos para escamotear retaliações políticas contra a
Venezuela, os EUA estão mirando um alvo e acertando outro. Hugo Chávez
poderá muito bem comprar aviões equivalentes da Rússia ou da Espanha, e quem
sai perdendo é a Embraer. Em vez de punir a Venezuela, a decisão pune o
Brasil.
Que, de quebra, ainda deve ouvir poucas e boas de Chávez na quinta-feira, em
Brasília. No mínimo, vai dizer ou insinuar que o Brasil "abaixou a cabeça"
ao acatar o veto.
O Planalto diz que é "questão comercial" e cabe à Embraer resolver, mas o
Itamaraty não aceita. Com os brios feridos, ameaça até entrar com uma queixa
contra os EUA em órgãos internacionais.
Fica a lição e o alerta para os críticos da política externa mais aberta,
com mais horizontes e menos dependência dos EUA -o grande mercado.
Potências têm arrogância e armas mais destruidoras do que as nucleares: o
poder político e econômico. A relação exige respeito, negociação, alianças
tácitas e acordos em várias áreas, mas... com um pé atrás. O jogo é bruto,
não dá para brincar.
O império ataca
BRASÍLIA - Os EUA, tão bonzinhos e tão amigos, acabam de escolher um alvo no
Brasil: a Embraer, uma das mais importantes, fortes e emblemáticas
companhias nacionais.
Foram três petardos seguidos: eles vetaram a venda de um lote de aviões para
a Venezuela, proibiram qualquer exportação para o Irã e, ao mesmo tempo,
cancelaram a encomenda de aeronaves para o Exército americano. Com isso, a
Embraer teve de esquecer a construção de uma subsidiária na Flórida. É ou
não coisa de amigo, muy amigo?
Para contrabalançar, talvez, os EUA anunciaram na sexta-feira que o Brasil
saiu da lista da pirataria e vai continuar no Sistema Geral de Preferência,
que reduz tarifas para países "em desenvolvimento". Boa notícia, mas não
suficiente para esconder as tentativas de cortar as asinhas da Embraer.
Ao usar argumentos técnicos para escamotear retaliações políticas contra a
Venezuela, os EUA estão mirando um alvo e acertando outro. Hugo Chávez
poderá muito bem comprar aviões equivalentes da Rússia ou da Espanha, e quem
sai perdendo é a Embraer. Em vez de punir a Venezuela, a decisão pune o
Brasil.
Que, de quebra, ainda deve ouvir poucas e boas de Chávez na quinta-feira, em
Brasília. No mínimo, vai dizer ou insinuar que o Brasil "abaixou a cabeça"
ao acatar o veto.
O Planalto diz que é "questão comercial" e cabe à Embraer resolver, mas o
Itamaraty não aceita. Com os brios feridos, ameaça até entrar com uma queixa
contra os EUA em órgãos internacionais.
Fica a lição e o alerta para os críticos da política externa mais aberta,
com mais horizontes e menos dependência dos EUA -o grande mercado.
Potências têm arrogância e armas mais destruidoras do que as nucleares: o
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não dá para brincar.
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Equipe AeroEntusiasta
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