Varig pode ter novo controlador nesta semana
Segunda, 2 de Maio de 2005, 15h58
Fonte: Investnews
O destino da Varig poderá ser conhecido ainda nesta semana em assembléia marcada no dia 07. O vice-presidente da companhia aérea, Alberto Farjernan, acaba de afirmar que as negociações estão adiantadas e que é possível uma definição do novo controlador no sábado.O executivo chegou a cogitar a possibilidade da troca de conselheiros da Varig na mesma ocasião.
"É possível que haja uma definição do controle nesta reunião. As negociações estão bastante avançadas", declarou ao ser indagado sobre a análise das propostas de três empresários para a compra da companhia.
Estão no páreo os investidores Nelson Tanure, German Efromovich e um grupo europeu. Três conselheiros - Joaquim Santos, Eduardo Araújo e Harro Fouquet - já colocaram o cargo a disposição e podem ser substituídos por indicações dos novos controladores, segundo o vice-presidente da Varig
VARIG - DIA 07 PODE TER NOVIDADE
Moderador: Moderadores
Regras do fórum
As regras do fórum estão disponíveis CLICANDO AQUI.
As regras do fórum estão disponíveis CLICANDO AQUI.
-
Anonymous
-
BlueConcorde
- CMTE.
- Mensagens: 677
- Registrado em: Seg Dez 20, 2004 18:45
- Localização: Rio e/ou Petrópolis/RJ
Fico feliz em ver que há possibilidade de brasileiros manterem o controle sobre a VARIG.
O Efromovich tá que tá: simplesmente em questão de anos criou uma empresa, comprou a mais antiga do mundo e agora há a possibilidade de controlar a maior da Am. Latina. Impressionante!
Será que a Avianca entra na Star Alliance se o Efromovich levar a VARIG?
E a Oceanair? Viraria uma Rio-Sul de cara nova?
O que vocês esperam que o novo controlador faça, além de mandar esse conselho da afundação praquele lugar?
O Efromovich tá que tá: simplesmente em questão de anos criou uma empresa, comprou a mais antiga do mundo e agora há a possibilidade de controlar a maior da Am. Latina. Impressionante!
Será que a Avianca entra na Star Alliance se o Efromovich levar a VARIG?
E a Oceanair? Viraria uma Rio-Sul de cara nova?
O que vocês esperam que o novo controlador faça, além de mandar esse conselho da afundação praquele lugar?
Saudações Supersônicas
-
Anonymous
-
AeroEntusiasta
- Fundador
- Mensagens: 9543
- Registrado em: Dom Dez 19, 2004 09:00
- Localização: Porto Alegre - RS
- Contato:
(JetSite via Lista AH)
Texas Pacific confirma interesse na Varig
A Texas Pacific, uma das mais sólidas empresas de participações nos Estados Unidos, já está trabalhando nos números da Varig. Fontes do Jetsite confirmam que a empresa norte-americana, especializada em comprar empresas em dificuldade, saneá-las e depois revendê-las com lucro - já está fazendo as diligências contábeis para tirar um raio-x da saúde financeira da Pioneira.
Esse processo levará até 90 dias e será fundamental para a Texas Pacific confirmar a compra de até 20% das ações da Varig - máximo permitido pela bisonha, jurássica legislação tupiniquim.
Ah, sim: a legislação atual "protege" as empresas nacionais contra os tentáculos do "selvagem capitalismo internacional". Nossas empresas aéreas, protegidinhas da silva, ficam então com toda liberdade do mundo para quebrar aqui mesmo no Brasil, falindo em Real, sim senhor.
Se o limite de participação estrangeira fosse liberado - ou, ao menos, aumentado, certamente outros grupos estrangeiros poderiam mostrar interesse em nossas combalidas empresas aéreas. E as sucatas que enchem os pátios de nossos aeroportos, desta forma, permanecem 100% nacionais. Nossas empresas vão para o vinagre de forma soberana. Viva a Soberania Nacional! Viva o Brasil!
Texas Pacific confirma interesse na Varig
A Texas Pacific, uma das mais sólidas empresas de participações nos Estados Unidos, já está trabalhando nos números da Varig. Fontes do Jetsite confirmam que a empresa norte-americana, especializada em comprar empresas em dificuldade, saneá-las e depois revendê-las com lucro - já está fazendo as diligências contábeis para tirar um raio-x da saúde financeira da Pioneira.
Esse processo levará até 90 dias e será fundamental para a Texas Pacific confirmar a compra de até 20% das ações da Varig - máximo permitido pela bisonha, jurássica legislação tupiniquim.
Ah, sim: a legislação atual "protege" as empresas nacionais contra os tentáculos do "selvagem capitalismo internacional". Nossas empresas aéreas, protegidinhas da silva, ficam então com toda liberdade do mundo para quebrar aqui mesmo no Brasil, falindo em Real, sim senhor.
Se o limite de participação estrangeira fosse liberado - ou, ao menos, aumentado, certamente outros grupos estrangeiros poderiam mostrar interesse em nossas combalidas empresas aéreas. E as sucatas que enchem os pátios de nossos aeroportos, desta forma, permanecem 100% nacionais. Nossas empresas vão para o vinagre de forma soberana. Viva a Soberania Nacional! Viva o Brasil!
Sem mais.
Equipe AeroEntusiasta
http://www.AeroEntusiasta.com.br
https://twitter.com/AeroEntusiasta
https://www.instagram.com/aeroentusiasta/
Equipe AeroEntusiasta
http://www.AeroEntusiasta.com.br
https://twitter.com/AeroEntusiasta
https://www.instagram.com/aeroentusiasta/
-
AeroEntusiasta
- Fundador
- Mensagens: 9543
- Registrado em: Dom Dez 19, 2004 09:00
- Localização: Porto Alegre - RS
- Contato:
(JetSite, via Lista AH)
Varig: a chance é essa
Com o interesse da gigante Texas Pacific Group (TPG) confirmado, a Varig tem talvez sua última carta na manga - isto é, se não passar o chapéu e pegar dinheiro novo com o governo. A TPG é especialista em investimentos de capital de risco e foi ousando que cresceu e se transformou numa empresa gigantesca.
A Fundação Ruben Berta precisa de uma vez por todas entender que sua era já foi - e que ela vai tarde. Tarde demais? Esperamos que não. O fato é que empresas bem sucedidas precisam ter donos. Pessoas não trabalham para empresas; pessoas trabalham para outras pessoas. Se é assim, fica fácil entender porque o modelo de gestão da Varig atual levou a empresa ao parafuso em que se encontra. A Varig não tem dono, seu modelo de administração é feudal: os departamentos não se conversam. A fundação não toma as decisões necessárias e sim as que consegue negociar.
Se você acha que estou enganado, lembre-se de quando a Varig TINHA dono: lembre-se da Varig sob a mão forte de gigantes como o próprio Berta, Erik de Carvalho, Hélio Smidt. Eram outros 500. sabe-se que a Fundação, inventada pelo próprio Ruben Berta, foi criada para defender a Varig e seus funcionários de aquisições externas. vale lembrar, também, que nesse mesmo período, a Varig não competia de fato: a avião comercial era praticamente toda ela regulamentada em todo o mundo e no caso brasileiro, a Varig era descaradamente protegida pelo governo verde-amarelo (vide o caso da vergonhosa falência da Panair; ou ainda a exclusividade nas linhas internacionais de 1975 a 1990). A ineficiência não apenas da Varig, mas de todo o setor (inclua-se aí Vasp e Transbrasil) era repassada, com casca e tudo, para o preço final da passagem - e estamos conversados.
Não surpreende o fato de que empresas estrangeiras tinham nas rotas para o Brasil seus melhores resultados: voar de e para a América do Sul, e dentro dela, era mais caro, por milha voada, do que em qualquer outra parte do globo. Voar era mesmo para uma elite e a Varig, isso ninguém discute, tinha um padrão formidável de serviço.
Erigidas numa época de competição de araque, Vasp, Transbrasil e Varig viram-se completamente perdidas quando de fato começou a haver competição nos céus brasileiros. O resultado todos sabemos: as duas primeiras estão mortas, a terceira, é mantida viva por aparelhos.
Ninguém aqui torce pelo insucesso de nenhuma empresa aérea; ao contrário, como amantes da aviação, adoraríamos ir para Guarulhos ou Galeão e ver a Transbrasil operando com coloridos Boeing 777, a Vasp dando a volta ao mundo com A340; ou ainda, a Varig na fila para receber seus gigantescos A380.
Portanto, é bom que os administradores da fundação Ruben Berta percebam que sua era já passou e que já vão, todos e sem exceção, vão mesmo tarde. Saiam de cima da Varig e deixem-na em mãos mais competentes. Pode ser esta a última chance de redenção para a empresa-símbolo da aviação comercial brasileira.
Varig: a chance é essa
Com o interesse da gigante Texas Pacific Group (TPG) confirmado, a Varig tem talvez sua última carta na manga - isto é, se não passar o chapéu e pegar dinheiro novo com o governo. A TPG é especialista em investimentos de capital de risco e foi ousando que cresceu e se transformou numa empresa gigantesca.
A Fundação Ruben Berta precisa de uma vez por todas entender que sua era já foi - e que ela vai tarde. Tarde demais? Esperamos que não. O fato é que empresas bem sucedidas precisam ter donos. Pessoas não trabalham para empresas; pessoas trabalham para outras pessoas. Se é assim, fica fácil entender porque o modelo de gestão da Varig atual levou a empresa ao parafuso em que se encontra. A Varig não tem dono, seu modelo de administração é feudal: os departamentos não se conversam. A fundação não toma as decisões necessárias e sim as que consegue negociar.
Se você acha que estou enganado, lembre-se de quando a Varig TINHA dono: lembre-se da Varig sob a mão forte de gigantes como o próprio Berta, Erik de Carvalho, Hélio Smidt. Eram outros 500. sabe-se que a Fundação, inventada pelo próprio Ruben Berta, foi criada para defender a Varig e seus funcionários de aquisições externas. vale lembrar, também, que nesse mesmo período, a Varig não competia de fato: a avião comercial era praticamente toda ela regulamentada em todo o mundo e no caso brasileiro, a Varig era descaradamente protegida pelo governo verde-amarelo (vide o caso da vergonhosa falência da Panair; ou ainda a exclusividade nas linhas internacionais de 1975 a 1990). A ineficiência não apenas da Varig, mas de todo o setor (inclua-se aí Vasp e Transbrasil) era repassada, com casca e tudo, para o preço final da passagem - e estamos conversados.
Não surpreende o fato de que empresas estrangeiras tinham nas rotas para o Brasil seus melhores resultados: voar de e para a América do Sul, e dentro dela, era mais caro, por milha voada, do que em qualquer outra parte do globo. Voar era mesmo para uma elite e a Varig, isso ninguém discute, tinha um padrão formidável de serviço.
Erigidas numa época de competição de araque, Vasp, Transbrasil e Varig viram-se completamente perdidas quando de fato começou a haver competição nos céus brasileiros. O resultado todos sabemos: as duas primeiras estão mortas, a terceira, é mantida viva por aparelhos.
Ninguém aqui torce pelo insucesso de nenhuma empresa aérea; ao contrário, como amantes da aviação, adoraríamos ir para Guarulhos ou Galeão e ver a Transbrasil operando com coloridos Boeing 777, a Vasp dando a volta ao mundo com A340; ou ainda, a Varig na fila para receber seus gigantescos A380.
Portanto, é bom que os administradores da fundação Ruben Berta percebam que sua era já passou e que já vão, todos e sem exceção, vão mesmo tarde. Saiam de cima da Varig e deixem-na em mãos mais competentes. Pode ser esta a última chance de redenção para a empresa-símbolo da aviação comercial brasileira.
Sem mais.
Equipe AeroEntusiasta
http://www.AeroEntusiasta.com.br
https://twitter.com/AeroEntusiasta
https://www.instagram.com/aeroentusiasta/
Equipe AeroEntusiasta
http://www.AeroEntusiasta.com.br
https://twitter.com/AeroEntusiasta
https://www.instagram.com/aeroentusiasta/
onselheiros da Varig se demitem
O Tempo - MG - 3/5/2005
As negociações para a capitalização na Varig estão “adiantadas” e alguns integrantes do conselho de administração decidiram colocar seus cargos à disposição. Segundo o vice-presidente de Planejamento e Comercial, Alberto Fajerman, a possibilidade de eleição de novos conselheiros foi incluída na pauta da assembléia da aérea, no sábado, em Porto Alegre. “Para ganhar tempo se colocou na ata a eleição de novos conselheiros, no pressuposto de que se houver um novo controlador e se ele quiser indicar novos conselheiros, a formalidade já está feita”, explicou Fajerman.
O executivo não comentou a busca de investidores, que vem sendo conduzido pela Fundação Ruben Berta (FRB), controladora da Varig. Ontem, o fundo norte- americano Texas Pacific Group (TPG) iniciou uma auditoria nas contas da Varig que deve durar 90 dias, segundo fontes próximas à companhia. Com um patrimônio de mais de US$ 10 bilhões sob sua gestão, o TPG é famoso por adquirir grandes empresas, recuperá-las e depois revendê-las.
O Tempo - MG - 3/5/2005
As negociações para a capitalização na Varig estão “adiantadas” e alguns integrantes do conselho de administração decidiram colocar seus cargos à disposição. Segundo o vice-presidente de Planejamento e Comercial, Alberto Fajerman, a possibilidade de eleição de novos conselheiros foi incluída na pauta da assembléia da aérea, no sábado, em Porto Alegre. “Para ganhar tempo se colocou na ata a eleição de novos conselheiros, no pressuposto de que se houver um novo controlador e se ele quiser indicar novos conselheiros, a formalidade já está feita”, explicou Fajerman.
O executivo não comentou a busca de investidores, que vem sendo conduzido pela Fundação Ruben Berta (FRB), controladora da Varig. Ontem, o fundo norte- americano Texas Pacific Group (TPG) iniciou uma auditoria nas contas da Varig que deve durar 90 dias, segundo fontes próximas à companhia. Com um patrimônio de mais de US$ 10 bilhões sob sua gestão, o TPG é famoso por adquirir grandes empresas, recuperá-las e depois revendê-las.
E a Oceanair é modelo de gestão aonde cara pálida? O que representa essa empresa em termos de números, aeronaves, enfim tudo na aviação brasileira?Kleber escreveu:Povo!
Não costumo acreditar nessas "notícias" até que o negócio se concretize. Mas se isso ocorrer, tenho certeza que, com o modelo de gestão da ONE, a Pioneira vai voltar ao seu lugar (o 1º - de fato)
Abs
Kleber
As condições de trabalho na empresa são péssimas. A manutenção anda pisando na bola.....a Oceanair com esse sistema só conseguiria uma coisa na VARIG, provocar ódio e que os pilotos entrassem em greve por melhores salários e condições de trabalho, justamente 2 coisas que os Variguianos sempre se orgulharam.
-
Anonymous
Coincidência ou não, uma das novidades
da Varig para o dia 7 de maio será esta:
'''''"A VARIG lança no próximo sábado, dia 7, quando comemora 78 anos de existência, a promoção "Mês de Aniversário", com descontos de até 78% nas tarifas dos vôos domésticos, realizados durante todo o mês de maio.
A promoção – que inclui outros níveis de descontos – vai oferecer mais de 78 mil lugares nos aviões até o dia 31 deste mês. As viagens da ponte aérea Rio/São Paulo não fazem parte da campanha."'''''''
da Varig para o dia 7 de maio será esta:
'''''"A VARIG lança no próximo sábado, dia 7, quando comemora 78 anos de existência, a promoção "Mês de Aniversário", com descontos de até 78% nas tarifas dos vôos domésticos, realizados durante todo o mês de maio.
A promoção – que inclui outros níveis de descontos – vai oferecer mais de 78 mil lugares nos aviões até o dia 31 deste mês. As viagens da ponte aérea Rio/São Paulo não fazem parte da campanha."'''''''
Varig: novo conselho quer ‘venda digna’ da empresa
O Globo - 8/5/2005
Em assembléia geral ordinária e extraordinária realizada no início da tarde de ontem em Porto Alegre, os acionistas da Varig elegeram um novo Conselho de Administração para a empresa. O novo presidente do conselho, David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), será empossado amanhã, no Rio de Janeiro. Ele disse ontem que seu principal objetivo, a partir de agora, é proporcionar “uma venda digna” da Varig.
— A Varig não tem problemas operacionais, ao contrário de outras empresas que quebraram. Mas a empresa carrega um passivo monstruoso. O governo está exigindo uma solução de mercado para a Varig, que está começando agora — afirmou Zylbersztajn.
Empresa quer ‘um cheque e uma proposta aceitável’ - Para Zylbersztajn, a Varig só terá uma solução de mercado se passar credibilidade para o mercado. Segundo ele, a Fundação Ruben Berta (FRB), atual controladora da Varig, deu autonomia aos novos membros do Conselho de Administração para buscar meios de tirar a empresa da crise.
Zylbersztajn disse que vai estudar todas as propostas que a FRB disse ter recebido de investidores interessados na Varig e quantas mais vierem.
— Queremos investidores que apresentem um cheque e uma proposta aceitável. Não pode ser uma proposta vil. Se isso não acontecer, nosso trabalho será a reestruturação interna, com mecanismos financeiros e transferência de controle, diluindo a participação da Fundação Ruben Berta. O BNDES passa por isso, mas entraria, em um processo de reestruturação, como qualquer outra empresa — assinalou.
Independentemente do processo de compra, Zylbersztajn pretende dar mais fôlego à companhia, que acaba de perder o segundo lugar no mercado doméstico para a Gol.
— Pretendemos de imediato retomar a posição de liderança da Varig no mercado, com soluções inovadoras e criativas que vão restabelecer esta posição em curtíssimo prazo — disse.
Além de Zylbersztajn, fazem parte do conselho Omar Carneiro da Cunha (ex-presidente da Shell) como vice-presidente, o brigadeiro Sergio Xavier Ferolla, Sergio de Almeida Bruni, o embaixador Marcos Castrioto de Azambuja e Eleazar de Carvalho Filho (ex-presidente do BNDES). O grupo se reúne no Rio amanhã. Na pauta, mudanças em diferentes diretorias da companhia, incluindo a executiva, da qual faz parte o presidente da Varig, Luiz Martins.
— Não quero me precipitar, mas a diretoria-executiva poderá ter uma mexida e isso inclui a presidência — afirmou Zylbersztajn.
Terça-feira, o conselho já tem um encontro com o ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar.
— Se pudermos renegociar os créditos da empresa por causas ganhas na Justiça, será bom para todos — disse Zylbersztajn.
O Globo - 8/5/2005
Em assembléia geral ordinária e extraordinária realizada no início da tarde de ontem em Porto Alegre, os acionistas da Varig elegeram um novo Conselho de Administração para a empresa. O novo presidente do conselho, David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), será empossado amanhã, no Rio de Janeiro. Ele disse ontem que seu principal objetivo, a partir de agora, é proporcionar “uma venda digna” da Varig.
— A Varig não tem problemas operacionais, ao contrário de outras empresas que quebraram. Mas a empresa carrega um passivo monstruoso. O governo está exigindo uma solução de mercado para a Varig, que está começando agora — afirmou Zylbersztajn.
Empresa quer ‘um cheque e uma proposta aceitável’ - Para Zylbersztajn, a Varig só terá uma solução de mercado se passar credibilidade para o mercado. Segundo ele, a Fundação Ruben Berta (FRB), atual controladora da Varig, deu autonomia aos novos membros do Conselho de Administração para buscar meios de tirar a empresa da crise.
Zylbersztajn disse que vai estudar todas as propostas que a FRB disse ter recebido de investidores interessados na Varig e quantas mais vierem.
— Queremos investidores que apresentem um cheque e uma proposta aceitável. Não pode ser uma proposta vil. Se isso não acontecer, nosso trabalho será a reestruturação interna, com mecanismos financeiros e transferência de controle, diluindo a participação da Fundação Ruben Berta. O BNDES passa por isso, mas entraria, em um processo de reestruturação, como qualquer outra empresa — assinalou.
Independentemente do processo de compra, Zylbersztajn pretende dar mais fôlego à companhia, que acaba de perder o segundo lugar no mercado doméstico para a Gol.
— Pretendemos de imediato retomar a posição de liderança da Varig no mercado, com soluções inovadoras e criativas que vão restabelecer esta posição em curtíssimo prazo — disse.
Além de Zylbersztajn, fazem parte do conselho Omar Carneiro da Cunha (ex-presidente da Shell) como vice-presidente, o brigadeiro Sergio Xavier Ferolla, Sergio de Almeida Bruni, o embaixador Marcos Castrioto de Azambuja e Eleazar de Carvalho Filho (ex-presidente do BNDES). O grupo se reúne no Rio amanhã. Na pauta, mudanças em diferentes diretorias da companhia, incluindo a executiva, da qual faz parte o presidente da Varig, Luiz Martins.
— Não quero me precipitar, mas a diretoria-executiva poderá ter uma mexida e isso inclui a presidência — afirmou Zylbersztajn.
Terça-feira, o conselho já tem um encontro com o ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar.
— Se pudermos renegociar os créditos da empresa por causas ganhas na Justiça, será bom para todos — disse Zylbersztajn.