Vôos compartilhados entre Varig e Tam continuam em MT
Diário de Cuiabá - 08/04/2005
Os vôos compartilhados entre a Varig e a Tam que trazem até Mato Grosso turistas procedentes do exterior, irão continuar, conforme acordo assinado entre as duas companhias na tarde de ontem, no Rio de Janeiro. A extinção dos vôos compartilhados estava marcada para o dia 1º de maio.
A reunião, realizada na sede do Departamento de Aviação Civil (DAC), durou cerca de quatro horas e foi realizada a pedido do vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, em atenção a gestões do governo do Estado, parlamentares e de representantes do trade turístico estadual.
Por determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em fevereiro, os vôos compartilhados (code share) não seriam mais permitidos a partir do dia 2 de maio, já que as duas empresas desistiram da fusão. Argumentou-se, também, que os vôos em parceria poderiam prejudicar os consumidores, pois a companhia que vendia a passagem não era a mesma que fazia o transporte. A estratégia das companhias com o code share era a redução dos custos operacionais, visto que o compartilhamento garantiria uma maior ocupação das aeronaves.
O documento assinado pelos vice-presidentes Wagner Ferreira (Tam) e Alberto Fajerman (Varig) foi entregue ao diretor-geral do DAC, brigadeiro José Godinho. O acordo prevê que as rotas complementares (compartilhadas) continuarão a ser alimentadas, "visando o atendimento dos passageiros do exterior no que tange a conexão nos vôos da Tam e da Varig".
Segundo o documento, não haverá "qualquer dificuldade ou interrupção dos atuais atendimentos". Com o acordo, os aviões da Tam continuarão trazendo para Mato Grosso turistas que compram no exterior pacotes e chegam ao Brasil em aviões da Varig. A medida beneficiará também Mato Grosso do Sul e Tocantins, que ficariam sem os vôos.
Prejuízo - Um dos argumentos colocados na reunião que contou com as participações do deputado Pedro Henry (PP), do brigadeiro Hélio Paz (que é de Poconé), do superintendente de Planejamento da Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, Samuel Lemes e de representantes do setor, é que a suspensão dos vôos causaria um imenso prejuízo ao turismo no Pantanal, já que 80% dos ocupantes de hotéis e pousadas são turistas procedentes de outros países. "Estamos aliviados", disse ao final do encontro o operador de turismo no Pantanal André Turoni que também participou da reunião ao lado do diretor de Turismo da prefeitura de Cuiabá, Jaime Okamura e do vice-presidente nacional da Associação Brasileira das Agências de Viagens (ABAV), Carlos Alberto Amorim Ferreira.
"A decisão do DAC dependia do acordo entre as partes. Só resta agora definir a questão operacional", disse o superintendente de Planejamento da Sedtur, Samuel Leme, que destacou o empenho do vice-presidente da República, José Alencar, que solicitou ao brigadeiro José Godinho que marcasse a reunião. Há duas semanas o deputado Pedro Henry e representantes do turismo haviam se encontrado com Alencar pedindo uma solução para o impasse.
Se a suspensão fosse mantida, a partir de 2 de maio os turistas que viessem do exterior nos aviões da Varig não poderiam incluir Mato Grosso em suas rotas turísticas. Com um pacote conhecido por "Air Pass", comprado por US$ 500 no exterior, os turistas poderiam escolher no Brasil cinco rotas turísticas e Mato Grosso ficaria de fora.
Representantes da Varig em Mato Grosso consideraram a decisão uma grande notícia e destacaram o esforço de autoridades e do trade turístico em lutar para que as rotas fossem mantidas.
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