Por Javier Eduardo Bonilla / defensa.com
,B-250 Bader da brasileira NOVAER (Divulgação)
A indústria brasileira NOVAER confirmou enfrentar graves dificuldades financeiras causadas pelo não cumprimento do contrato de seu principal cliente e parceiro no projeto, a empresa Calidus LLC., dos Emirados Árabes. A fábrica de São José dos Campos/SP não divulgou o número de demissões, embora alguns funcionários digam que seria superior a 150, além do que poderia afetar os fornecedores.
De acordo com uma nota oficial da NOVAER "devido a dificuldades imprevistas, causada pela violação contratual de seu principal cliente, a empresa foi forçada a desligar parte dos seus funcionários em 1º de fevereiro".
Há dificuldades financeiras geradas pela falta de continuidade nos compromissos assumidos pelo principal parceiro no projeto do monomotor B-250 Bader, a empresa Calidus dos Emirados Árabes. Isso contrasta com o sucesso do modelo e as intenções de pedidos - embora os Emirados tenham adquirido o Iomax Archangel, derivado do AT 802 - após a apresentação de dois protótipos do B-250 no Dubai Air Show 2017, que ainda permanecem nesse país, para onde foram transportados por um C-17 de sua própria Força Aérea desde São José dos Campos/SP.
A empresa está solicitando uma atitude firme da diplomacia brasileira, porque o desenvolvimento desta aeronave e do seu antecessor, o treinador "TCx" projetado para substituir o T-25 Universal na FAB - foi apresentado há algum tempo ao Presidente Temer. Para este projeto foi obtido financiamento estatal. Além disso, a presença de muitos grupos industriais brasileiros na feira Dubai Air Show 2017 foi apoiada pelo alto escalão do governo federal.
O assunto pode ser preocupante inclusive para a Embraer e alguns concorrentes no desenvolvimento de treinadores de alto desempenho e popostas COIN, sendo o B-250 um adversário conhecido por muitos. Este projeto foi concebido pelos Engenheiros Joseph Kovacs, o criador do Tucano e do Super Tucano, juntamente com o engenheiro Guido Pessotti, que além desses projetos, também acompanhou o coreando KAI KT-1 Woongbi e seu derivado o turco TAI Hurcus.
A NOVAER chama a atenção que o projeto B-250 em mãos erradas pode ter um destino incerto. Devido à delicadeza da situação e à possibilidade deste projeto terminar em mãos indevidas, estima-se que o governo brasileiro e seus parceiros possam exercer rápida pressão sobre os responsáveis da empresa Calidus e o governo dos Emirados.
Com uma célula de fibra de carbono, construída com precisão pela Novaer, o B-250 usa aviônicos Pro Line Fusion da Rockwell Collins, com apresentação em Head-Up Display (HUD) e monitores multifunções (MFD). Diante disto, espera-se para os próximos dias um pronunciamento da indústria eletrônica dos Estados Unidos sobre essa situação (Javier Eduardo Bonilla).
