PROPOSTA DE INTERESSADOS PREOCUPA PILOTOS !

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Pilotos da Varig se preocupam com proposta de investimento
Fonte: Correio Braziliense Online
Os pilotos da Varig estão preocupados com as propostas de investimento apresentadas nesta quarta-feira pela companhia ao ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar. Na reunião realizada com Alencar, o presidente da Varig, Luiz Martins, teria informado sobre a existência de dois investidores interessados em aportar recursos e recuperar a aérea.
Os nomes desses interessados foram mantidos em sigilo. No entanto, fontes do setor informam que entre os interessados estaria o grupo português de lazer e turismo, Pestana. O segundo interessado seria um grupo privado brasileiro.
Para a Associação dos Pilotos da Varig, a proposta de Martins é suspeita. "Nos interessa muito saber que tipo de empresa estaria disposta a comprar uma empresa aérea que tem uma dívida consolidada de R$ 7 bilhões e R$ 2 bilhões de contingências", disse o representante da associação, Márcio Marsillac.
Segundo ele, os pilotos também se preocupam com a origem do suposto aporte de capital que seria feito na Varig. "Será que essa empresa entrará com recursos próprios? Ou será que pretende obter um financiamento do BNDES? Existe uma diferença grande entre essas duas situações". Para Marsillac, as propostas apresentadas por Martins "foram a última cartada da Varig" para tentar conseguir do governo uma ajuda na recuperação da companhia aérea.
"Esperamos que essas tentativas de ganhar tempo da Varig se esgotem e que os controladores da companhia aérea sejam afastados do comando da empresa para que uma solução definitiva seja encontrada para a sua crise", afirmou ele.
Mudança de foco
A participação do Unibanco - contratado há menos de dois meses - na reestruturação da Varig deve ser alterada. A contratação do banco foi uma exigência do próprio Alencar para dar prosseguimento nas negociações sobre o futuro da companhia.
Entre as propostas feitas pelo banco estava o alongamento da dívida da Varig para até 35 anos. Com a rejeição da proposta, a participação do Unibanco na reestruturação ficou inviabilizada.
Segundo Martins, o Unibanco não abandonou sua participação na reestruturação. O que estaria havendo seria apenas uma mudança no "escopo" da participação do Unibanco. Segundo ele, o projeto vinha por um caminho, houve a resistência do governo com o caminho proposto, e então se decidiu buscar "outros rumos". Ele não deu detalhes, porém, sobre os novos rumos que serão tomados.
Fonte: Correio Braziliense Online (16/03/05)