Queda do Ximango da Brigada Militar, conclusões.

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jambock
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Queda do Ximango da Brigada Militar, conclusões.

Mensagem por jambock »

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Manobra equivocada teria derrubado Ximango
Vôo em baixa velocidade e pouca altura seriam causa do acidente
HUMBERTO TREZZI


Uma manobra realizada em baixa altitude, a uma velocidade insuficiente e agravada por turbulências de ar, teria provocado a queda do avião Ximango AMT 200 que matou em 29 de novembro o capitão da BM Ibes Carlos Pacheco.

Essa é principal constatação do laudo feito pelo Instituto-geral de Perícias (IGP) a respeito do acidente, que também deixou ferido outro PM, o capitão Carlos Franck da Costa Simanke. O parecer dos especialistas ressalta ainda que o tanque de combustível da aeronave, feito em fibra de vidro, deveria ser construído em metal, para evitar o vazamento de gasolina que acabou queimando e matando o capitão Ibes. Um dos autores da perícia é piloto.

O laudo, com 20 páginas e um anexo de 46 fotos, foi entregue esta semana à Polícia Civil e à Brigada Militar, que abriram inquéritos em separado para investigar o acidente. O delegado João Carlos Mendonça, titular da 7ª Delegacia de Polícia (Belém Novo, onde aconteceu o desastre), elogia o trabalho feito pelo IGP, mas admite que ainda não decidiu qual será o destino do inquérito. Zero Hora tentou ouvir o instrutor Franck, mas o repórter foi informado de que ele não deseja se pronunciar no momento.

O acidente aconteceu quando o instrutor Franck e o aluno Ibes treinavam simulações de pane (Simulações de Incidente de Vôo, SIV) após a decolagem, nos arredores do Aeroclube de Belém Novo. Ibes estava no comando do manche. O Ximango, um motoplanador (mistura de avião e planador) estava com a rotação do motor de 81 HP reduzida ao mínimo, para fingir a perda de controle.

Conforme constatação dos peritos, existiam correntes de ar verticais "fortes" no local (velocidade de 8 metros por segundo), o que dificultava manobras próximas ao solo.

Ao fazer uma curva, o avião perdeu sustentação (entrou em estol, no jargão aeronáutico) e mergulhou em direção a um bosque de eucaliptos. O instrutor Franck ainda tentou retomar o controle, elevando a rotação e a força do motor, mas já era tarde para evitar a colisão.

O Ximango bateu na copa das árvores, virou de ponta-cabeça e colidiu contra o solo. Conforme o laudo, o tanque de combustível situado na asa direita se rompeu, e a gasolina caiu sobre o motor quente, incendiando a aeronave. Ibes morreu em função de queimaduras que atingiram 80% do seu corpo.

( humberto.trezzi@zerohora.com.br )

Outras conclusões
- A provável velocidade-solo do aparelho (próxima ao chão) era de 48 km/h, quando deveria ser de 96 km/h.
- A causa provável do acidente é um erro de avaliação estratégica da rota de aproximação com o pouso. A altitude estava baixa (inferior aos 200 metros recomendados) e a influência do atrito do vento sobre as árvores (turbulência) gerou perda drástica de sustentação. Se a aeronave estivesse a uma certa altitude, 200 metros ou mais, a situação de pré-estol (perda de controle) gerada pelo excesso de comando seria recuperável.
- O Ximango é uma aeronave leve e com pouca potência, particularmente vulnerável à influência de perturbações atmosféricas, que aumentam na proximidade do solo. Não é apropriada para curvas acentuadas à baixa altura e com vento forte, como aconteceu.
- Foi determinante para o agravamento do acidente o fato de o tanque ser de fibra de vidro. O recomendável é que fosse de alumínio, mais resistente ao estilhaçamento.
Contraponto
O que diz o tenente-coronel Kleber Roberto de Lima Senisse, comandante do Grupamento Aéreo da BM:
"O Inquérito Policial-militar (IPM) ainda será examinado pelo comandante da BM, antes de ser concluído. Respeitamos o laudo do IGP, mas é necessário ressaltar que algumas ponderações dos peritos estão baseadas em regras genéricas de aviação. É preciso verificar se as recomendações de altitude e potência, por exemplo, se aplicam a este tipo específico de aeronave e se os pilotos as seguiram. Aguardamos por outra perícia, feita pela Aeronáutica. Temos de confrontar também o laudo com os testemunhos. "
O que diz Cláudio Barreto, presidente da Aeromot, fabricante do Ximango:
"Este avião tinha 16 anos de uso, como os outros dois que fabricamos para a BM. Nos modelos mais recentes, já usamos tanques de combustíveis feitos em alumínio. No caso deste acidente, o choque foi tão forte que talvez nem tanque de alumínio impedisse o combustível de vazar."
jornal Zero Hora, 11 mar 2005
Observação: O cap. Ibes, a 29/11 foi ferido com extrema gravidade, só vindo a falecer 59 dias depois, snme.
Um abraço e até mais...
Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
jambockrs@gmail.com

Na aviação, só a perfeição é aceitável
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